03. Viagem De Negócios

15K 1.1K 296
                                    

Na manhã seguinte, a chuva continuava dominando os céus de São Paulo

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Na manhã seguinte, a chuva continuava dominando os céus de São Paulo. Arthur achava que seria difícil se separar do seu cobertor, mas aquela havia sido uma das noites mais difíceis de dormir. Os pingos incessantes e trovões ajudaram a tornar sua insônia ainda mais insuportável, com o rosto de Gustavo Lobo impregnado no fundo de seu pensamento como um rabisco feito de tinta permanente.

Admitindo sua derrota, se levantou para um banho quente e demorado antes de ter que enfrentar a vida real. Entre a neblina de calor, Arthur deixava a água quase escaldante levar qualquer vestígio de desejo impregnado em seus poros. O problema era que, quanto mais ele se esforçava, mais forte parecia crescer aquele desejo proibido por Gustavo Lobo. As imagens de seus corpos tão próximos dentro daquele carro, a atração tão intensa, beirando o palpável, fazia o corpo de Arthur sofrer com calafrios de desejo. Antes de se dar conta, imaginou Gustavo ali, debaixo daquele chuveiro, os corpos nus ardendo com a vontade latente de conhecer melhor cada pequena parte desconhecida. Por debaixo daquelas roupas ridiculamente caras, Gustavo devia ter um físico invejável, que fazia jus ao efeito que causava em Arthur desde a noite em que se esbarraram na boate.

De repente, Arthur teve a certeza que precisava ter Gustavo para si. Completamente, inquestionavelmente, ele deveria ser seu. Apenas seu. Cada segundo sozinho com sua imaginação era uma tortura e ele já não sabia mais se seu lado racional teria forças para aguentar seus pensamentos mais selvagens, implorando para virarem realidade.

"O que eu vou precisar fazer para tirar esse homem da minha cabeça? Chamar um médico? Uma cigana? Um padre? A essa altura, eu topo qualquer coisa."

De qualquer forma, Arthur sabia que aquela seria uma tarefa árdua. Por isso, decidiu viver um dia de cada vez. Colocou sua roupa para trabalhar — uma calça cinza-claro e uma camisa verde-musgo e seus sapatos Oxford, 

que combinavam com o relógio de pulseira de couro que havia ganhado dos pais de Samuel como presente de formatura. Eram poucas as vezes que Arthur se sentia tão bem com sua própria aparência ao ponto de perder um segundo ou dois se admirando no espelho, mas aquelas roupas ajustadas valorizavam sua silhueta e o deixavam atraente. No fundo, sabia que aquela tática era velha, mas naquele jogo, valia qualquer coisa.

Chegou na cozinha para preparar seu café e viu Samuel sentado, o macbook na mesa e o som tão familiar dos dedos rápidos no teclado. Samuel percebeu sua presença e pareceu sair de um transe, piscando os grandes olhos azuis para fora da tela.

— Bom dia, princesa. — Samuel disse, estalando os dedos e mexendo os ombros, tentando relaxar após o que pareceu um longo período imóvel. — Que pele macia e iluminada. Parece até que rejuvenesceu.

— Vai se ferrar. — Arthur respondeu, segurando o riso.

— Amo o seu bom humor matinal — Ele disse ao fechar o notebook. — Sonhou com seu novo chefinho?

— Muito pelo contrário. Não consegui pregar os olhos praticamente a noite inteira.

— E como você conseguiu acordar? — Samuel finalmente prestou atenção no amigo, encarando-o de cima a baixo. — Arthur, você tá um bagaço. Nem as roupas chiques conseguem disfarçar essas olheiras.

Proibido (Capítulos Atualizados)Where stories live. Discover now