Aninho Max mais próximo ao meu peito e sussurro uma canção de ninar em seu ouvido. Não sei se a dor passou ou se ele está tão cansado quanto eu, mas quando a canção termina; ele finalmente volta a dormir. O silêncio nunca foi tão bem vindo. Caminho devagar até minha cama e coloco-o calmamente sobre ela. Ele tem um berço que usou pouquíssimas vezes, acabou se tornando mais fácil deixá-lo dormir ao meu lado, já que preciso acordar várias vezes durante a noite.

A pediatra me disse que não é bom para ele. Que bebês precisam desde cedo da sua independência e que isso o ajudará na construção da personalidade. Bem, eu concordaria totalmente com ela há alguns meses.

Agora? Eu a considero uma grande tola.

Ela certamente não tem filhos ainda e se os tiver, certamente tem um marido incrível, gentil e presente, com quem divide toda a responsabilidade que é criar uma criança. Se não tiver um marido, tem uma babá maravilhosa. Eu apostaria cem dólares, que não possuo, em uma dessas duas opções.

Se há uma coisa que descobri ao longo da minha gravidez e depois do nascimento de Max, é que cada mãe vai aprendendo com as suas próprias experiências. É sem dúvidas, o jeito mais fácil. Cansei de ouvir conselhos de pessoas que jamais viverão o que estou vivendo. E eu estou desesperada, portanto, Max permanece em minha cama até segunda ordem.

Olho para o meu bebê tão tranquilo agora e acaricio os poucos fios de cabelos loiros herdados do pai. Aliás, Max é todo Jordan; desde os lindos olhos azuis e pele clara, até uma pequena pinta do lado esquerdo da barriga, que ambos possuem em comum. Eu me aconchego mais perto dele e dou um suspiro imenso de tristeza, frustração, desânimo e todos os sentimentos que possam caber em um só coração. Amo muito o meu filho, eu o amei sempre e o amo mais a cada dia. Mas tenho medo de que o meu amor apenas não seja o suficiente. Seguro sua mãozinha entre meus dedos e caio no sono também.

♥♥♥

A luz da manhã entra no quarto pela janela entreaberta, o sol toca meu rosto e faço um esforço sobre-humano para abrir meus olhos. Olho para Max que ainda continua a dormir, a serenidade estampando seu rosto de bebê. Viro-me para a mesa de cabeceira e alcanço meu celular para ver as horas; nove e meia. Conseguimos dormir um pouco e foi uma vitória imensa, mas ainda me sinto exausta. Mesmo assim, forço meus pés para fora da cama e caminho até o banheiro para tomar um banho rápido. Sinto falta do tempo em podia me perder no chuveiro e me esquecer da vida, cantando toda a minha playlist da Adele.

Agora, mal consigo lavar o cabelo e raspar as pernas sem que Max choramingue e exija a minha atenção. Entro no banheiro que ainda está com vapor e cheirando a sabonete e acho estranho que Rachel ainda esteja em casa a uma hora dessas.

Ela conseguiu o emprego dos sonhos, dos meus sonhos, em uma nova editora e volta para casa todo dia tarde da noite. Nós quase não nos encontramos mais. Às vezes passamos dias sem nos falar e isso só acrescente um pouco mais de solidão à minha vida. Não quero lamentar exaustivamente a vida que deixei para trás, não quero me tornar uma mãe amargurada para o Max, mas morando com Rachel, isso se torna quase impossível. Respiro, deixando as minhas lamúrias de lado e me concentro nas tarefas que me esperam.

Depois do meu banho de cinco minutos, volto para o quarto e encontro Max acordado, brincando com as suas mãozinhas rechonchudas. Ele acabou de completar quatro meses e está cada vez mais esperto. É fascinante acompanhar o crescimento de uma criança assim tão de perto, eu me sinto encantada e orgulhosa a cada nova descoberta dele.

Troco-me rapidamente, colocando apenas minha calça preta do uniforme, justa e quente demais para o calor da Califórnia. Fico de sutiã para amamentar Max, que suga ferozmente meus dois seios. Parece que ele nunca se sente saciado e está crescendo muito e perdendo suas roupas rápido demais para a minha alegria. Roupas de bebês custam uma pequena fortuna e preciso comprá-las com muita frequência, minha conta bancária está quase zerada.

Apenas Diga Que Me Ama/ Capítulos para degustaçãoWhere stories live. Discover now