- Por favor, onde está Nicolas Moraes ?. - Pergunto atônita.

         - Senhora, acalme-se por favor.  - continua - Qual o nome da senhora?.

         - Sophia Bitencourt. - Digo apoiando meus cotovelos no balcão de atendimento e ponto as mãos no rosto.

A enfermeira - Que por sinal exalava uma tranquilidade inacessível para mim naquele momento - me informa onde é o quarto que ele está.

Sinceramente, nunca achei que um corredor fosse tão longo quanto esse.
A cada passo que dou parece que nunca irá chegar no meu destino.
Vou olhando as portas e por conseguinte os números de cada, conferindo e torcendo para ser o número do quarto dele.

Creio que assim é a vida de quem tem Jesus como alvo.
É uma caminha constante, que as vezes parece que nunca irá chegar no fim. Assim como olho para as portas na esperança de ser o meu destino nesse hospital, é assim também na nossa caminhada com Deus.
Muitas das vezes olhamos para os lados quando estamos em momentos difíceis, na esperança que o nosso socorro e ajuda venha de um desses lados, já que caminhamos e caminhamos e nunca conseguimos chegar no destino.

Mas há apenas um caminho para se achegar a Deus. Não devemos olhar e procurar socorro em outros caminhos, isso apenas irá fazer com que nossa jornada dure ainda mais tempo, assim como se eu entrasse em cada quarto em vez de continuar o caminho certo, isso iria fazer meu caminho demorar ainda mais.
Mas se temos a certeza de que queremos seguir o trajeto corretamente e dispensarmos as "portas" de atalhos, alegrias momentâneas e perdição, afirmo com total certeza e convicção que chegaremos ao nosso destino.

E Deus estará guiando cada um dos nossos passos.

Sou tirada de meus pensamentos quando olho para a porta ao lado e vejo que é do Nicolas. Bato umas duas vezes na porta e entro esperando o pior.

         - A senhora pode ficar até o horário de visitar acabar, ele está sedado mas em alguns minutos ele acorda. - Uma enfermeira me instrui.

       - O que ele tem?. - Pergunto a ela.

      - O senhor Nicolas estava em um tratamento domiciliar contra a leucemia. Porém, hoje pela manhã aconteceu o que o Doutor Paul, o médico, dele mais temia. - ela diz.

      - Moça! Pelo amor de Deus. Pare de fazer tanto suspense! Fale de uma vez o que aconteceu. - Digo de uma vez.

      - Faz uma semana que o Senhor Nicolas não toma o medicamento do tratamento, o que é gravíssimo. Se ele optou em fazer o tratamento domiciar era de suma importância que ele não deixasse nem um dia de tomar os antibióticos. E hoje o Senhor Nicolas teve uma parada cardiorrespiratória, não sabemos e fato a causa dessa parada. - Diz tentando passar tranquilidade. O que não ajudou muito.

      - E o q...que vai acontecer com ele agora?. - Digo deixando escapar uma lágrima.

       - Ele terá que continuar o tratamento no hospital. - Doutor Paul diz entrando no quarto.

Ele tava ouvindo tudo atrás da porta?

       - Uma semana sem tratamento é muito tempo quando se trata de leucemia. - Ele continua - Nicolas terá que passar por sessões de quimioterapia para que as células cancerígenas que se proliferaram nessa uma semana não se desenvolvam.

       - Quimio... quimioterapia? - Pergunto me sentando, sem acreditar no que ouvi.

       - Sim. - Ele diz pondo a mão no meu ombro. - A Medicina já comprovou que na maioria dos históricos de pacientes com qualquer tipo de câncer a causa é um perdão não liberado. E essa falta de perdão liberado pode desencadear o câncer. - Diz.

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