Capítulo 2 - Vocês são o quê, animais?

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Você quer retribuir toda essa asfixia gostosa que ele te causa, mas percebe que ele está tão sem fôlego quanto você. Sua respiração é um pesar tão ruidoso que chega a ser selvagem. Você quer pedir para ele te apertar mais, como se fosse fisicamente possível estarem ainda mais próximos. Você o arranha, o suor grudando seu cabelo no rosto, ele está fascinado pelas suas expressões, como na primeira vez. Na noite em que você mal sabia o que estava fazendo e ele foi tão gentil. Não parecia o Chuck Bass essencialmente pervertido e sujo que todos conheciam. Sentada sobre ele no banco de trás daquela limusine, você sabia que nunca mais o veria da mesma maneira. Como poderia? Ele foi doce e a cada gemido que te arrancava, você o via prender a respiração, como se quisesse interromper todos os ruídos possíveis só pra te ouvir. Hoje ele te conhece o suficiente pra abalar, sem esforços, todos os seus pontos fracos. Você acha que perderá a consciência por tanto tempo sem respirar, mas está acordada, viva, o sangue fluindo. Você quer se segurar nele, mas suas mãos escorregam. O ar está úmido, sua boca seca. Você grita e no desespero, segura no cabelo dele. Ele sorri, porque gosta. Ele te observa. Cada linha do seu rosto o fascina. Você chama por ele, uma, duas, três vezes. Sussurros que só vocês entendem. Você implora com unhas e dentes, pra que ele te dê alívio e ele atende. Ele está ali por você, ao seu dispor, como na primeira noite, na segunda, na terceira... A paixão de vocês molha os lençóis e agora só o que ocupa sua mente é uma confusão muda do prazer saciado. O peso dele ainda está sobre você, mas vocês não têm mais forças. Pertencem um ao outro pela eternidade, mas o mundo lá fora logo virá buscá-los. Você quer de novo!

Chuck rolou para o lado, olhando Blair afastar os cabelos bagunçados do rosto. Uma gota de suor escorreu entre os seios dela e se Chuck não estivesse tão cansado, teria provado o gosto com a própria língua. A música alta no salão abaixo deles soava abafada e sem letra dentro do quarto.

- Temos que... encontrar os outros. - Blair ofegou, puxando para cima o vestido preso em sua cintura.

- Não! Fica! - Chuck pousou o braço sobre as pernas dela.

- Há uma criança perdida nesse hotel.

- Não está perdido, está com o tio Jack!

- Então há duas! - Blair se levantou e passou os braços por baixo das alças do vestido azul.

- Me dê só um minuto! - Ele respirou fundo, passando a mão pelo cabelo úmido.

- Ligue pra Dorota! Avisa que estamos chegando!

Blair saiu do pequeno quarto atrás do mezanino, se esforçando para fechar o zíper em suas costas.

- Blair! - Serena rosnou, pisando com força no carpete carmim. Seus cabelos pulando no rabo de cavalo.

- S! - Blair abriu os braços e logo os fechou, para segurar o vestido.

- Qual é o seu problema? Estou te procurando de quarto em quarto há quase uma hora!

Blair ajeitou os fios desgrenhados para trás e respirou fundo.

- Eu estava em no meio de... uma coisa!

- É como esteve todo o último ano? No meio de uma coisa? Por que não me escreveu de volta? Eu importo tão pouco assim? Eu não esperava muito do Chuck, mas de você? Deveríamos ser melhores amigas! Contar uma com a outra...

Blair tentou fechar o zíper do vestido disfarçadamente.

- E o Henry! Não o vejo há um ano e você prefere armar toda uma exposição pública antes de me dar um telefonema?

Gossip Girl: Season 7Onde as histórias ganham vida. Descobre agora