Cap. 4 - Sequestro ou Resgate?

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– Você está me seguindo e eu vou fazer um boletim de ocorrência. – Tiro minha mão da dele rapidamente, não quero me acostumar com esse toque, mesmo parecendo natural sinto que é errado. Culpa talvez. – Sabia que perseguição é crime? – Eu estava mais calma, mas eram tantas perguntas a serem feitas. – Por que está me vigiando? Porque não me deixa em paz? – Comecei a chorar apavorada, não só pela aproximação dele, mas também por eu simplesmente achar que a vida precisa seguir, e isso me assusta muito.

Theo além de me tirar do sério, me tira do perigo, me tira da órbita. De várias formas ele consegue chamar minha atenção, por isso, meus sentimentos estão a flor da minha pele.  Eu preciso superar!

– Calma, Grazi. Não chora! Eu detesto ver mulher chorando, nunca sei o que fazer. – Ele passa sua mão em meu rosto e seca às minhas lágrimas – Calma, não fica assim. – Ele me abraça.

– Para, Theo – Falo quase sem forças. – Só quero ficar em paz, por favor, entenda isso! Não quero nada com você. Desista de mim, eu não sou as mulheres que você deve estar acostumado. Sofro de uma tristeza incurável. Nesse caminho não encontro o retorno. Preciso ficar sozinha, sabe?

– Sozinha jamais terá paz. Eu posso te ajudar! Senta aqui. – Direcionou–me para os pés da cama e buscou um copo que estava no criado mudo. – Toma essa água. Quer um remédio para dor de cabeça? – Faço que sim – Você deve estar sentindo uma dor terrível, misturou um monte de bebida ontem. – Incrível como ele sabe de tudo. – Toma esse remédio aqui, é para enxaqueca, em menos de quinze minutos já começará a fazer efeito. – Ele se agacha em minha frente e fica me olhando, como se eu fosse um monstro. Alguém que ele quisesse estudar. Um ser de outro planeta talvez.

Tomo o medicamento e a água, respiro fundo. – Me sequestra e quer me dar remédio para que eu me sinta melhor? – Falo com um pouco de... doçura talvez.

– Para de ser tonta. Não te sequestrei sua louca, te salvei! – Ele sorri passando o polegar em minha mão.

– E porque estou vestida assim? Na casa de uma pessoa estranha? Contra a minha vontade? Isso para mim é sequestro. – Observo.

Ele não tem cara de quem me faria mal. Olhando bem, parece inofensivo. Mas só parece, porque o biotipo dele evidencia o contrário.

– É um resgate. O resgate da fera ferida. – Levantei rapidamente. Não suporto que fiquem tirando onda com a minha cara. – Calma, calma. É brincadeira! Amigo, amigo! – Ele anda atrás de mim.

– O que aconteceu com a gente? – Falo um pouco mais alto. – Mas quero saber mesmo.

– Já disse: nada! Sou um homem honrado. Não me aproveito de mulheres desfalecidas. Faço só o que elas me deixam fazer, por isso, precisam estar acordadas.

– Por que estou com essa roupa?

– Porque te dei um banho. Você estava molhada, com frio e suja! Estava toda vomitada. – Santo Deus! Ele me deu banho?

– Indelicado. – Falo com vergonha, puxa ele me deu banho. Não, não pode ser.

– Indelicado era seu estado lamentável ontem. – Segura minha mão e me arrasta quarto a fora.

– Duvido que me deu banho e não se aproveitou, seu idiota! Não chega perto de mim. Nunca mais! – Tento  me impor, mas é inútil e ele não dá a mínima para minhas mal criações.

– Não foi isso que falou ontem: "Theo você é um babaca tão bonito!", "Theo me beija e faz eu esquecer ele!", "Theo meu telefone é tal", "Theo eu aceito tomar o café com você". – Ele fala tentando imitar minha voz e é até engraçado.

Simplesmente Me Abrace - DEGUSTAÇÃOWhere stories live. Discover now