2. Amizade maluca.

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- Ai que saco Vincent! - Grito enquanto ele revira meu armário.

Vince sismou de sair hoje, eu disse sim, mas que iria com qualquer roupa. E é obvio que ele bateu o pé e disse NÃO. Disse que eu riria bem vestida porque mal mal me preocupava com aparência.

- Vai te quebrar alguma parte do seu corpo se causar boa impressão? - Ele pergunta, jogando minhas roupas pra todos os lados.

- Não tenho que causar boa impressão... não sou impressora. - Digo cruzando os braços e me sento em minha cama revirando os olhos.

- Me respeite

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- Me respeite... sou mais velho que você, quase seu irmão. - Ele diz.

- Respeito a opinião de todos... que concordam comigo. - Resmungo, com o nariz em pé e ainda de braços cruzados.

- Lidar com você é muito Difícil... - Ele diz, observando um vestido que havia em meu armário.

- Vincent... você tem que aprender a lidar com as mulheres... Tem que entender que ou ela tá certa, ou você tá errado. - Vince revira os olhos enquanto sorri. - Ou eu vou ter que chamar uma fada pra te explicar?

- Vocês mulheres acreditam em cada coisa... Fadas, sereias, unicórnios, duende...

- Homens... - Retruco e ele me observa espantado.

- Eu realmente me espanto com as suas atitudes, só vai pra aquela floresta e fica lá isolada no meio das arvores e com seu telescópio observando as estrelas... Você nem sai de casa pra se divertir. - Ele diz.

- Vincent, até os 5 cinco patinhos foram passear e eu ainda tô aqui... porque será?

- Porque você e uma mulher extremamente teimosa?. - Ele diz, ainda revirando meu armário

- Não é porque eu quero mesmo.

Vou até minha mini geladeira que havia no meu quarto e pego uma barra de chocolate enorme. Quando era pequena, gostava de brincar que era o chocolate do Willy Wonka. Dou uma mordida, e escuto o estalo do chocolate se quebrando, mastigo lentamente e volto a morde-lo, Depois de terminar com esta, peguei outra, e comecei a abrir a embalagem.

- Meu Deus... você não se cansa de comer?

- Não... não como correndo. - Digo.

- Nossa... Quanta arrogância. Será que você me deixa dar uma opinião sobre essa sua teimosia? - Ele pergunta.

- Queria ligar pra sua opinião, mas meus créditos acabaram - Digo, lambendo o chocolate de meus dedos, e Vince ergue as mãos para o alto.

- Eu desisto... Não dá pra entender você... - Ele diz, indo até a porta.

- Onde vai? - Pergunto.

- Comprar um vestido pra você. - Ele diz, saindo pela porta.

E depois eu é que sou teimosa. Fiquei em casa esperando Vincent voltar. Ele demorou umas 6 horas... Meu Deus pra que tudo isso?. Pra que comprar vestido? Se eu posso muito bem abrir meu armário e pegar qualquer coisa que eu ver pela frente? Mas não... Vincent é muito... vamos dizer... CHATO. Mas é aquele tipo de amigo que você ama.

- Voltei... - Escuto ele dizer e abrir a porta.

- Depois de 6 seis horas você nessa animação...? - Digo e revira os olhos com desdenhe.

Meu peito oscila de tédio. E meu corpo se amolece. Suspiro e elevo meu ombros ao mais alto nível de meu pescoço, para tentar fingir que estou animada.

- Poxa que cara de desanimo... - Mas que Droga, será que nem pra fingir felicidade eu presto. -Nem parece que vai sair pra curtir com seu melhor amigo.

Esboço um sorriso forçado, com as sombra celhas erguidas e ele gargalha. Ele sempre soube que eu era uma péssima atriz.

- Eu não estou mais gostando de você desse jeito. - Ele diz, e franzo o cenho.

- Não gosta?... então dó, ré, mi, fá, só lamento. - Digo e ele gargalha de novo.

Que graça havia em minhas palavras e ações, tecnicamente só tive amigos meninos, Vince é o principal deles. Acho eu ai está a explicação de minha singela arrogância. Não que todos os homens sejam arrogantes. Para mim, "Amigas" sempre foram falsas. Não que todas sejam, tem aquelas amigas que te encorajam e te apoiam. Mas sempre preferir, jogar futebol invés de brincar de boneca, preto invés de rosa, correr na lama invés de ir pro shopping, casa na árvore invés de balanço, shorts invés de vestidos. Sempre fui meio despreocupada com aparência. Atualmente me visto melhor, afinal agora sou uma conhecida bailarina, e não posso me vestir como um garoto né?... Mas se pudesse.

Vamos concordar, roupas mais largas invés de calças apertadas como segunda pele, são bem mais confortáveis. Maquiagem por exemplo... quando utilizo, é em pouca quantidade, já percebeu como aquele treco envelhece a pele.

- Meu anjo... já te falei. Tem que parar com isso, não devia ter deixado você crescer no meio da turminha dos garotos.. - Ele diz, me afagando em seus braços e beijando o alto de minha cabeça.

- As meninas eram chatas... lembra quando o Luke, me ensinou a soltar pipa? Eu adorava. - Digo e Vincent sorri ao lembrar de nosso velho amigo Luke.

- E quando Edward te ensinou a brincar de corrida de três pernas... - Ele diz, se sentando em minha cama. - A nossa rua tinha aquele estilo meio medieval, o que hoje são asfaltos, eram aquelas pedras, como se chamavam mesmo? - Ele pergunta revirando em seu cérebro a procura de resposta.

- Calçada de Paralelepípedo... mas nós chamávamos de arranca capa de dedo. - Digo e damos gargalhadas. - Lembra de quando jogávamos futebol, e chutávamos a bola em falso... ai quase perdíamos a unha.

- Vamos confessar de todos os nossos amigos... Você e Adam eram os piores. - Ele diz e sorrio.

- Eu e Adam eramos terríveis, quando dormíamos juntos em barracas, nós nos levantávamos, e jogávamos limonada na cama de vocês. Ou quando gastamos 7 sete litros de mel e um pouco de leite passando na cara, cama, e corpo de vocês. Vocês acordaram cheios de formigas...

- E Edward tinha alergia a formiga. - Ele diz e gargalhamos.

- E Luke tinha intolerância a lactose, e ele engoliu quase meio litro de leite. - Digo e rimos descontroladamente.

O meu Vince brincalhão estava ali, rindo e se divertindo. Não aquele soldado sério e ríspido. Vince sempre foi uma pessoa divertida porém as circunstâncias o deixaram de tal forma.

- Mamãe e papai eram mais felizes do que nunca nessa época. - Ele diz, e sinto a tristeza em seu olhar e falar. Foi-se meu Vincent brincalhão. Seus olhos castanhos claro quase verde se tornaram escuros e melancólicos.

- Vince... - Digo, pondo minha mão em seu rosto. Sinto seus dedos tocarem minha bochecha e em seus lábios um sorriso fraco é imposto a mim.

O celular de Vincent toca em seu bolso e ele se levanta para atende-lo. Ele sorri prensando os lábios em linha reta. Sorrio de volta e ele sai pela porta do quarto.

Forever Remember Me ( EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora