Hanz revirou os olhos e ignorou aquela pergunta, sendo que Heimel também não havia a entendido ou achou melhor não tentar entender, pois se fosse pensar nas terceiras intenções daquela pergunta, ele ia repudiar seu filho pelo resto da vida.

O moreno se postou a andar, ele não agüentava aquele lugar que cheirava a álcool e tabaco, mas foi seguido por Iago e seu pai até a rua, sendo puxado novamente.

– Diga-me, Hanz. Lá existe ouro?

– Claro que existe! – Heimel se adiantou – e porcelana, móveis…

– Cala a boca, pai!

Iago e Heimel ficaram a conversar e Hanz continuava a tentar tirar aquela idéia maluca de ir até o castelo da Fera. E estava um pouco difícil de convencer Iago que estava mais tentado a prestar atenção no filho de Heimel e levá-lo para sua casa. Mas de repente, algo reluziu e chamou a atenção do caçador, Hanz estava usando um relógio dourado muito bonito.

Ele puxou o pulso de Hanz que se assustou com aquele movimento bruto. Não tinha como desmentir agora ou então tirar o pensamento que estava alojado na cabeça de Iago, ele podia não acreditar que existia a Fera, mas agora sabia que havia dinheiro nesse tal castelo.

– Vamos hoje mesmo! Vou preparar os meus homens e você será nosso guia, Heimel. – falou Iago, voltando ao bar, avisando aos seus homens sobre o pote de ouro.

O tempo passou e Hanz foi trancado dentro de sua casa, enquanto observava o grupo de caçadores adentrarem a floresta. O moreno entrou em desespero, ele não podia permitir que matassem Kim. Aquilo era sua culpa, se ele não tivesse se esquecido de trocar suas roupas, ninguém acreditaria em seu pai.

O moreno tentou abrir a porta a chutes e socos, todavia isso apenas lhe machucou. Ele olhou para os lados em desespero e viu uma cadeira, e a pegou rapidamente, jogando-a contra a janela que era feita com uma madeira mais frágil e após insistir ele conseguiu quebrar. Saltou e foi até o velho cavalo que tinham no quintal, montando e partindo.

– “Kim… Tome cuidado!”.

Enquanto isso no castelo. O grande mestre estava jogado em sua poltrona, olhando para a rosa vermelha que estava somente com uma única pétala. No final ele não conseguiu fazer ninguém gostar dele por dentro, talvez realmente fosse uma Fera egoísta.

Estava depressivo, suspirava e pensava em Hanz, desejando sua presença. Por um momento pensou em ir até a cidade, porém não queria se mostrar para ninguém, não suportava o olhar assustado das pessoas. Não queria mais pensar na vida, logo tudo estaria acabado, a última pétala de flor cairia e ele seria uma Fera para todo o sempre.

Kim ouviu um barulho ecoar pela floresta era o som de uma bala, mas não se importou, mesmo que os sons se aproximassem de sua casa. Os passos, as vozes e o latido dos lobos pareciam estar em seu jardim e ali estavam, mas não se importou. A Fera fechou seus olhos e quando os abriu, encontrou um caçador lhe apontando uma arma na porta de seu quarto.

O olhar arregalado de surpresa de Iago não o irritou dessa vez, ele não desejava atacá-lo, não queria se comunicar e interagir com mais ninguém. Todavia acordou para a vida quando sentiu um tiro lhe atingir o peito, Kim se levantou num pulo e se desviou da cadeira que foi chutada na sua direção.

– Então é você o monstro? – indagou zombeteiro – Que criatura desprezível! Será um belo tapete!

Kim rosnou, odiando aquele comentário, ele avançou no humano, desejando fazê-lo parar de rir daquele jeito, todavia Iago era rápido, desviava de suas garras e continuava atirando, atingindo o corpo volumoso, não era difícil errar um tiro naquela Fera gigante.

O Belo e a fera ( Romance gay )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora