Capítulo dois

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Quando Emma e eu terminamos o café, nós nos levantamos e fomos para a sala e, por incrível que pareça, só tinha quatro pessoas assistindo tevê.

O David - ele é legal, tem 8 anos; não é muito alto, sua pele é morena, os cabelos pretos encaracolados e os olhos castanhos escuros, seu sorriso é lindo, mas seus olhos... dava para ver a tristeza neles. A mãe morreu quando ele tinha 5 anos e o pai está perdido nesse mundo, a tia dele que mandou ele para esse orfanato, pois ela não queria tomar conta dele -; a Anne - ela é muito fofa, apesar da idade, tem 12 anos; ela não é muito alta, sua pele é branca, os cabelos castanhos claros lisos até a cintura e os olhos verdes, ela é linda. Ela está quase sempre com um sorriso no rosto, mas seus olhos dizem outra coisa. Ela veio para o orfanato quando tinha 7 anos, pois a mãe tinha morrido e o padrasto batia muito nela, quando ela chegou aqui, estava cheia de manchas roxas no corpo. Seus olhos mostram a tristeza, a dor, o medo e o quão sofrido foi esse estágio da vida dela. E ainda é -; o Matheus - ele meio fanático, quando gosta de algo vai até o fim e sem dizer que ele é nerd, tem 13 anos; ele é alto, tem a pele morena clara, os cabelos pretos arrepiados, os olhos cinzas, que ficavam uma tempestade, quando ele estava bravo. Ele leva a vida descontraído. Esse é o quinto orfanato que ele vem em 11 anos nessa vida de órfão. Ele foi tirado da mãe, porque ela era uma drogada e alcoólatra, coisa que eu, particularmente, não entendo, era só às vezes que ela ficava daquele jeito. Mas ele luta contra tudo isso da vida dele e não gosta de falar sobre isso - e a Karol - ela é fofa, carinhosa; ela baixa, tem 7 anos, a pele branca se contrasta com os cabelos pretos e os olhos cinzas esverdeados. Ela foi mandada para o orfanato, pois os pais não tinham dinheiro o suficiente para cuidar dela e um vizinho denunciou, com certeza esse vizinho não ía com a cara dos pais dela, o detalhe é que ela ainda não intende isso. Quando ela chegou no orfanato ela só tinha 3 anos. Mas, apesar de tudo, ela parece ser feliz. Seus olhos dizem. Então, os quatro estavam sentados no sofá assistindo tevê e o controle estava nas mãos do Matheus.

Como você deve ter percebido, eu sou muito boa de interpretar as pessoas só pelos seus olhos, mas é claro, se ela permitir. Se ela se abrir comigo.

Nós duas nos aproximamos deles.

-O que vocês estão assistindo? - pergunto, enquanto me sentava, e Emma fazia o mesmo.

-Nós estamos assistindo os noticiários. -Matheus fala e eu estranho.

-Por que?

-Está falando sobre Os Vingadores. -Karol fala, toda animada, e eu reviro os olhos. Que assunto chato. Um monte de gente colorida, fingindo que está salvando o Mundo.

-Vocês não se cansam?

-Não. Eles salvaram todo mundo. Eu me mudaria pra Nova York só pra conhecer eles. Seria demais. -Anne fala.

-Mas isso já passou.

-Foi a Batalha de Nova York, é sempre bom recordar. -Matheus fala, me encarando.

-Exato. -Anne fala e os dois voltam a encarar a tevê.

-Eu gostaria de um boneco do Hulk, mas a tia falou que isso é impossível. Eu gostaria de conhecer ele. Eu gostaria de conhecer todos eles. Os Heróis de Nova York. -David fala.

-É verdade, seria muito legal você conhecer esse tal de Hulk e depois ele vim e te esmagar. Um mostro verde. - falo, irônica.

-Ele não é um mostro. Ele é um herói.

Dou risada.

-Eu gostariam de conhecer o Gavião Arqueiro. Ele é muito gato. - encaro Emma.

-Você?

-Sim, por que? Eu gosto dele.

-Ah, claro! Um carinha insignificante, que prefere usar arco e flecha do quê uma arma. Que patético.

Filha de um AssassinoWhere stories live. Discover now