Capítulo 12

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A pequena visitinha que fiz para Christopher, em seu escritório, garantiu o meu sorriso pelo restante do mês que ainda nem tinha começado. Ele também estava sorrindo muito, com a gravata desfeita, com marcas de batom no pescoço e com os cabelos bagunçados.

Tinha como aquele homem ficar mais bonito?

— Jantar. — ele murmurou, enquanto voltava a me beijar.

— Hum...

— Jantar hoje.

— Tudo bem... — respondi, já querendo desabotoar a calça dele outra vez.

— Com a minha família.

Broxei.

— Com a sua... Família?

— Sim. — ele me afastou delicadamente, colocando uma mecha de cabelo atrás de minha orelha e beijando de leve as minhas mãos. — Eu, você e os meus pais. Tudo bem para você?

Oh, droga, seria mais fácil me jogar de um precipício segurando uma cobra venenosa pegando fogo enquanto escutava Mozart tocando ao fundo enquanto fogos de artifício eram disparados em minha direção e que eu caísse em um rio de ácido com tubarões famintos e piranhas com dentes pontiagudos e coisa e tal.

É.

Eu não sabia como conversar com pais.

Não mesmo.

Ótimo, eu estava ferrada.

— Tudo bem. — gaguejei. — Tudo perfeitamente bem.

— Dulce, tem como cancelar. — acho que ele percebeu que eu estava rangendo os dentes. — Você está pálida.

— Não estou. — me afastei como pude, respirando fundo e tentando sorrir. — E não precisa cancelar. Vamos jantar essa noite com os seus pais.

Droga, boca, não tem como você ficar quieta ou dizer um não?

— Você tem certeza?

— Eu tenho. — assim como tenho certeza que sairia dali e iria ao supermercado comprar uma faca de churrasco para cortar o meu pescoço.

— Absoluta?

— Sim. — soltei todo o ar de meus pulmões assim que ele me puxou para um abraço e beijou o topo de minha cabeça, sobre a minha franja. — O meu histórico com pais não é muito bom. — confessei, porque mais tarde ele acabaria reparando da pior forma. — Eu começo a gaguejar, e a falar coisas que não devia e... E no final da noite, depois de receber um olhar feio da mãe e um olhar meio reprovador do pai, eu fico com vontade de vomitar.

— Os meus pais vão gostar de você.

— Eu já ouvi isso antes. — enfiei o meu rosto entre as minhas mãos e o peito dele, querendo mesmo morrer. — E eu realmente não quero estragar as coisas dessa vez, Christopher! Eu não quero que no fim da noite a sua mãe fale para você que não era isso que ela esperava para o filho dela e tudo mais. Eu quero fazer nós darmos certo...

— Nós daremos certo. — ele beijou as costas de minhas mãos e afastou-as dos meus olhos. — E os meus pais precisam gostar de você porque eu gosto de você, está bem?

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Próximo capítulo apenas amanhã!

10 Dicas de AnahíWhere stories live. Discover now