A culpa é do café

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-Um café expresso gelado com chocolate e chantili por favor.

-ok  Senhora. Disse o garçon de uma cafeteria muito charmosa que eu havia encontrado no centro da cidade.

Eu estava sentada em frente a uma janela que me presenteava com uma bela vista. Uma vista muito diferente do que eu estava acostumada a ver no centro conturbado da minha cidade; Enquanto degustava aquele expresso divino, comecei a observar as pessoas que estavam em uma praça ali perto: Idosos sentados em um dos bancos conversando e sorrindo, algumas crianças de bicicleta, um casal passeando com um lindo husky siberiano...  As pessoas andavam lentamente como se não existisse responsabilidades, senti um ar puro que vinha daquela janela  e até consegui ouvir o som dos pássaros. O sol já estava se pondo, e o céu em tom rosa trazia uma beleza ainda mais apaixonante para aquele lugar. Senti uma paz incrível.

-Garçom, por favor, mais um expresso com chocolate e chantili, gelado para levar ok?

-Claro Senhora, volto já.

Saí daquela cafeteria convencida de a aquela viagem me faria muito bem.

Em direção ao carro, eu não conseguia parar de deslumbrar aquelas edificações tipicas de cidades colonizadas por pomeranos; Talvez se eu não estivesse tão distraída com a beleza da cidade eu teria evitado o acidente.

-Ai meu Deus, moça me perdoe.

Tarde demais. Um homem, que pelo jeito também estava distraído esbarrou em mim,  o que fez meu café expresso cair na minha blusa. Ainda bem que eu havia pedido gelado.

- Moça, me perdoe por favor. Ele realmente parecia estar muito constrangido com a situação. Tirou o cachecol e começou a enxugar minha blusa.

-Tudo bem, tudo bem,  foi um acidente. No fundo estava irritada com a situação.

-Moça, eu preciso me retratar por isso, posso te pagar um café? quer dizer, um  café não, que tal...

A afobação daquele homem estava deixando a situação engraçada. Comecei a observa-lo: seu cabelo preto caído no rosto, sua barba por fazer o tom branco da sua pele, que naquele momento estava vermelha de vergonha.Notei o quanto aquele homem era bonito.

-Não precisa, muito obrigada, foi um acidente, nós dois tivemos culpa. Deixa eu ir, estou com um pouco de pressa. Menti.

Já tinha tanto tempo que eu não me deparava com uma situação inusitada assim, que eu não sabia como me comportar...

-Ok,desculpe moça, se um dia nos encontrarmos de novo, prometo que sua blusa vai ficar intacta.

Dei um sorriso de canto de boca. Meu rosto estava queimando de constrangimento.

Fui em direção ao meu carro, percebi que aquele homem ainda estava no mesmo lugar me observando. Eu estava com uma estranha vontade de sorrir.

Quando entrei no carro percebi que ele foi em direção a um carro que estava por ali por perto e entrou nele.  

Liguei o carro e fui em direção ao hotel.



Esta nevando AmorWhere stories live. Discover now