- Ela está lá em cima com Tracy, esqueceu que são amigas? - ela ergueu uma sobrancelha.

- Ótimo vou falar com...

- Você vai subir pro seu quarto e ficar quietinha lá dentro, nem pense em incomoda-la por hoje, ela precisa de um pouco de paz após todo esse mal entendido. - murmurou ao interromper-me.

- Tá, tá bom. - revirei os olhos.

Era mais que óbvio que não dormiria sabendo que Hayley estaria no quarto ao lado, estava me sentindo mal, afinal era realmente pra ter sido um dos melhores dia de sua vida. Vi o sol nascer da sacada, passei a noite em claro pensando no que fazer para não ficar nesse clima chato com ela. Fiz minha higiene matinal, me troquei e logo sai do quarto em direção as escadas, Steban tratou de me ajudar a descer e quando me dirigi para a sala de jantar para tomar meu desjejum dei de cara com todas elas a mesa, inclusive Hayley que me olhou e logo fez de conta que eu não estava ali.

- Vem, junte-se a nós. - pediu Tracy me olhando.

- Estou sem apetite. - respondi virando a cadeira para me retirar - Ah! - olhei de volta para elas em especial para Hayley - Me desculpa por ontem anoite, creio que se tivesse no meu lugar teria ficado furiosa também, apenas não aceito o fato de outra pessoa tocar seus lábios. É isso, bom dia! - me retirei em seguida.

Eu tinha que ceder em algum momento, deixar a raiva e o ciúmes de lado para enfim ficar bem com ela de novo. Chamei Steban que já me aguardava com o carro pronto para poder me levar a fisioterapia, estava confiante hoje, algo me dizia que teria boas notícias.

- Muito bem, que pena que Hayley não veio para ver isso, está progredindo muito. - dizia o fisioterapeuta enquanto via alguns exames - Vamos fazer mais alguns testes está bem.

Fiz tudo conforme foi pedido e pelo visto progredi bastante mesmo, estava orgulhosa de mim mesma. Em seguida após horas de fisioterapia nos sentamos para conversar na sala dele que anotava tudo sem dizer nada, aquilo estava me deixando aflita, pois queria saber quanto ainda faltava para eu poder me livrar da cadeira de rodas.

- E então doutor? - perguntei já sem aguentar esperar nem mais um minuto.

- Tem certeza que sofreu mesmo aquele acidente horrível? - perguntou de volta - Você devia agradecer por estar viva e se recuperando bem porque nem era pra você estar andando.

- É possível que deram diagnóstico errado? - questionei curiosa.

- Talvez tenha apresentado paraplegia nos exames, o que me questiono é se realmente estava paraplégica, porque seus resultados com a fisioterapia tem sido muito rápidos e ótimos. - explicou.

- Isso é ruim? - questionei de novo.

- Tá brincando? Isso é perfeito, tem idéia que em tão pouco tempo se tudo correr bem poderá estar andando como fazia antes? Bom de princípio precisará da ajuda de muletas, sinta-se abençoada. - ele sorriu.

- Como isso pôde acontecer? Achei que passaria o resto da minha vida na cadeira. - indaguei confusa.

- Não quebre cabeça com isso, apenas aproveite essa nova chance. - aconselhou voltando a fazer anotações.

Se eu acredito em milagres? Talvez, ainda mais depois disso. Ou talvez tenha sido apenas sorte, afinal o cinto de segurança e os airbags me ajudaram e muito.

Quando eu cheguei em casa e cheguei na sala de tv queria tentar entender o que estava se passando nesse momento, Penny estava na minha sala, beijando a minha irmã.

- Pelo visto eu só descubro as coisas dessa forma não é? - indaguei assustando as duas.

- Taylor eu posso explicar. - disse Tracy levantando-se.

Que Sorte a Nossa (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now