Capítulo Sete

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Harley

Assim que tomei coragem e sai do aparamento, fui caminhar um pouco antes de entrar para a aula. Vaguei pelo campus e me sentei na grama, perto de uns arbustos grandes demais para o meu gosto. Fiquei brincando com a grama rasteira enquanto minha cabeça fervilhava, não por causa do Nathan, mas por causa daquele meu colega de quarto.

Estou aguentando duro, senhor, mas o que aconteceu de manhã foi demais. Reuni todas as forças disponíveis para não o agarrar ali e poder provar novamente de seus lábios gostosos. Será que podemos viciar em uma coisa que só provamos uma vez? Por que se a resposta for sim, eu estou definitivamente viciada no gosto dele, em como ele me beijou com avidez e pela primeira vez, eu não me senti estranha por ter sentido o membro dele em mim. Sim, isso já aconteceu com o Nathan, não gosto nem de lembrar. Eca. Me dá até um arrepio.

E depois do que vi, me deu uma curiosidade, bem provável que eu pergunte ao Travor se aquilo lá, cabe em uma mulher, por que acho bem difícil. O tamanho. Meu senhor. Melhor parar com isso.

-- Cruzes!!! – A menina tartaruga, a tal Genna, saltou do arbusto e acabou me assustando. Mas pelo visto quem tomou o susto mesmo foi ela, ficou mais branca do que já é.

-- O que faz aqui, Harley? – Ela grita e eu não entendo o porquê. O arbusto se mexe e não consigo parar de olhar. Com quem será que ela estava ali?

-- Estou sentada, não vê? – Pergunto o obvio e ela revira os olhos.

-- Acho que você está me seguindo. – Ela diz e eu acabo rindo. – Percebo como você fica me olhando. Inveja mata.

-- Oi? Como? – Pergunto. – De onde você tirou isso.

-- Você quer o que me pertence. Se situa. Ele já é meu! – Ela me lança um olhar gélido. Ela tá falando do Travor?

-- Eu não sei do que você está falando.

-- Odeio o seu tipo. Se faz de boba para sobreviver. Acorda!!!!! – Ela estala os dedos e sai andando.

-- Oque? – Eu a acompanho com o olhar até que ela suma de minha visão.

Eu preciso melhorar minha condição. Eu não me faço de boba para sobreviver, só sou meio lerda, não vejo problema nisso. As pessoas lerdas são as melhores. Obrigada. De nada.

Levanto-me do chão e caminho para o meu prédio, do jeito de essa Genna se mostrou uma louca, bem provável que vai falar merda para o professor. Ele não gosta muito de mim.

(...)

O que o professor falava nem chegava aos meus ouvidos, ainda estava perturbada o suficiente para não conseguir me concentrar em nada. Meus pensamentos, por mais que eu tentasse evita-los, estavam no que aconteceu na cozinha. A maneira como Travor me defendeu e como o Nathan agiu. Seus olhos azuis, tonaram-se negros diante de sua raiva. Eu nunca o vi desse jeito antes, e não gostei.

Depois de muito pensar, decidi dar um ponto final nisso. Não quero esse tipo de relação. Hoje foi um tapa, amanhã ou futuramente, pode passar disso. Peguei o meu celular e digitei:

"Não gostei do que aconteceu hoje, precisamos conversar sério. Me espere no quiosque na saída do campus no horário do almoço."

Coloquei o telefone no silencioso e o guardei na bolsa, do jeito que o Nathan é, bem capaz de mandar muitas mensagens e ligar varias vezes. Não quero lidar com ele agora, talvez eu me deixe levar pela conversa fiada, não quero que isso aconteça. Estou decidida a colocar um ponto final em nossa relação.

Os ponteiros do relógio acima do quadro branco, andavam tão devagar que cheguei a achar que ele estava parado. Mas não.

Assim que o sinal soou levantei as pressas e meio que sai correndo. Suava frio e minhas pernas tremiam. Antes de ir me encontrar com o Nathan precisava perguntar uma coisa ao Travor. Cheguei em meu apartamento o mais rápido que consegui, o local estava silencioso demais, pensei até que ele tivesse saído, mas não. Ele ainda estava dormindo.

Colega de quarto Where stories live. Discover now