Phoenix: A Deusa Esquecida

Capítulo 9 - Uma ninfa e um pássaro chamado Berry

O loiro continua caminhando sem olhar para trás. Piper apenas observava o que ouve.

- Nossa... Que clima tenso de repente – comenta Piper ao ver Theo se afastar furiosamente e em seguida se volta para Jenne, que fita o chão – Eu pensei que namoravam, pelo jeito como se tratam e tudo mais...

- Não... E que... É meio complicado – responde a platinado brincando com uma mexa de seu cabelo e dá um longo suspiro – Eu quero um tempo para pensar nisso tudo, entende?

- Oh, entendo... Mas um conselho? Não o faça esperar tanto por uma resposta, pois vai ter uma hora que ele vai se cansar.

-...

- Acho melhor você o deixar esfriar a cabeça. – aconselha Píper se aproximando da platinada e a ajudando a se levantar – Bem, vamos nos distrair um pouco também... A gente pode andar de pégasos. O que acha?

- Pégasos? São os... Cavalos com asas? – diz Jenne e a morena concorda com um gesto e as duas caminham em direção aos estábulos.

- Só não os chame assim quando estiver perto deles. Os pégasos se magoam facilmente – diz Píper – E também se não quiser ser derrubada no céu.

★☆★

Theo caminhava sem um rumo aparente chutando algumas pedrinhas pelo chão, chateado pelo fato de Jenne continuar dizendo que não tinha nada entre eles. Era sempre assim, quando finalmente ele achava que ficariam juntos, no final sempre acontecia acho que os impedia de namorados. Da primeira vez foi quando eles ainda moravam na cidade natal, no Arizona.

~Flashback On~

Era o começo do inverno, uns dias antes de Theo e Jenne entrarem de férias, e ao invés de irem direto para suas casas, eles passaram primeiro da lanchonete que ficava uma quadra depois da escola. O loiro estava bastante ansioso e enquanto esperavam o seus pedidos, ele tamborilava sobre a mesa. Há um tempo –desde 06ª série- ele vinha tentando superar a timidez e falar o que sentia pela amiga, e só dois anos depois ele conseguiu.

- Theo, o que está acontecendo? Você está bem nervoso do que o normal – comenta Jenne. Ela vestia um sobretudo cor-de-rosa, um gorro preto, botas, e luvas brancas. Theo usava um moletom cinza por cima de uma blusa azul de mangas cumpridas, jeans escuros, botas marrons, um gorro cinza e cachecol.

- E-eu? N-não... Deve ser coisa da sua cabeça Jê – diz o menino sorrindo nervosamente e Jenne parece acreditar, voltando a olhar no cardápio. Theo abre a mochila e tira de lá um cartão em forma de coração e um anelzinho, então ele se levanta da mesinha – N-na verdade... Jenne eu queria...

Antes de ele terminar sua frase, o celular da garota toca e na segunda chamada ela atende.

- Alô...? Ah, oi mãe! Estou na lanchonete perto da escola – diz Jenne e ela faz um gesto para que Theo esperasse e volta a conversar animadamente com a mãe -... Espera! Iremos viajar pra onde?! Que legal! E-eu estou indo já para casa!

Ela desliga o telefone e o coloca no bolso no casaco, e se levanta as pressas, mas antes volta e dá um beijo estalado na bochecha do garoto e diz:

- Não tenho muito tempo, Tetê... Mamãe disse que vamos viajar para Inglaterra! Não é demais?! Papai tem alguns negócios para resolver por lá, e vai levar nós duas – diz a garota animada e vai em direção á saída do estabelecimento – Avisa a Pietra por mim? Mando mensagem, beijos!

Ela sai correndo, deixando o loiro olhando para o nada por alguns instantes, e em seguida olha para o cartão e o rasga. Ele pede para embrulharem seu lanche e caminha soturnamente pelas ruas.