A casa de um astrônomo nunca poderia ficar no centro, com todo aquele barulho e iluminação. Como ele iria olhar para o céu e contemplar as estrelas?

   Estacionou seu carro, que era um tanto velho demais para o quanto recebia mensalmente do governo, enquanto se xingava mentalmente por ter atropelado a lateral da cerca branca que rodeava seu terreno.

   Novamente com o garoto em seus braços, ele estupidamente tentava abrir a porta de sua casa, quase deixando as chaves caírem por duas vezes. Quando finalmente conseguiu entrar, seu cenho franziu ao perceber que a sala deveria estar completamente escura por causa das lâmpadas estarem apagas, mas não. O lugar era levemente iluminado pela luz do menino que segurava em seus braços, e aquilo não podia deixar Dean mais intrigado. Tateou cegamente a parede do seu lado direito para procurar o interruptor, que segundos depois estalou e iluminou devidamente sua pequena casa.

   Ele recebia bem para ter uma casa simples e um carro velho? Sim. Mas definitivamente seu dinheiro era todo investido em tecnologias novas para seus experimentos. Ao contrário da maioria do mundo, Dean vivia apenas para seu conhecimento, tendo no máximo oito trocas de roupas em seu guarda-roupa, nenhum aparelho doméstico luxuoso ou de última geração e uma pequena televisão, que ele não lembrava-se da última vez de tê-la utilizado. Era uma casa pequena, com uma cozinha pequena ao lado de uma sala um pouco maior. No andar de cima, havia um banheiro e somente um quarto, nunca pensou em construir uma família, então qual seria o motivo de uma casa com mais de um dormitório? Mas sua parte favorita estava logo depois daquele corredor que dava para a porta dos fundos. Era um jardim grande com uma edícula no meio, onde Dean possuía seu próprio laboratório e seu planetário particular.

   Sim, ele tinha construído seu próprio planetário, porque se tinha algo que Dean Winchester amava na vida era tudo que rodeava o planeta Terra.

   Desajeitadamente subiu as escadas, colocando o pequeno corpo daquele menino em sua cama. Ele permanecia desacordado, e Dean não sabia se estava dormindo pesadamente ou se estava em coma ou algo do tipo.

   Sem saber muito como proceder com um corpo que brilha, ele apenas correu escadas abaixo, indo em direção de seu laboratório para pegar tudo o que era necessário para ter certeza que aquilo não era radiação, ou se o menino estava em boas condições.

   Como o esperado, o aparelho marcava a quantidade mínima de Sv, o que era o normal da casa de Dean, por causa de poucos experimentos explosivos que já tinham feito grandes estragos em seu laboratório. Então aquilo não era radiação e o menino deitado em sua cama realmente emitia luz própria.

   Dean mediu a temperatura do corpo, que já tinha aumentado para um calor normal de 36,5º. Seus batimentos cardíacos estavam calmos e aparentemente normais, apesar de Dean fielmente achar que o menino não estava respirando.

   Mas o que era respirar perto de emitir luz própria?

"Hey." Dean cuidadosamente cutucou o ombro do menino, não recebendo resposta alguma. "Você precisa acordar."

   Agora ele realmente tinha um problema em mãos. Aquele garoto não acordava. Ele simplesmente não acordava! Não foi por falta de tentativas, Dean o sacudiu, falou alto, jogou água, e todos os métodos saudáveis de como acordar alguém. E mesmo assim aquele corpo não se movia voluntariamente.

   Completamente derrotado com a ideia, decidiu vestir o menino, porque ele ainda continuava completamente nu em sua cama, e definitivamente não era de uma forma boa, porque Dean praticamente transpirava de nervoso. Seus olhos vagaram pelo quarto, tentando ignorar o fato de que tinha grandes possibilidades daquele garoto ser menor de idade e assim que ele resolvesse acordar iria adorar prestar queixa por abuso sexual. O que era um absurdo total! Dean jamais faria algo assim, então ele dividiu-se entre vesti-lo de uma vez ou apenas cobri-lo com o edredom. Nas duas questões ele acabaria atrás das grades, se o menino fosse prestar queixa. Isso só o fez revirar os olhos e pegar de uma vez uma boxer e um conjunto de moletom, levando poucos segundos para vesti-lo, obrigando-se a fazer quase tudo de olhos fechados.

Elsewhere Thereabouts (E.T.) ➸ destiel versionWhere stories live. Discover now