Vivendo de Inventar!

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Escrevendo para leitores da geração streaming.

Quando eu publiquei meu primeiro livro em 2000 a única coisa "digital" que eu tinha era um email gratuito do BOL.

Eu tinha escrito um livro de terror e publicado meu primeiro livro direto numa gráfica porque nenhuma editora queria colocar "Os sete" nas prateleiras das livrarias em 99. Como eu já tinha escrito "O Senhor da Chuva" em 98 (e recebido as mesmas cartinhas pelo correio dizendo que meu livro não era bom o bastante para ser publicado...) percebi que o melhor caminho era eu mesmo me tornar meu editor.

O pior é que uma dessas editoras, das grandes, disse que não ia publicar "Os sete" porque leitores brasileiros não gostavam de ler terror escrito por brasileiros.

Aquilo, ao contrário de me desencorajar, só serviu de combustível para a minha determinação em publicar meu livro. Acendeu uma chama dentro de mim. Eu não concordava com aquela ideia. Se uma história é legal e bem contada eu não quero nem saber onde o escritor ou a escritora nasceu, o que eu quero saber é como a história termina e se o protagonista ou a protagonista se dá bem no final!

Ainda bem que dei ouvidos ao meu talento e persisti na ideia de fazer o possível para ter o meu livro publicado. O problema é que eu era apenas um atendente de telemarketing em 99 e ninguém me conhecia no mundo dos livros. Contudo, quando "Os sete" chegou as livrarias dos shoppings de São Paulo foi um enorme sucesso. Claro que começou devagar, poucas reposições por mês, mas elas começaram a aumentar a cada mensalmente e logo a história dos vampiros do Rio Douro virou uma febre, obra de uma autor independente, totalmente desconhecido, que entrega os próprios livros de loja em loja. Eu estava nas nuvens e nem sabia que já estava formando o meu maior tesouro: estava formando minha rede de leitores.

Esses leitores, encantados com as aventuras dos vampiros portugueses encontrados dentro de uma caravela naufragada no litoral do Rio Grande do Sul estavam divulgando o meu trabalho, falando para parentes, para amigos de escola e faculdade, colegas de trabalho, sobre a história dos vampiros portugueses que infernizavam o Brasil, fazendo o famoso boca a boca, que mudou toda a minha vida.

Mesmo assim, como eu era novato, acha que tudo ia lento demais e precisava ter muita paciência. Para eu vender meus livros eu tinha que sair com meu carro, um Uno Mille branco na época, visitando os principais shoppings da capital, levando alguns livros para cada livraria. Depois era esperar. Essa fase é que angustiava pra caramba. Eu sou um cara muito pró-ativo, muito acelerado, eu queria que tudo acontecesse depressa, eu tinha mais histórias pra contar, mas já sonhava com meu livro nas telas dos cinemas. Só que naquele mundo onde a internet ainda estava só começando, engatinhando, ainda pré-Orkut, twitter e tudo o mais, eu tinha que ficar em casa sonhando com leitores que ainda nem conhecia e torcendo para que eles fossem até uma livraria e vissem o meu livro exposto na vitrine de uma loja para ficarem intrigados com a capa de "Os sete" e escolhessem o meu livro entre tantos outros na hora de colocar a carteira para fora. Ainda bem que eu usei uma ótima arma que acabava ajudando esses novos "prospectos" de leitores a me darem uma chance! A capa do meu livro.

Como eu usei o meu FGTS para publicar "Os sete" (um dia eu conto essa loucura), não me sobrou um real para fazer uma campanha de marketing para o meu filhote recém saído da gráfica, então eu sabia que a capa do livro seria todo o meu marketing. Ela foi feita por um amigo meu, o Christian Pinkovai (que acbou se tornando um tipo de capista oficial da minha obra) e a arte empregada pegou o público em cheio. Era um livro de vampiros e, como eu não tinha grana para investir em divulgação e nem tinha um público já esperando pelo meu livro de estreia (é óbvio!) ela precisava dar conta do recado. Então foi feita uma capa negra, com meio rosto (de outro amigo emprestado, no começo de carreira vale tudo! Até fazer capa com a foto da sua vó de biquini!) e com um dos olhos vermelhos espectrais. Além do título "Os sete" também mandei um subtítulo que deixava claro que era um livro de terror: "Tem gente que não acredita em vampiros".

Fiz tudo isso pensando em algumas coisas básicas, mas que a maioria de nós não leva em consideração quando começa a escrever e, principalmente, querer viver de publicar.

Publicar um livro é a parte fácil, acredite. Se você conseguir o dinheiro, fazendo um empréstimo, ganhando do padrinho, da tia rica, do pai, fazendo uma vaquinha, ok, você publica o seu livro e pronto. E se o seu sonho era ter um livro publicado, independente dele vender e virar um sucesso entre os leitores, ok, você conquistou o topo do seu monte Everest. Agora, se você quer viver de contar histórias, se você tem uma porção de ideias em sua mente, uma porção de personagens gritando dentro da sua cabeça, tendo diálogos maravilhosos, querendo sair, ai a coisa toda muda de figura. Você precisa de leitores e precisa que seus livros vendam. Dai, não basta um padrinho gente boa, o trabalho não termina com um livro na prateleira. Você quer viver de inventar, meu amigo, minha amiga. Você quer contar suas histórias, talvez várias histórias. Depende da sua imaginação.

Bem, eu já publiquei 15 livros desde "Os sete" e todos são best-sellers (ou seja, o que vendeu menos já vendeu mais de 10 mil unidades, outros já passaram de 100 mil livros vendidos cada um e eu tenho milhões de leitores nesse Brazilzão), agora em 2016 saem mais dois livros meus, novinhos em folha. "Dartana", uma high fantasy, pela toda poderosa editora Rocco e "A babá Osso Duro", uma dark fantasy, pela incrível editora Aleph. É um ano em que estou muito empolgado com essas novidades.

Já trabalhei 4 anos como roteirista na Rede Globo e nesses 16 anos publicando ficção de terror e fantasia, muito antes de Crepúsculo dar as caras por aqui, escrevendo para TV e cinema, acumulei um bocado de experiência, técnicas e estou muito entusiasmado com as mudanças do mercado que vem se transformando por força e velocidade das redes sociais e plataformas digitais. O mundo está cada vez mais aberto para receber histórias e quer saber a melhor notícia de todas? O mundo quer ler as SUAS histórias! Tem espaço para todos com talento e "técnica". Saber empregar algumas técnicas matadoras, decisivas e ninjas é o que faz toda a diferença entre escrever um livro legalzinho e escrever um arrasa quarteirão que vai deixar todo mundo e, inclusive você, de queixo caído.

E já que você, escritor, escritora, está decidido a investir horas, dias, e sua vida diante da tela de um processador de textos para fazer seus mundos saírem de sua cabeça e conquistarem as páginas e telas de leitores digitais, conquistarem as mentes e corações de leitores pelo Brasil e pelo mundo, porque não dar uma chance para o seu talento? Uma chance real de aprender tudo o que eu colhi em mais de uma década de sucesso? Não perca minhas postagens aqui no Wattpad onde postarei meus minicursos online para dividir com você parte desse conhecimento e, se me permitir, te carregar para um outro nível, te transformando num narrador, narradora de primeira linha, prontos para contar histórias em formato de livros, de contos, de webséries, séries de TV e cinema.

Para estrear, assista o vídeo que postei com a minha primeira aula para você, explicando porque é tão importante hoje apostar nas redes sociais. Formar seus leitores antes de publicar vai te dar muita potência e aumentar suas chances de chegar a publicação física (se é que isso será necessário, as coisas estão mudando rápido e eu garanto que você terá resultados incríveis apostando suas fichas nos leitores da era "streaming", leitores vorazes que querem ler tudo o que você inventar bem agora!).


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⏰ Última atualização: Jun 11, 2016 ⏰

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