Capítulo XXXVIII

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Assim que eu chego lá, ele já me olha meio torto e eu me aproximo sorrindo.

- E aí, seu João.

- Tudo bem Briana? Nunca mais te vi por aqui.

- Então, é que eu tava morando com uma amiga que arrumei por aqui. Queria saber onde o Nicolas ou a Marina tá, pra eu me despedir. Vou voltar pra Orlando.

- Nicolas tá na praia de Copacabana e Marina ainda não voltou do hospital.

- O senhor poderia me dar o endereço do hospital? Vou passar primeiro na praia, e depois vou até lá.

- Claro minha filha! Deixa só eu achar meu bloquinho.

Enquanto ele procurava o tal bloquinho, eu também pedi uma folha e uma caneta, para escrever uma carta a Thaina. Ele, obviamente, me deu junto com o endereço do hospital.

- Muito obrigado seu João.

- Imagina minha filha, faça boa viagem.

- Muito obrigada!

Lhe dou um abraço e sinto que ele aproveita pra passar a mão em minha bunda. Finjo que não senti e me afasto sorrindo. Pego um táxi e lhe dou o endereço do hospital. No caminho, vou pensando nas palavras em que eu escreverei e fiz um breve resumo.

O taxista para, eu lhe peço para esperar enquanto entro no hospital. Vou direto para a cantina, pego o papel e a caneta, começando a escrever. Depois de uns vinte minutos, já encerrei a escrita. Vou até a recepção e vejo Henry ajoelhado no chão gritando. Peço com todas as minhas forças que não seja nada grave, mas duvido muito. Todos ali estão assustados, apenas Henry chora até perder as forças. Antes que ele me veja aqui, vou até a recepcionista.

- Boa tarde, posso ajudá-la?

- Pode sim moça. Quando souber que Thaina Santos acordou, entrega essa carta pra ela. Ou algum parente ali.

- Por que você mesma não entrega?

- Moça, eu to atrasada pro meu vôo. Por favor, entrega pra mim.

Meio relutante, ela ainda assente, me deixando mais tranquila. Agradeço e vou ate o táxi.

- Para onde agora, senhorita?

- Para o aeroporto, por favor.

Finalmente, todas as lágrimas em que reprimi, desceram. O taxista perguntou se estava tudo bem, e eu concordei. Fofoqueiro. Assim que desci, o paguei e agradeci. Ele me desejou boa viagem e foi embora. Antes de pagar a passagem, ligo para minha mãe. Preciso avisar de meu retorno.

- Mãe?

- Oi, minha filha! Tudo bem aí no Brasil?

- Não mãe. Nada bem.

- O que aconteceu?

- Estou voltando mãe. Preciso de você.

- Pode vir minha princesa, estarei te esperando com seu pai.

- Tá bom. Nunca esqueça que eu amo você.

- Também te amo. To te esperando.

- Beijos mãe. À bênção.

- Que Deus te abençoe e te traga bem. Beijos.

Pago a passagem rumo a Orlando e espero para ir em direção ao avião. Deixei minha vida em Orlando para vir atrás de Henry no Brasil a toa. Agora, sinto que nada que eu fizesse, iria separá-los. Apesar de toda a diferença física, eles são totalmente iguais por dentro, um completa o outro, e não tem espaço para mim. O melhor que eu faço é voltar para o aconchego de minha casa, para os braços de minha mãe. Um dia eu encontrarei um amor assim. Tenho fé.

Felicidade Não Tem CorWhere stories live. Discover now