capítulo 1

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Miguel

Morar numa cidade de interior tem lá suas vantagens como, por exemplo, todos se conhecem, o lugar é tranquilo e tem sempre alguém disposto a ajudar quando é preciso. Mas, por outro lado todos acabam sabendo de sua vida e falam como se tivessem o direito de se intrometer onde não é chamado. Bom, eu moro aqui desde criança e já deu para perceber o quanto da minha vida as pessoas sabem ainda mais quando se é abandonado com filho bebê nos braços e se tem uma mãe extremamente ciumenta e protetora. Combinação perfeita para espantar metade das mulheres corajosas que se dispõem a ter algo comigo e quando conhecem a dona Teresa nunca voltam para contar o que aconteceu. Outras até estão dispostas a enfrentar a fera, mas quando conhecem o meu pequeno Lucca não querem ter um compromisso desse e ficar com o pai significa leva-lo como bônus e algumas mulheres, de hoje em dia, não estão dispostas a dividirem a atenção de seus companheiros com filhos que não são seus.

Então, você deve estar se perguntando porque deixo que isso aconteça. Simples, se é para ter uma mulher ao meu lado que interfira no meu relacionamento com meu filho é melhor mesmo que vá embora e isso a dona Teresa já faz sem eu mandar. Por outro lado, ainda não encontrei a mulher que faça meu coração bater mais forte e para envolver meu filho que já sofre pela falta de uma mãe é melhor eu ter certeza dos meus sentimentos e não provocar falsas esperanças no meu pequeno.

Levanto-me cedo e logo vou até o quarto do meu filho, o meu presente de Deus. Não consigo parar de pensar nele. Assim que acordo e sempre que posso saio do trabalho eu venho vê-lo. Procuro sempre está ao seu lado e enche-lo de atenção e de amor o máximo possível. O meu menino sente muita falta de uma mãe e procuro preencher todos os espaços para que não sinta tanto essa falta.

- Bom dia mini-mim!!! Acorda meu pequeno já está na hora de ir para escola. - Digo abrindo a janela do seu quarto.

- Não papai. Deixa eu dormir mais um pouco. A tia disse que não vai ter aula hoje esqueceu? - Disse cobrindo o rosto.

Realmente tinha esquecido meu dia ontem foi muito tumultuado e nem me organizei para aproveitar o dia com meu filho agora terei que o levar ao trabalho. Embora isso seja uma festa para ele.

- Vamos. Levanta mini-mim você vai ter que ir comigo para o restaurante. - Acabei de falar com ele rindo de mim.

- Oh, papai! Você fica engraçado quando me chama assim!

- Ah é? E você vai sofrer por estar rindo do seu pai. A garra vai atacar! - Disse fazendo muitas cócegas no seu corpinho que logo se acaba na brincadeira. Ele é tão leve que com um braço só consigo levantá-lo.

- Por que o senhor me chama assim papai? - Disse entre os risos.

- Porque você é a minha cara. E eu adoro isso! É uma versão de mim pequena.

- Eu te amo papai!

- Também te amo muito. Agora vamos levantar que você vai ao restaurante comigo, a Vó Ana está de folga hoje e você não pode ficar sozinho.

- Eu posso pai eu já sou grande e forte. - Disse fazendo força como o Hulk.

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Chegamos ao restaurante no meio da manhã, porque sair com o Lucca para meu trabalho significava sair com mala para uma semana inteira. Ele sempre fica com o Davi, na cozinha e adorava se sentir importante quando o deixam "ajudar" na cozinha. E em poucos minutos o menino está mais branco que antes, molho pela camisa e tinha que sair praticamente obrigado da cozinha quando me dava conta do estrago. Mas o meu instinto de pai falou mais alto quando resolvi fazer uma área de diversão para ele com televisão, brinquedos, escorregador, parede de escalar e muito carrinhos os quais adora. Assim poderia leva-lo para o restaurante sempre e sem surtar o que era muito melhor.

Anjos na Minha Vida - 1º livro da série "Laços que nos une"Onde as histórias ganham vida. Descobre agora