Retorno até minha mesa, tentando voltar ao trabalho. Uma tarefa um tanto difícil, já que meus pensamentos estão distantes, em outro lugar, ou melhor, eles estavam em uma pessoa, Dominic.

Eu não poderia ter aceitado conversar com ele, desde o momento em que o vi sabia que deveria manter distância para o bem da minha saúde mental.

Sua reaproximação não pode vir acompanhada de calmaria, tenho medo do que ainda pode acontecer caso ele descubra a existência da Bela.

Sou despertada dos meus pensamentos com o toque insistente do telefone.

— Advocacia Montgomery, boa tarde. — Digo assim que atendo a ligação.

— Senhorita Brant, aqui é Wesley.

— O que o senhor deseja? — Indago com a voz um tanto trêmula, estranhando a ligação de meu chefe.

— Venha até a minha sala, por favor.

Respiro fundo, imaginando que Dominic já deve ter o comunicado de nossa conversa, e agora ele já deve estar pronto para me demitir.

Coloco o telefone sobre a mesa, passando as mãos em minha saia preta, caminhando até a sala do meu chefe. Bato na porta, escutando-o murmurar um "entre''.

Entro na sala, observando a decoração sofisticada do cômodo. As paredes são pretas, e uma enorme janela ocupa toda uma parede, o que proporciona uma bela visão da cidade.

— Sente-se. — Diz, apontando para a poltrona a sua frente. — Hoje terá um evento do escritório, ao qual a senhorita precisa comparecer. O evento será às dezenove horas da noite. Seja pontual.

— Tudo bem. — Concordo, agradecendo por não ter sido demitida. — Alguma exigência sobre a roupa?

— Roupa de gala. — Esclarece, mantendo o olhar preso na dela do computador a sua frente.

— Ok.

— Era apenas isso, pode voltar ao trabalho.

Me retiro de sua sala, voltando para minha mesa.

Estou contente por não ter sido demitida, mas triste porque não poderei passar a noite com minha bebê. Se saudades matasse eu já estaria morta, minha vontade era de tê-la pertinho de mim. O que me tranquiliza um pouco é saber que minha amiga e Maísa cuidam muito bem dela.

Quando Bela chegou ao mundo, eu chorei como nunca tinha chorado antes. Não um choro de tristeza, mas sim um choro de felicidade, naquele dia me senti completa, me senti a pessoa mais feliz do mundo, e o melhor, conheci o amor mais puro que pode existir.

— Sophia. — Ergo o olhar, vendo Henrique a minha frente.

— Oi, senhor. O que deseja?

— Não precisa me chamar de senhor. — Diz passando as mãos no cabelo de forma atraente, sorrindo de lado. — Vim te fazer um convite.

— Posso saber do que se trata esse convite?

— Claro que sim. Esse convite se trata sobre o evento de hoje, sei que o Wesley pediu que a senhorita comparecesse. Então vim lhe perguntar se deseja me acompanhar? — Ele parece um tanto envergonhado ao me fazer o convite.

— Claro. — Sorrio.

— Então passarei na sua casa para te pegar. Tudo bem para você?

— Claro. Estarei pronta pontualmente.

— Assim espero. — Diz sorrindo. — Porque geralmente as mulheres demoram uma eternidade para se arrumarem.

— Vocês homens é que não possuem paciência para esperar. — Lanço um olhar com uma falsa indigitação para ele, sorrindo em seguida.

Você Não Soube Me Amar (Repostagem)Where stories live. Discover now