Capítulo 57

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Miguel

Eu estava totalmente dependente das pessoas para qualquer coisa que eu fosse fazer .. Mas antes depentende vivo, do que morto. Meu pai estava estranho e eu sentia isso, alguma coisa estava acontecendo com ele, e este não queria me falar, mas eu iria descobrir, de um jeito ou de outro. Me ajeitei com dificuldade na cama e gemi de dor, respirei fundo e fechei os olhos.

- Tudo bem?

Encarei a Juliane que tinha acabado de entrar no quarto e sorria.

- Sim.

- Trouxe chocolates. - Sorriu. - E não se preocupe, tive a autorização do médico.

- Você receberia qualquer tipo de autorização Juliane, você manda e desmanda aqui.

- Enfim. - Ela sorriu e se sentou na beira da minha cama. - Como você está meu amor?

- Estou bem, só quero sair daqui logo.

- Sua respiração está indo bem, tenho certeza que logo poderá ir para casa.

- Tomara!

Ela sorriu e acariciou meu rosto.

- Fiquei tão preocupada quando descobri que tinha sofrido acidente.

- Imagino!

- Você está estranho, o que foi?

- Vou te fazer uma pergunta Juliane e espero que me responda com a verdade!

- Claro meu amor, pode dizer.

- Você estava ou não grávida?

Seus olhos se arregalaram e sua boca abriu, ela engoliu em seco e deu um sorriso sem graça.

- Cla-claro que sim, de onde tirou essa ideia que não? Se não fosse por aquela marginal, eu estaria com meu filho aqui ainda.

Ela tocou a barriga e eu estudava seu expressão.

- Quando somos advogados Juliane, aprendemos a estudar as pessoas e a identificar quando elas estão falando a verdade ou mentindo e você está mentindo!

- Você só pode estar delirando!

- Não, não estou! Seu problema foi achar que eu sou idiota! Um dia eu iria descobrir.

Ela se levantou da cama e me deu as costas, vi a mesma respirar fundo e se virar novamente pra mim, com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu estava com suspeitas, mas quando fiz o teste tinha dado negativo e cheguei a falar isso com sua mãe e ela me aconselhou a sustentar essa mentira, disse que isso te deixaria mais próximo de mim e assim eu poderia reconquistar o seu amor. Eu estava desesperada Miguel, estava te perdendo para aquela selvagem e eu não podia fazer nada em relação a isso, eu só queria ficar com você.

- Mentindo? Me enganando? Me fazendo amar uma criança que se quer existia? Que tipo de pessoa você é Juliane? Não sabia que você fazia o estilo manipuladora.

- Eu não faço, não sou assim! Mas quando a gente ama, é capaz de tudo por amor.

- Até inventar uma gravidez! Era tudo fingimento, tudo mentira, cada desmaio, enjôo, desejo no meio da madrugada que me tirava da cama para te atender, e aquela barriga? Era falsa?

Aurora: A redençãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora