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Acordei pela primeira vez com uma mulher ao meu lado na minha casa, no meu quarto, na minha cama

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Acordei pela primeira vez com uma mulher ao meu lado na minha casa, no meu quarto, na minha cama. Uma parte de mim quis me espancar por ter sido tão idiota e ter caído em um dos truques mais velhos: a aceitação de que tudo o que aconteceu ou pode acontecer entre nós não passa de sexo, nada de relacionamento sério, nada de cobranças.

Nicole soube dar o troco e conseguiu me prender em uma armadilha na minha própria casa, com aquela história de despedida, me forçando a falar sobre os sentimentos que eu queria enterrar. Péssima ideia a minha de ter forçado a barra e ter ido até a sua casa. Dane-se se ela ia ou não transar com aquele babaca do Diego.

Ah, não! Quem eu queria enganar com esse discurso de "dane-se"? Eu não conseguia nem imaginar Nicole em outros braços que não fossem os meus e era estranho me sentir possessivo também pela primeira vez em relação a uma mulher. Isso só me mostrava o quanto esse tal de amor era idiota e tinha cheiro de prisão. Ao mesmo tempo, eu desejava contra a minha vontade estar preso a Nicole, que me tornava cada vez mais ridículo e inseguro dos meus desejos.

Pensei se devia levantar da cama ou não. Devia acordá-la e mandá-la ir embora? Talvez devesse ser gentil como ela foi comigo na sua casa e lhe preparar o café da manhã? Não queria passar a ideia errada sobre as minhas intenções nem dar a entender que as coisas seriam diferentes após as nossas confissões enviesadas da noite anterior. Também não queria que Nicole escapasse pelos meus dedos. Ela me amava, afinal! Estava apaixonada por mim. E por que eu estava feliz com isso?

Nicole abriu os olhos, devagar, e me fitou com um sorriso bobo no rosto de quem acabava de acordar no meio da lua de mel – pelo menos era assim que eu imaginava a expressão de uma recém-casada e não fazia a mínima ideia de por que pensei nessa comparação. Minha sócia se aproximou de mim, talvez com o propósito de beijar meus lábios, mas eu me afastei. Nicole fez uma careta e arqueou uma sobrancelha, em uma expressão irônica e provocadora, como ela faz quando estamos no escritório e sou contra as suas decisões.

— Você vai continuar fugindo de mim? – ela perguntou tranquilamente.

— Não estou fugindo. Ontem não foi a nossa despedida?

— Sendo honesta, eu esperava que não fosse, mas como desejos e sentimentos não mudam da noite para o dia... É melhor eu me vestir e ir embora. – ela se moveu como se fosse se levantar da cama.

— Pensando bem, podemos ter um último round matinal? – falei aquilo como se fosse um babaca, mas no fundo eu estava com medo de que ela fosse embora e eu nunca mais a tivesse nos meus braços.

— Acho melhor não. Já que não posso te vencer pelo cansaço, nem vou me fadigar.

— Que droga, Nicole! Então vai embora. – olhei para o outro lado, para que ela não visse a provável expressão de pânico que havia no meu rosto.

— Fala sério, André. Está na cara que você não quer que eu vá.

— Ah, que inferno!

Virei para ela e a agarrei, beijando-a com intensidade. Eu não queria falar mais nada, muito menos confrontar meus sentimentos. E como se ela de certa forma me compreendesse, Nicole apenas aceitou o meu toque desesperado.

Namorada de MentirinhaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora