"Porque você é o único que pode ajudar."

A mente de Harry acelerou. Ele sabia onde estavam indo, agora. Todos do acampamento sabiam do pequeno galpão de canoa abandonado no Duck Lake. Era onde casais iam para se beijarem. Freneticamente, ele tentou lembrar tudo sobre quando Gemma o contou sobre o primeiro beijo dela. Lábios suaves eram importantes. Como também hálito fresco.

Merda, o pão de alho. Harry começou a suar quando o galpão entrou em visão. Mas talvez Louis tenha comido também. Então cancelaria, certo?

Ele não tinha dito para ninguém que era gay. Ele apenas começou a pensar de si dessa forma um pouco mais de um mês, de qualquer jeito, e até agora era tudo teórico. Até agora era tudo talvez. Até agora era Louis, Louis, Louis correndo por sua cabeça a todo momento praticamente, como o maldito tema repetitivo de Boléro. Até agora Harry estava com medo de masturbar-se por... coisas de gay. O que significava que não era oficial; ele não era oficialmente gay. Ele não queria ser. Ainda não.

"Louis..." sua voz estava rouca. Ele engoliu seco, enquanto pararam em frente à porta do galpão.

(A coisa era que, Harry conseguia dizer. Ele tinha certeza que Louis era gay, o jeito que ele andava e sua postura, o jeito que seu pulso ficava quando ele arrumava seu cabelo. Quase certo que ele pensava sobre homens, lábios de homens em seu corpo quando ele estava sozinho em sua cama ou chuveiro...)

Então, Louis pegou sua mão, e acenou em direção ao galpão. "Vamos, amor. Nós precisamos de privacidade para isso."

O coração de Harry deu um salto; seus joelhos viraram geleia quando Louis levantou o trinco e empurrou a porta chiante. Louis colocou uma mão macia na cintura de Harry, guiando-o pela escuridão, o interior empoeirado. "Então, hm..." Harry sussurrou, uma vez que a porta se fechou atrás deles. "Qual é o segredo?"

Ele conseguia ver o sorriso de Louis na penumbra, antes de andar ainda mais perto e colocar uma mão ao ouvido de Harry.

"BAAA-BA-DA-DA-DA-DA-DA-DUT-DA-DAH-DAHHH!"

Harry correu. Ele saiu correndo do galpão, lágrimas manchando seu rosto quente e seu tímpano pulsando, tentando bloquear o som da risada de Louis atrás dele.
Ele tropeçou no caminho de terra ao redor do lago, tropeçando em seus pés com pressa de fugir. A pior parte, a pior parte era que ele ainda podia sentir o toque de Louis em sua pele. E ele sabia que queria.

Quando ele apareceu para seu um-a-um com Dr. Anders, o rosto manchado e dedos tremendo, ela não disse nada. Interlochen não era realmente o lugar onde a equipe se preocupava com seus sentimentos. Eles estavam lá para ensinar música, ou atuar, ou arte... Não que Harry teria dito a alguém sobre si mesmo, mesmo que perguntassem. De alguma forma, ele passou por sua lição, jogou seu violoncelo na Dogwood e desapareceu na floresta. As folhas estavam sussurrando; as rochas estavam belas e silenciosas. Ele deu uma uma longa caminhada, sentou-se à beira do lago até que os mosquitos apareceram e o sol se pôs e ele tinha perdido o jantar.

Eu penso se ele percebeu que eu não estava lá.
Eu penso se alguém percebeu.

Marcus estava esperando por ele na varanda escura da cabine quando ele finalmente se forçou a voltar, à espreita nas sombras e apenas visível pela ponta incandescente do cigarro.

"Hey, bro," ele disse casualmente, enquanto Harry subiu os degraus.

"Hey," Harry respondeu.

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