Na escuridão de mim mesma

Prólogo

Chego à boate muito tarde, passo direto pelos seguranças que logo colocam a pulseira Vip em mim. Entro e encontro Eduardo com um grupo de amigos e muitas amigas, cada uma mais sex do que a outra.

--- Ora, ora, ora --- Samuel se levanta e vem me cumprimentar. --- Quem é vivo sempre aparece! --- Fala estendendo a mão para mim.

--- Olá, Samuel, como você está? --- Estendo e aperto sua mão firmemente.

--- Muito bem! Seja bem vindo de volta a "Liveres". Faz muito tempo que você não vem aqui. Comecei a pensar que tinhas algo contra meu estabelecimento já que sei que frequenta outros. --- Fala em tom de brincadeira.

--- Não se preocupe! Hoje vou aproveitar para me arrepender de não ter vindo aqui antes. --- Digo em tom mais brincalhão.

--- E aí Andrey?! Pensei que não vinhas mais. --- Desta vez foi Eduardo a brincar.

--- Bem... Eu disse que vinha, não disse? --- Sorrio e nos damos um leve abraço.

E assim foi a noite quase toda. Confesso que no começo estava achando até legal a conversa, a bebida e a companhia, mas depois estava começando a ficar entediado. Resolvi sair para encontrar uma companhia mais... Proveitosa. Não que as duas morenas que estavam conosco não fossem boas, mas a conversa delas, realmente, não me interessava.

Fui andando em meio à multidão, algumas mulheres me olhavam com desejo, outras se ofereciam abertamente e outras enfiavam seus números em meus bolsos. É claro que eu não me importava e quando chegar em casa, provavelmente, jogarei todos os papeizinhos fora. No entanto, agora, precisava apenas encontrar alguém pra me divertir.

Continuei andando e cansado por não ter encontrado ninguém de meu interesse, estava me preparando para ir embora. Foi então que a vi, em uma mesa, afastada de todos, só com a companhia de uma garrafa de vinho. Parecia querer ficar sozinha e como um bom caçador eu vi que ela era perfeita: seus cabelos eram negros, longos e ondulados, não tinha certeza se seus olhos eram negros ou castanhos escuros, mas sua pele... Ah! Esta dava pra perceber de longe o quanto era branca, talvez um pouco pálida, porém, assim mesmo, perfeita. Parecia uma deusa grega.

Resolvi que ficaria observando-a. Ela parecia perdida em seus pensamentos, alguns homens a olhavam, eu sei que também haviam notado sua beleza e seria uma questão de tempo até algum deles criasse coragem de si aproximar. E como eu não gosto de perder, ela seria minha. Podem ter certeza que até o final da noite ela estaria pedindo por mais. Foi aí que percebi que ela também havia me notado, olhou dentro dos meus olhos e eu nos seus, mas não deu muito tempo para decifrá-la, pois desviou o olhar rapidamente, me ignorando por completo. Isto só fez com que eu a quisesse bem mais. Tomei uma grande dose de Whisky, caminhei até sua mesa e fiquei em pé esperando que dissesse algo, mas ela não disse.

--- Posso lhe fazer companhia? --- Não esperei ela responder e fui logo sentando. --- Ela continuou tomando seu vinho, como se eu nem existisse e então continuei. --- Há muitos lobos a espreita só esperando para agarrar algum cordeiro inocente. --- Dou-lhe meu melhor sorriso.

Com isso, ela finalmente, me olha nos olhos, mas ainda não deu pra saber se eles são negros ou castanhos, talvez por causa da escuridão onde ela se encontrava, mas isso descobrirei mais tarde. Apesar de me encarar, seu olhar é perdido, mas seu rosto é tão perfeito que quase não consigo me concentrar no que vim fazer nesta mesa. Tive a ligeira impressão de tê-la visto antes.

--- Você é o que afinal? --- Interrompe meus pensamentos me perguntando sem dar nenhum sorriso.

--- Não entendi? --- Pergunto confuso.