Capítulo 10 - Final

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- Que está tudo bem. E que não podemos perder a esperanças. Mas a cada dia que passa, só vejo a Luana se fechar em um mundo de tristeza, embora não demonstre. Quase nove anos cara! Eu pensando que com tantos filhos que tive e pedi que as mulheres abortassem...

- Foi difícil para a Amália superar essa parte da vida dela. E embora ela saiba que a filha é tão culpada quanto você, ela sofreu muito ao saber que esse era o segredo de vocês. Fazer a menina abortar uma criança de dois meses Davi. – Ele me olha como se não tivéssemos tocado nesse assunto várias vezes. – Devia ter me dado e eu criava.

- É... Nem precisaríamos ter um orfanato, você teria feito seu próprio criando meus filhos. Mas eu já falei com a Amália, e expliquei tudo o que houve na época. Pedi perdão... Tanto a família, como a própria Karine.

- E agora quando deseja ter um filho... Pensa, sua cota de filho no céu deve ter esgotado.

- Nunca foi bom de piadas Daniel. – Ele riu e foi ao encontro da Júlia que brincava com os trigêmeos agora com quase nove anos também.

Brinquei com alguns amigos e percebi que a Luana entrava em casa, então a segui. A encontrei subindo as escadas para o quarto, pensando que ninguém a observava.

- Está tudo bem meu amor! – Ela se virou rapidamente para que eu não visse as lágrimas em seus olhos.

- S-im. Está! Estão precisando de algo? – Solicita como sempre. Ótima esposa como diz minha mãe, que depois de tanto tempo se rendeu a seus encantos. E perfeita na cama, a amante ideal. Mas agora eu sou o falho na história.

Assim que entramos no quarto eu a abracei e afaguei seus cabelos.

- Eu sinto muito! Sinto muito por ter que passar por isso tudo e eu não poder fazer nada. – A gente até chegou a falar de adoção. Mas como temos o orfanato agora, "Casa de Mel e Estrela", e já temos as duas meninas, eu a entendo querer um filho que nasça de seu próprio ventre.

Ela soluçou em meu peito fazendo com que sua dor tomasse conta da minha alma. Era uma briga particular minha e de Deus e ele estava deixando com que outra pessoa sofresse. Quando voltou ao controle de si. Fiquei mais um tempo ali com ela sentados, abraçados, acalentando a dor um do outro. E quando descemos estávamos mais preparados para enfrentar a realidade novamente.

A noite veio e a festa agora seria na boate... Claro. A Mel pediu para que fosse fechada e naquele dia só os amiguinhos dela entrariam e dançariam ao som de DJ's famosos. Então... Nada de pai. Mas como dono da boate eu tive que passar por lá para checar se tudo estava bem e se não havia possibilidade alguma dos jovens entrarem com bebidas e drogas. Além do mais, o bar hoje, só coquetéis sem álcool e refresco.

Tinha pressa agora de chegar a casa, e estar com a Luana. Ela estava ainda muito triste quando saí, mas a droga do pneu tinha que furar. E só me faltava essa...

Desci do carro e comecei a analisar o risco de parar ali e trocar a porcaria do pneu. Não vi nenhum... Havia uma drogaria, um supermercado e uma igreja.

Comecei a trocar o pneu enquanto ouvia uma música ridícula que dizia que se fossemos fiéis no pouco, o próprio Deus nos daria em dobro o que o pecado tinha roubado de nossas mãos.

- Ah sim! Entendo. Perfeitamente.

"E nos vales escuros em que caminhas, haverá uma luz porque ele não te deixa sozinho, não te deixa em nenhuma situação que clamares".

- Então talvez, poderia me ajudar a trocar essa porcaria de pneu. – Depois de um tempo eu sorri. Estava dialogando com uma música cantada por um coro de igreja. Perturbação total.

Marcas da AlmaOnde histórias criam vida. Descubra agora