Capítulo 22 - especial

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O fato de termos entre nós um traidor é grave, afinal somos uma família, tudo bem, existem famílias que são piores que cobras venenosas, mas todos, inclusive o traidor, corremos perigo de morte! E ele sabe disso.

Mas pensam que sou eu a traidora, eles têm todos os motivos para desconfiarem de mim, afinal eu sou a "intrusa" segundo LN, a mais nova do grupo, não me admira nada essa desconfiança, além do mais eu já pisei na bola várias vezes.

— Aqui estão alguns panos e agua morna — Cheguei os calando quando me virão — Eu escutei, e não sou a traidora...

— Hadassa... — CK começa, mas não o deixo terminar.

— Não tenho motivos para tal coisa — Falo vendo o olhar de DW cair sobre mim.

— Sabemos que cresceu com os líderes como sua família. — DW diz, o que não é mentira, se referindo aos líderes da militância.

— Sim, eles cuidaram de mim, eles cuidaram de mim nos piores momentos da minha vida e... e... Eu me senti muito mal ao ver aqueles que tanto me ajudaram, serem enganados... por mim — DW tenta se pronunciar, mas não deixo — Mas... não sou dessa índole, e vocês deviam saber disso. — Deixo o pote com água na mesa junto com os panos e marcho em direção ao quarto.

Eu não deveria sentir tanto, mas... droga, isso tudo é uma droga.

Eu sinto falta do meu irmão, minha única família, Ricard, Ricard... Saio do quarto deixando a porta bater atrás de mim.

— Onde está meu irmão? — Pergunto aos três, que agora me olham espantados.

— Hadassa...

— Parem de me enrolar e me falem onde está meu irmão. — Ordenei, até agora eu só havia recebido ordens.

— Ele...

— Falem de uma vez, droga — Gritei.

— Ele está com o governo — TOR diz receosa.

— Como assim com o governo? — Pergunto incrédula.

— Ricard decidiu se juntar a guerra, porém, contra nós. — DW diz me encarando.

Balanço a cabeça negativamente, eu me recuso a acreditar que meu irmão, MEU IRMÃO, se juntou a podridão do governo.

— Que merda você está falando? — Grito para DW, ainda balançando a cabeça negativamente, eu me recuso a aceitar. — Ele sabe que me juntei a vocês? — Pergunto olhando de um lado para o outro.

— Muito provável que não... mas...

— Mas o que DW?

— Mas temo que já tenha chegado a ele que sim.

DW se refere ao ocorrido de mais cedo.

— O que faremos? Ele é meu irmão? — Perguntei me sentando no sofá, apoiando a cabeça nas mãos.

— Não sabemos ainda — TOR se pronuncia.

— Vocês mentiram para mim! — Levantei a cabeça para encara-los — Disseram que ele estava em um lugar seguro.

— E ele estava, a culpa não é nossa se o próprio, resolveu se juntar a eles — CK ironiza.

— Um irmão desesperado a procura da irmã. — DW diz pensativo. — Talvez ele tenha achado que foi o próprio governo quem a sequestrou, mas quando viu que não, já não havia saída.

— E deu com a língua nos dentes — TOR conclui.

Estou acompanhando a linha de raciocínio dos dois.

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