Cheguei a casa a noite e o encontrei na sala assistindo desenhos animados. Quando me viu veio correndo.

- Papai! Que bom eu o senhor já chegou. Eu já estava com saudades.

- Ele não quis comer porque queria te esperar, Miguel.

- Tudo bem, Ana. Filho o pai vai só tomar um banho e volta para jantar.

Jantamos os três na mesa, a Ana faz parte da nossa pequena família, sempre foi e sempre será.

- Papai, o Vitor veio me pedir desculpas pelo o que ele me disse outro dia. A tia disse que ele tinha que me pedi senão ficaria de castigo e que qualquer coisa eu podia reclamar com ela.

- Isso filho! - Incentivei - qualquer coisa que acontecer na escola você tem que falar logo com a sua professora.

- Papai, o Vitor também me disse que a gente vai jantar na casa dele e que você também será o pai dele. Isso é verdade?

- Mas como...

- Miguel, quando íamos saindo da escola uma mulher se apresentou dizendo ser a mãe do Vitor e querendo conhecer o filho do Miguel. E dizendo que queria que os meninos fossem mais amigos.

- O Vitor não é meu amigo. Ele é mau e gosta de ficar perturbando todo mundo. Eu não gosto dele e não gostei da mãe dele também. O Vitor disse que tudo que ele faz a mãe acha engraçado. Não é engraçado ficar zombando do outros. Né papai?

- Não, meu filho não legal fazer isso. Isso machuca as pessoas. - disse pensando com quem queria juntar meu filho. A Andreia me convidou achei legal de sua parte, mas expor meu filho a situações desagradáveis jamais.

- Papai posso dormir com o senhor hoje? - perguntou se tirando desses pensamentos.

- Claro que pode meu filho sempre que você quiser.

- Ou até seu pai arrumar uma namorada. - Disse a Ana me jogando uma indireta. Ela sempre faz isso para me incentivar a ter uma namorada.

- Quando ele conhecer a minha mãe eu deixo ela dormir com ele, mas só ela. - disse com os olhinhos cheio de esperança e isso está me deixando cada vez mais me preocupando. Essa obsessão em algum momento não fará bem para ele.

Na manhã seguinte deixei-o na escola e segui para a visitar o novo fornecedor. Passei na casa do Davi para irmos juntos, afinal nessa parte ele poderia falar melhor que eu. Uns quarenta minutos depois estamos adentrando numa parcela muito bem cuidada e organizada e logo o senhor José veio nos atender. Foi com ele que falei durante a negociação. Ele nos levou até seu filho Gabriel o principal responsável pelo cultivo e colheita. Esse nos explicou tudo o que deveríamos saber sobre os procedimentos utilizados os quais não incluía agrotóxicos.

Estávamos voltando para sede quando vi de relance uma mulher morena e logo me lembrei da mulher do restaurante e essa se parecia muito com ela. Meu coração errou uma batida só de imagina-la. Estava muito longe e não tinha como afirmar com certeza. E também seria muita coincidência encontra-la aqui.

Quando entramos no local dei de cara com uma garotinha muito esperta que estava enchendo o senhor José de perguntas.

- Vovô para que selve isso? - disse com um grampeador na mão.

- Livia, não mexe onde não deve. Isso pode te ferir e prender seu dedinho aqui.

- Pai, porque que ela está aqui? - perguntou Gabriel se irritando.

- A Lucélia teve que ir resolver uns assuntos com o advogado e não quis deixar a pequena em casa com a Joyce.

Escutei a conversa de olho na menininha. Ela era muito esperta. Tinha os olhos curiosos e nada passava despercebido por ela.

- Oi menina bonita.

- Oi, como é o seu nome? - disse com olhos em cima de mim.

- Miguel e o seu?

- Livia, mas minha mamãe me chama de Liv. Voxê também pode me chamar assi. Gostei de voxê.

- Que legal! Então tá Liv. Quantos aninhos você tem?

- Tles! Assi ô - e mostrou os dedinhos. Ela era muito meiga.

- Vamos cara já acertei tudo por aqui. - O Davi me espertou do encantamento daquela princesa. Quando a vi esqueci de finalizar o negócio e se não fosse o Davi ainda iria fazer todo os processo.

- Vamos. Tchau princesa - disse acenando para ela que correu e abraçou minhas pernas.

- Você parece um plíncipe - disse me olhando. Abaixei-me até ela e a abracei, a sensação daquele abraço era mágico meu peito se encheu de carinho, e me suspendi. Beijei sua bochecha com carinho.

Sai de lá com a sensação de que seria bom ter uma filha um dia. Quem sabe ela não sei seria assim feito a Liv. Esperta, amorosa e muito meiga.

Anjos na Minha Vida - 1º livro da série "Laços que nos une"Where stories live. Discover now