Capítulo seis - Mudanças no Quadribol a partir do Século XIV

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Zacarias Mumps conta que o campo do século XIV era um ovoide, de cento e cinquenta e dois metros de comprimento por cinquenta e cinco de largura, com uma pequena área circular de aproximadamente sessenta centímetros de diâmetro ao centro. Ele conta, ainda, que o juiz (ou quijuiz, como era conhecido então, fosse homem ou mulher) levava as quatro bolas ao circulo central rodeado pelos quatorze jogadores. No momento em que as bolas eram liberadas (a goles era atirada pelo juiz - veja "Goles" mais adiante), os jogadores levantavam voo a toda velocidade. No tempo de Mumps, os gols eram marcados em enormes cestas presas no alto de postes, conforme vemos na Fig. C.
Em 1620, Quíntio Umfraville escreveu um livro intitulado O Nobre Esporte dos Bruxos, no qual havia um diagrama do século XVII (veja Fig. D). Nele vemos o acréscimo do que hoje conhecemos com "pequena área" em cada extremidade do campo (veja "regras" adiante). As cestas no alto dos postes eram muito menores e mais altitudes do que no tempo de Mumps.
Por volta de 1883 as cestas deixaram de serem usadas para a marcação de gols e foram substituídas pelas balizas que hoje usamos, uma inovação noticiada pelo Profeta Diário da época (veja adiante). A partir daí o campo de Quadribol não sofreu nenhuma mudança.

Fig. D

Devolvam as nossas cestas!
Era o que gritavam os jogadores de Quadribol em todo país, ontem à noite, quando se tornou evidente que o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos decidira queimar as cestas usadas a séculos no Quadribol para a marcação de gols.
"Não vamos queimar as cestas, não exagerem", disse um represente do Departamento com ar irritadiço à noite passada quando lhe pediram que comentasse a notícia. "As cestas, como vocês devem ter observado, são fabricadas em diferentes tamanhos. Constatamos que é impossível padronizar o tamanho das cestas de modo a igualar as balizas de gol em toda a Grã-Bretanha. Sem dúvida vocês são capazes de perceber que é uma questão de justiça. Quero dizer, há um time nas proximidades de Barnton que prende cestas minúsculas às balizas do time adversário, em que não se consegue acertar nem uma uva. Em contraposição, nas balizas deles há verdadeiras cavernas de vime balançando para lá e para cá. Não é direito. Definimos aros de tamanhos fixos e já está decidido. De forma certa e justa."
Nesse momento, o representante do Departamento foi obrigado a se retirar sob uma saraivada de cestas atiradas por manifestantes furiosos que se aglomeravam no saguão.
Embora duendes agitadores tenham levado a culpa pelo tumulto que se seguiu, não resta dúvida que esta noite os fãs de Quadribol em toda a Grã-Bretanha estão chorando o fim do jogo que conhecíamos.
"Não vai ser a mesma coisa sem as cestas", disse com tristeza um velho bruxo de bochechas redondas e coradas. "Eu me lembro de que quando era rapaz, costumávamos atear fogo nas cestas durante as partidas só para nos divertir. Não se pode fazer isso com os aros. Acabaram com a metade da graça."

Profeta Diário, 12 de fevereiro de 1883

Bolas

A Goles
Sabemos pelo diário de Trude Keddle que a goles, desde o início, foi feita de couro. Mas, das quatro bolas do Quadribol, ela é a única que não foi enfeitiçada desde o início, era apenas uma bola de retalhos de couro, muitas vezes com uma alça (veja Fig. E) porque devia ser agarrada e atirada apenas com uma das mãos. Algumas goles antigas possuíam furos para os dedos. Porém, com a descoberta dos Feitiços Prendedores em 1875, as alças e furos para os dedos se tornaram desnecessários pois o artilheiro podia manter a mão presa no couro enfeitiçado sem qualquer auxílio.
A goles moderna mede trinta centímetros e meio de diâmetro e não tem costuras. Foi pintada de vermelho, pela primeira vez, no inverno de 1711, depois de uma partida em que a chuva pesada a tornou indistinguível do chão lamacento todas as vezes que caía. Acresce que os artilheiros estavam cada vez mais irritados com a necessidade de mergulhar continuamente até o chão para recuperar a goles todas as vezes que não conseguiam agarrá-la, por isso, pouco depois da goles ter mudado de cor, a bruxa Margarida Pennifold teve a ideia de enfeitiçar a bola de modo que, quando caísse, descesse lentamente em direção ao chão como se estivesse afundando em água, o que permitia que os artilheiros pudesse agarrá-la ainda no ar. A "goles Pennifold" continua em uso até hoje.

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