Sorrio para minha colega Layla, que está atrapalhada com os inúmeros pedidos. Começo a atender os clientes e me deparo com os mais variados tipos de pessoas, é certamente um teste psicológico lidar com os seres humanos. Mas preciso pagar minhas contas; então coloco um sorriso no rosto e finjo ser o mais simpática possível.

Estamos no meio do tarde, quando finalmente posso fazer uma pausa e me sento na sala dos funcionários com Layla, para um lanche.

— Como vai aquele fofo do Max?

— Ele está bem. — respondo enquanto mordo meu sanduíche de frango.

—Você parece cansada. — ela pontua com um pequeno sorriso amigável — Posso cuidar dele quando você precisar, as crianças iriam adorar ter um bebê tão fofo em casa.

Sorrio com a sua oferta. Layla é mãe de dois meninos lindos, um de cinco e o outro de oito anos. Eu os conheci recentemente e eles são adoráveis. Ela também é casada com um policial, seu amor do colégio. Ela tem uma família linda e uma história de amor perfeita, exatamente como os seus doces olhos sempre me mostraram que ela merece.

—Muito obrigada. — seguro sua mão sobre a mesa, ela sempre foi boa para mim — Vou pensar nisso.

— Você sempre me diz isso. — ela replica rindo — Mas nunca pensa!

— Eu irei pensar dessa vez... — reforço com um sorriso. Ok, talvez eu não pense. A verdade é que ainda não consegui cortar o cordão umbilical, sinto como se Max fosse uma extensão do meu próprio corpo e seria difícil deixá-lo com alguém, mesmo com a Layla.

— Tudo bem, só não se esqueça da minha oferta. — assinto, olhando para a minha comida por um instante.

—Como estão as crianças? — pergunto mudando de assunto — Aposto que estão animadas para o Natal.

Layla me dá um imenso sorriso, falar dos filhos sempre a deixa feliz. Ela é muito bonita, com lindos cabelos pretos e enormes olhos verdes. Com uma personalidade esfuziante, que combina muito bem com ela.

—Eles estão sim, muito animados. Queríamos muito visitar meus pais em Michigan, as crianças nunca viram neve; acredita? — pergunta com uma sobrancelha levantada, mas nem me dá tempo de responder e continua — Mas para minha tristeza, Thomas não conseguiu folga no trabalho e estou arrasada.

—Eu imagino Layla.

—Mas e você Emma?

—O quê? — indago sem entender — Sobre o Natal?

—Sim. — responde como se fosse óbvio — Você vai visitar sua mãe?

—Não, infelizmente não posso pagar pela viagem, estou falida. — Tento rir da minha própria desgraça, mas não soa engraçado aos meus ouvidos. —Além do mais, acho Max muito pequeno para a viagem.

—Não é uma viagem tão longa assim. — levantamos juntas para jogarmos nossas embalagens no lixo — Posso te emprestar o dinheiro se quiser!

Estamos paradas à porta e ela segura a minha mão, me dando um sorriso carinhoso. Eu me sinto querida e amparada, é uma sensação da qual já havia me esquecido, ter alguém que nos quer bem. Isso é bom e triste na mesma proporção. Só me lembra o quão solitária sou e como me sinto emotiva por qualquer coisa.

—Eu agradeço muito sua oferta, Layla. — digo apertando sua mão entre meus dedos — Minha mãe me ofereceu também, mas eu realmente não quero viajar com Max agora.

—Tudo bem, eu te entendo. — ela diz com um pequeno aceno — Mas venham cear conosco, teremos uma grande ceia com a família do Thomas, ficaremos felizes em ter vocês também.

Apenas Diga Que Me Ama/ Capítulos para degustaçãoWhere stories live. Discover now