Capitulo 1

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  ➷➸➹  

    Ally havia acabado de terminar o ensino médio, e em pleno verão sua mãe resolveu casar-se com um homem que quase não conhecia, tinha até suspeitas de ela estar sendo controlada. Tudo bem que o cara mora numa mansão, mas para ela, nada superaria sua antiga vida em uma cidade grande, trocar arranha-céus por Arvores e asfalto por terra realmente não fazia seu estilo, mas pela felicidade de sua mãe faria esse esforço. A primeira impressão do lugar não foi boa, a casa era espaçosa e silenciosa, muitos quartos, muitos cômodos, pelo tamanho do lugar tinha em mente que a família seria grande, mas só foram recebidas pelo seu novo "pai" e o mordomo. Seu quarto como já esperado,  era enorme, com uma vista ampla do quintal, seria perfeito em tempo de lua cheia.

    Como previu, sua mãe sumiu com o novo homem e ela ficou só. Resolveu explorar a casa, e apenas naquele corredor do seu quarto contou mais onze portas. Desceu as escadas e deu uma boa olhada no salão principal, depois foi para o jardim, que era imenso, quase como um campo de futebol, caminhou por muito tempo, e dando a volta na casa encontrou uma grande porta que lhe chamou a atenção, aparentava ser grossa, e tinha uma fechadura reforçada.

— Que tipo de monstro eles devem esconder aqui? — Brincou, sorrindo consigo mesma.

    Aproximou-se da porta querendo analisar a fechadura, mas no momento em que ia tocá-la sentiu um olhar pesado sobre si, virou-se e viu uma mulher que aparentava ter seus trinta anos, encarando-a de cara feia, e continuou lá parada por alguns segundos que pareceram horas, até que por fim a mulher virou-se e foi embora,Ally  resolveu deixar aquela porta para lá, entrou na casa por uma porta dos fundos que não sabia que existia , deu de cara com o cozinheiro que segurava uma enorme faca, ficou parada na porta perguntando se deveria ou não passar por ele. Ao perceber que tinha visita, o cozinheiro levantou o rosto e no instante em que sorriu, todo seu ar sombrio foi embora.

—Você deve ser a nova moradora. — Falou, colocando a faca na mesa e indo em direção a Ally. — Acho que já percebeu que sou o cozinheiro.

—Desculpa, não queria ter invadido a sua cozinha assim, eu só estava...

—Tudo bem, agora a cozinha é nossa! Pode vir aqui sempre que precisar.

legal, um amigo! — Pensou.

—Você ta precisando de algo? Quer comer? Deve estar com fome por causa da viagem.

—Não, estou bem. Obrigada pela hospitalidade.

—Nada, mas ao menos leve está maçã. —Disse pegando uma maçã que estava enfeitando o topo de uma fruteira e jogou-a para Ally que a agarrou no ar. —A saída é por ali.

    Ally continuou andando pela casa, entrava em uma porta e saia por outra. Nessa brincadeira passaram-se horas e ela nem percebeu. De repente já não entrava luz pelas janelas, tomando nota do caminho que percorreu, deu-se conta de que não fazia idéia de onde estava, pegou o celular na tentativa de ligar para a mãe, mas naquela parte da casa não tinha sinal, apenas com a luz fraca do celular foi tateando a parede em busca de um interruptor, até que chegou em uma parede que a fez parar, parecia ter sido pintada recentemente e uma estranha força emanava de lá. Ao tocar nela foi transportada para uma sala com iluminação amarelada, nas paredes haviam riscos feitos com sangue, e bem longe se ouviam gritos, sentindo seu corpo gelar de medo, gritou, correu de olhos fechados ate que esbarrou em alguém que a segurou pelos ombros, mas antes que ele falasse algo, ouviu a voz de sua mãe, desvencilhou-se daqueles braços fortes e correu de encontro a ela.

—O que foi, All? —Perguntou, preocupada.

—Mãe, eu estava...

—Não me diga que você tem medo do escuro. —Klaus interrompeu.

O despertar da caçadora Onde histórias criam vida. Descubra agora