- Oh Marceline... - Ele deu um sorriso tímido para ela. - Muito obrigado.

Sem demora, ela foi para a cozinha com um sorriso imenso, deixando-nos a sós.

- E sua mãe? - Noah quebrou o silêncio depois de alguns minutos.

Me recostei na cadeira, terminando a refeição e cruzando os braços enquanto voltava o meu olhar para o meu amigo.

- Foi à aula de pilates.

Ele murmurou e voltou a comer enquanto me deixava analisá-lo.

Eu nunca tive a chance se reparar muto bem nele, sempre tive olhos somente para Zack. Noah era meu amigo, mas eu não poderia ignorar o que estava bem à minha frente. Ele era um garoto muito bonito, encorpado e encantador. Era raro um garoto como ele com o caráter que tem.

Mas eu sabia que parte dos meus pensamentos libidinosos eram pela carência de Zack. Eu terminara com ele há pouco, não poderia simplesmente me ver com outra pessoa no segundo seguinte. Noah não era a minha válvula de escape para fim de relacionamento, ele era o meu melhor amigo. Sabia o quanto ele podia se apaixonar facilmente e de jeito nenhum ele ficaria sabendo os tipos de pensamentos que rondavam a minha cabeça carente naquele momento.

- Blue? - Ele chamou e eu saí dos meus devaneios, logo sentindo minhas bochechas corarem. – Está tudo bem? - O sorriso convencido dele me fazia crer que eu estava ali contemplando sua beleza há tempo demais.

Assenti freneticamente, tratando de perguntar:

- Vamos caminhar um pouco lá fora?

Avisamos Marceline, que pediu que voltássemos para o almoço. Voltaríamos sem dúvida, visto que Noah era o fã número um da comida de Marceline. Nada como uma comida feita com carinho por mãos habilidosas.

Nos embrenhamos por meio de uma trilha enquanto Noah resmungava sobre ter colocado uma roupa desconfortável para fazer trilha.

- Eu disse que você não precisava se trocar, você não me ouve nunca. - Falei, pulando um galho grande.

- Desculpe, senhora sabe tudo sobre programas inusitados. - Resmungou como um velho. - Não sabia que não deveria colocar calça jeans.

- Você é muito chato. Por que sou sua amiga? - Foi a minha vez de reclamar enquanto sentia sua risada bem próxima da minha nuca.

- Porque eu sou um cara especial e você não resiste à mim. - Respondeu e eu parei de repente, me virando pra ele medindo-o dos pés à cabeça. Alguém conseguiria resistir? Ele se dava por satisfeito que eu era forte o bastante para fazê-lo.

- Chato e convencido. - Levantei dois dedos no enquanto enumerava seus defeitos.

Mais um pouco e encontramos um clareira. Era um grande espaço repleto de flores pequenas e azuis. Mais à frente, havia uma grande pedra e abaixo dela um abismo e a cidade lá embaixo.

- Esse lugar é incrível! - Exclamei, correndo até a pedra e me sentando nela. - Dá pra acreditar nisso? - Abri os lábios em um grande "O".

- Como nunca achamos isso aqui antes? - Perguntou, indo ao meu encontro e sentando ao meu lado.

- Já imaginou isso aqui à noite como deve ser lindo?

Fiquei imaginando, olhando o céu azul sem nuvens com um sorriso imenso no rosto. Fechei os olhos apenas para sentir o sol penetrando na minha pele, me esquentando e fazendo minha retina sensível parar de arder. Com um suspiro longo, virei o rosto na direção do meu amigo e cobri os olhos da claridade para que pudesse enxergar melhor o seu rosto.

BlueWhere stories live. Discover now