The blonde girl

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Quando Maia e eu chegamos de viagem, o apartamento não tinha nada além de um sofá do qual dormimos uma em cima da outra. Horas depois começamos a arrumar certas coisas no lugar, ela tinha seu quarto ao lado do meu, suspirei, não sabia que uma viagem assim me cansaria tanto.

- Precisamos ir as compras, isso aqui ta uma merda - Disse Maia, nem ao menos tinhamos televisão.

- Eu to cansada, acho que vou ficar aqui - Disse e Maia se aproximou, tentei me esquivar, mas a mesma foi me puxando pelo braço, ela tinha essa mania da qual me irritava.

Fui tentando me soltar, enquanto ela me levava para fora de casa, a porta estava aberta e a morena já fazia bagunça no novo apartamento, quando finalmente me soltei, cai por cima de alguém sentindo meu corpo dolorido, gemi baixo, me levantando.

- Oh merda, me desculpe - Disse ao ver uma policial, a mulher loira caida no chão me olhou de cima a baixo, engoli a seco percebendo seu olhar duro.

- Quem é você? - Perguntou, tentei esticar minha mão para ajuda-la, mas a mesma me ignorou, se levantando sozinha.

- Alycia, nova garota do apartamento - Disse com um sorriso, não estiquei minha mão, a mulher ainda me olhava firme, observando todos os detalhes.

- Ok, minha vizinha, espero não me irritar com vocês - Disse a loira, eu ri baixo, percebendo o quão seria ela estava, eu nem tinha feito nada de errado, porque ela parecia tão brava?

- Você é séria sempre? Pode vir comer aqui em casa, quer dizer, só quando eu tiver um fogão e uma geladeira, talvez você não me olhe desse jeito - Disse e a garota trancou a mandibula, sem gostar da piada - Me desculpa, acho melhor eu voltar.

- Eliza Taylor - Disse a loira ainda me encarando, esse era seu nome, por um momento lembrei da Taylor Swift, quis rir, loira dos olhos azuis, Taylor, ignorei meus pensamentos, dando um sorriso fraco.

Assenti com a cabeça e segui em direção de volta ao meu apartamento, senti seus olhos queimar sobre mim, mas assim que fechei a porta meu corpo relaxou, suspirei, percebendo o quão intenso era ficar perto de uma policial. Ignorei aquilo e fui para o meu quarto, as aulas começariam daqui a uma semana e precisava revisar as materias.

Abri minha mala com meus cadernos, joguei os livros pelo chão e liguei a música do celular, adorava escutar música enquanto estudava. Cantarolei, lendo os livros, uma, duas, três horas estudando, com certeza me daria bem nesse lugar.

- Ok, as coisas estão chegando daqui a dois dias, vem, precisamos comer - Disse Maia tirando meus fones, eu a olhei, ainda confusa.

- Eu estava te esperando - Disse, fechando os livros e me levantando do chão, mal sentia minha bunda de tanto tempo sentada ali.

- Claro, se eu não viesse, você iria comer seus livros - Disse Maia, dei um tapa na mesma, pegando em sua mão e a acompanhando.

Provavelmente demoraria meses até não me perder, ao contrário de Maia que observava tudo com tamanha facilidade. Andamos duas ruas a frente, até finalmente entrarmos em algo do interesse da morena, revirei os olhos, percebendo que ela queria beber.

- Maia, disse que estava com fome e não que quero ficar bebada! - Disse e Maia me deu um tapa, chegamos até o balcão e pedi por qualquer alimento, felizmente havia linguiça e batata, não era a melhor opção, mas pelo menos tinha alguma coisa.

- É só dois copos, eu juro - Disse Maia, piscando para o garçom que deixou dois copos e meu prato de alimentos, olhei ao redor e cuspi toda agua do copo ao ver a loira me encarando - Ta tudo bem?

- Nossa vizinha...esta bem ali - Disse e Maia a olhou, dei um tapa na mesma e ela riu.

- O que foi? Ela só tem cara de brava que nem todos os policiais, não me assusta - Disse Maia, voltei a atenção para meu prato, comendo normalmente.

Vinte minutos depois e Maia ainda bebia feito louca, a mesma já estava dançando na cadeira, enquanto observava as pessoas. Ria baixo com a garota a minha frente, perdi a noção do quanto havia comido, as vezes meu olhar se encontrava com o da loira que fumava e conversava com uns caras, ela não usava o mesmo uniforme que usou de manhã, mas mesmo assim ainda era obvio pra quem trabalhava.

- Eu vou embora, de jeito nenhum estou te levando pra casa - Disse, só de imaginar Maia bebada, eu a odiava por isso. A morena beijou minha bochecha e piscou, me levantei da cadeira, seguindo em direção a saída.

- Eu sei que a cidade é pequena, mas espero que não esteja me perseguindo - Ouvi uma voz atras de mim, sentindo meu coração acelerar pelo susto, olhei para a policial que me encarava novamente.

- Eu to indo pra casa Eliza, boa noite - Disse e jurava que vi um pequeno sorriso se formar em seus labios, me virei rapido e continuei meu caminho em paz. Esperava não ter problemas em outra cidade, nem fugir de uma policial.

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