Capítulo 8 - Cindy e Leandro

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A única coisa que eu sei com isso tudo é que dói. Dói mesmo. Uma dor real que me aperta o peito toda vez que ele brinca comigo ou me tira do sério com seu jeito descontraído e relaxado com tudo. Ele me irrita por ser tão assim, Leandro! Ele me irrita por ser tudo o que eu gostaria de ter, mas não posso. Porque ele não me olha, ele não me enxerga, ele não vê que cada dia ao seu lado, faz esse coração que tem lutado bravamente para sair ileso disso tudo, se apaixonar um pouco mais por tudo o que ele é. Um amigo incrível, um irmão devoto, um estudante impecável, um amante da vida, o cadeirante mais apaixonado por viver que já tive o prazer de conhecer. Droga, droga, droga! Mil vezes droga!

Ele vem se aproximando de mim e sorri, parando a cadeira bem ao meu lado.

- Olá, moça bonita.

- Ei, Lê. – sorrio de lado para ele.

- Não te vi depois da aula. Tá tudo bem? – ele me pergunta.

- Sim, está tudo bem. Precisava passar na biblioteca, por isso saí correndo.

- Entendi. – ele responde e olha para o marca-texto na minha mão. – Procurando emprego?

- É. Alguma coisa de meio horário que dê pra conciliar com os estudos. - dou de ombros.

- Você está precisando de grana?

Como eu vou explicar isso para ele?

- As coisas andam um pouco apertadas em casa, estou tentando não apertá-los mais.

- Precisa de alguma ajuda, pequena? – ela arqueia a sobrancelha e me questiona.

Que você pare de olhar desse jeito bonitinho pra mim, eu quero responder, mas fecho minha caneta e vou juntando as páginas soltas do jornal.

- Não, Lê. Está tudo bem! – sorrio e me levanto, pegando minhas coisas nos braços.

- O Tuca vai pra casa da Lu hoje, então se você quiser estudar lá no nosso quarto ao invés da biblioteca que é cheia de gente, por mim tudo bem. – ele diz enquanto andamos na direção da porta.

Se fosse qualquer outro garoto me fazendo um convite desse, certamente eu veria mil e um motivos safados por detrás desse convite, mas é o Leandro...

- Não é meio que uma invasão de privacidade eu entrar no quarto de vocês?

- Por que seria? O máximo que você vai encontrar são umas roupas jogadas nas camas, umas cuecas sujas e umas meias fedorentas, nada demais. – ele dá de ombros e eu começo a rir.

- Que horror! – me finjo de espantada.

- É brincadeira! – ele sorri. – Vai estar tudo bem arrumadinho, eu te prometo, e não é invasão de privacidade nenhuma. É só um quarto feio de dormitório universitário.

E onde você leva as garotas que pega, penso comigo mais uma vez.

Nos corredores da universidade as pessoas vêm e vão enquanto seguimos para os dormitórios.

- Tudo bem. Eu apareço lá de noite. Levo alguma coisa para o lanche?

- Não se preocupa com isso, eu mesmo vou providenciar. – ele me responde enquanto atravessamos o corredor. De repente meus pés param no lugar quando olho para frente e encaro um par de olhos intensos me olhando. Allison.

Leandro para ao meu lado e diz:

- Não precisa ter medo, você está me ouvindo? Ele não vai te fazer nada.

Percebo que estou tremendo quando sinto a mão de Leandro segurar meu braço, puxando meus materiais de mim. Acordo do transe e olho para ele, suspiro fundo.

Enquanto Você Respirar (DEGUSTAÇÃO - Completo na Amazon)Where stories live. Discover now