Capítulo 2 - Cindy

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"Oh, uma vez na sua vida você acha alguém que irá fazer seu mundo virar, te colocar pra cima quando você sentir pra baixo. É, nada pode mudar o que você significa pra mim. Oh, tem muitas coisas que eu poderia dizer, mas só me abrace agora porque o nosso amor vai iluminar o caminho"

E eu me pego cantarolando junto com ela: "Querido, você é tudo que eu quero e quando você está deitado em meus braços, quase não consigo acreditar que estamos no paraíso. E amor é tudo o que eu preciso, e encontrei em seu coração. Não é tão difícil de ver que estamos no paraíso."

Ela me vê cantando e sorri. Sorrio de volta, ainda embalada por essa música do Bryan Adams que eu adoro desde muito pequena. Chego até a área de convivência e está lotada. Sons vêm de todos os lados enquanto grupos se formam e conversam, riem, fazem barulho e se divertem. Vou em direção à máquina e paro na sua frente, olhando quais as opções de chocolate eu tenho: branco, ao leite com passas e meio amargo. Ok. Nada de passas. Coloco as moedas na máquina e aperto para pegar um branco e um meio amargo. A máquina faz um barulho esquisito e eu fico aguardando até que os meus chocolates caiam para que eu os pegue. Mas eles não caem!

- Cadê a merda do chocolate? – eu falo mais pra mim mesma, porque não tem ninguém perto. Fico olhando para a máquina e nada. – Anda, chocolate! Aparece! – eu faço uma prece entre os dentes. Me abaixo, tento olhar dentro da "casinha" onde ele deveria estar, mas nada. Me levanto e começo a apertar todos os botões que eu vejo na frente, já xingando a quarta geração do moço que faz a manutenção nessa joça, quando de repente escuto um estrondo.

- Meus chips também não quiseram sair hoje de tarde. – dou um pulo para trás quando olho para o lado e vejo Leandro esmurrando o lado da máquina e os meus chocolates caem onde deveriam estar há pelo menos cinco minutos. Coloco a mão no peito com os olhos arregalados de susto. – Parece que essa belezinha só funciona na base do carinho! – ele treme as sobrancelhas e sorri de lado para mim. – Desculpa, não quis te assustar.

- Não, tudo bem. – eu respondo com meu coração ainda disparado dentro do peito. Pelo barulho e por vê-lo novamente.

- Acho que deviam trocar essa máquina. Pelo visto não funciona mais direito. – ele diz e ajeita a cadeira dele. Me abaixo e pego os chocolates.

- Pois é. Acho que vou colocar na caixinha de sugestão. – sorrio e aperto as barras entre os meus dedos. – Obrigada.

- Não tem de quê. Imagina. – ele sorri de novo e a gente fica se olhando. Ele está com um casaco de moletom verde, uma bermuda bege e all stars pretos. Um boné virado para trás deixa seu rosto ainda mais jovem do que é. E eu? Bom... Eu estou na frente dele com esse moletom velho e horroroso e essa camiseta rosa. Deus...

- Você aceita? – estendo a mão para ele com as duas barras. Ele olha para os chocolates e deles para mim, respondendo:

- Não! Valeu. – e pisca. Ainda estou tentando decidir o que é mais bonito: seu olhar ou essa sua piscada. – Como foi com a Introdução dos Estudos de Direito?

Dou uma risada enquanto olho para os lados e vejo como realmente este lugar está cheio.

- Foi interessante. E com a Antropologia?

- Um saco. – ele bufa e revira os olhos de forma teatral. Dou uma risada e ele também. – Estou pensando em métodos de como sobreviver nessa aula por todo o semestre. Olha, não vai ser fácil!

- Foi só seu primeiro dia de aula. Como você pode falar isso? – pergunto.

- Eu sou um cara um pouco dinâmico demais. – ele gesticula com as mãos. – Aulas monótonas serão um grande problema para mim.

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