Adriano - Amor Bandido

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Com 17 anos eu comecei a sair com Tony, nos conhecemos em um barzinho onde fui com umas amigas. Tony era mulherengo, e eu sabia, mesmo assim eu gostava dele, ou pelo menos achava que gostava. Quando ele tentava algo a mais eu sempre o impedia. E isso deixava ele muito irritado.

-Porra Michele, o que você quer comigo afinal? Tem outras que querem, eu não vou ficar me limitando a você.

Ele disse isso e saiu me deixando sozinha no bar. Meus olhos marejaram de lágrimas. Minhas amigas estavam muito ocupadas naquele momento, se é que me entendem. Senti um toque no meu ombro, me virei limpando minhas lágrimas e lá estava Adriano, o irmão de Tony.

Adriano e eu nos "odiávamos", ele implicava comigo, e eu revidava, o chamando de idiota pra baixo. Mas naquele momento ele sem palavras abriu seus braços e me abraçou firme. Me senti tão segura e protegida, que esqueci quem era ele e desabei em lágrimas. Ele me levou pra casa e quando chegamos olhou pra mim e disse:-Ele é meu irmão, mas não merece suas lágrimas.

Eu apenas sorri e agradeci com um beijo em sua bochecha.

Alguns dias se passaram e minhas amigas souberam do acontecido. Queriam me ver feliz de novo então me levaram para uma festa. Eu fui, mas o que não esperava era o Tony lá acompanhado de uma garota. Eu disse que ia embora, mas elas me impediram dizendo que ele não merecia esse gostinho de ciúmes que eu estava sentindo. Então fomos pra pista dançar e ele me provocando veio dançar com a garota bem do meu lado. Quando ele começou beijá-la eu não aguentei e virei em direção a porta. Só que o que eu não esperava ali era Adriano me puxando novamente pra dançar, ele só disse: -Dança comigo!- E eu dancei.

A música mudou para uma lenta e eu já ia saindo quando Adriano segura o meu braço e me puxa pra mais junto dele.

Eu: - Não precisa fazer isso.

Adriano: - Mas eu quero.

Eu: - Por que?

Adriano: - Por que sim.

Eu:- Isso não é resposta.

Ele só me olha.

Eu: - Adriano, eu vou sobreviver, e não sou do tipo que gosta de causar ciúmes. Principalmente no Tony.

Adriano: - Quem está falando no Tony é você.

Eu o encaro confusa.

Ele me encara diferente.

Eu: - Preciso ir ao banheiro. - Minto.

Adriano: - Ok. Te espero no bar.

Eu saio em direção ao banheiro. Te espero no bar? Como assim? Quando saio do banheiro sou agarrada pela cintura, era Tony, bêbado.

Tony: - E aí, tá me traindo é?

Eu: - Me larga Tony, você não se enxerga não?

Tony: -Você é louquinha por mim que eu sei, me dá um beijo vai.

Eu: - Não, me larga! Você tá com outra, não tem vergonha na cara?

Tony: -Ah, ela não liga. Vem cá vem.

Adriano: -Larga ela Tony!

Tony: - Ah, o salvador da Pátria chegou, irmãozinho, você gosta mesmo dos meus restos não é?

O soco que Adriano depositou na cara de Tony não sai da minha cabeça até hoje. Ele estava me defendendo? Aquele cara que me odiava?

O caminho até minha casa foi em silêncio. Mas quando chegamos lá eu perguntei novamente:

Eu: - Por que está fazendo isso?

Adriano: -Isto te incomoda tanto assim?

Eu: -Não, mas você me odeia, eu te odeio, não entendo.

Adriano: - Eu não te odeio.

Eu: -Mas agia como se odiasse.

Adriano: -Era a forma de me afastar de você.

Eu: -Como assim?

Adriano: -Você estava com meu irmão.

Eu: -Ainda não to entendendo. (Como eu era devagar, gente)

Adriano: -Vou ter que desenhar?

Eu: -Ã?

Ele não disse mais nada, só me puxou mais pra perto de si. E me encarou bem no fundo dos meus olhos. Sua respiração acelerada, me fez entender então o que ele estava dizendo. Aproximou-se do meu rosto, olhando meus lábios, e no toque dos seus lábios, meu corpo todo estremeceu, o beijo era intenso, ardente e talvez apaixonado. Ele parou quando eu mais queria continuar, nunca tinha sentido nada parecido. Abri os olhos e ele se afastou de mim. E disse:-A gente se vê.

Nem preciso dizer que a paixão foi súbita.

Eu descobri aos poucos que o amava muito.

Mas ele tinha sérios problemas, era usuário de drogas e acabou se envolvendo com bandidos.

Eu tentei ajudá-lo muitas vezes, mas ele se afundava cada vez mais.

Sofri horrores, ele nunca foi mal comigo apesar da dependência química elevar seu grau de ciúmes e violência para com outros, e eu sabia que ele me amava mas não a ponto de largar tudo por mim, seu envolvimento com o errado estava criando um abismo imenso entre nós, até que eu desisti. Não conseguia resgatá-lo, e como um dos lados sempre vence, e eu sabia que seria o dele se não desistisse.

Ele chegou a ir para alguns centros de recuperação, e parece ter largado a vida, vez ou outra falo com ele nas redes sociais, mas ele sempre muito na dele, sempre se afasta quando meu status de relacionamento muda... Gostaria muito de poder abraça-lo novamente.

DEGUSTAÇÃO - Os cinco amores da minha vida!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora