Nem Tudo É O Que Parece Ser

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Ele caiu no chão e começou a se contorcer emitindo um barulho muito alto.

A criatura foi tomando forma novamente e aos poucos foi perdendo os movimentos, até que finalmente parou de agonizar.

Agora que a criatura estava morta eu não sabia para onde ir, não sabia se eu precisaria esperar que me tirassem de lá ou se eu precisaria procurar a saída.

Continuei andando e comecei a reconhecer o percurso, eu estava perto da porta por onde eu havia entrado.

Caminhei mais alguns metros e finalmente cheguei na porta.

Forcei para que ela abrisse, mas infelizmente estava trancada, obviamente a saída não era por ali.

A única opção que eu tinha no momento era refazer o percurso e tentar chegar ao "final" da floresta.

Eu iria passar por aquela criatura novamente e pegar a adaga.

O local que antes estava totalmente escuro e frio, foi ficando cada vez mais quente, conforme eu me aproximava do lugar onde a criatura deveria estar.

Após caminhar por mais alguns minutos, cheguei até o local desejado, e para minha surpresa, estava tudo vazio, sem adaga... Sem a criatura.

Meu coração começou a acelerar, pois aquele ser ainda estava pronto para atacar em algum lugar.

Só agora eu entendia o motivo de não ter recebido nenhuma pista sobre a saída, o monstro ainda estava vivo.

Se o único jeito de sair de lá fosse matá-lo, então eu iria matá-lo.

Comecei a seguir um rastro de destruição e sangue, seria mais fácil matá-lo, pois ele estava ferido e isso o deixaria mais lento.

Barulhos começaram a surgir e conforme eu andava eles ficavam mais altos.

Grunhidos eram liberados a cada instante.

Me aproximei de um arbusto que obviamente era a origem dos sons de dor.

Me preparei com a lança em mãos e puxei os arbustos até revelar que quem estava atrás dos arbustos era uma pessoa.

-Não me mate por favor - Alguém disse com uma voz doce.

A garota que Soren havia me obrigado a punir estava ali caída com um ferimento enorme na barriga.

Olhei para seus olhos azuis e antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, cravei a lança em seu peito, eu não seria enganado novamente.

No mesmo instante senti algo agarrar minhas pernas e me derrubar no chão.

A criatura que eu jurava ter matado, estava ali, em cima de mim, tentando me matar.

Coloquei o cabo da lança entre seus dentes e comecei a fazer força para retirar o peso de cima de mim.

Depois de alguns segundos lutando, chutei a barriga da criatura e a tirei de cima de mim.

Em um movimento rápido peguei a lança e enfiei direto no coração daquele ser.

O monstro começou a se contorcer novamente e depois de alguns instantes parou de se mover.

No mesmo momento as gramas que rodeavam a criatura começaram a envolver o corpo imóvel, até que desapareceu por completo.

Eu estava muito ofegante e não pensava em nada, até que suspiros começaram a vir do arbusto.

Não demorou muito para que eu voltasse á realidade e me tocasse do que eu havia acabado de fazer.

Corri na direção dos arbustos e vi aquela pequena garota, doce e inofensiva dar seus últimos suspiros de vida.

Meu coração gelou totalmente e o fato de que eu havia matado a garota, não entrava em minha mente.

-POR QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO? - Gritei completamente em choque.

Um som de alto falante foi acionado e A voz de Soren surgiu.

-Eu disse que você precisava puni-la, e ninguém me desobedece.

Matar alguém era ir contra tudo que eu pensava sobre a vida, tudo o que eu sentia era um misto de raiva e culpa.

-Seth, vá para a porta de entrada, seu teste foi concluído com sucesso.

Eu apenas ignorava Soren, eu estava a ponto de surtar.

-Não me faça mandar pessoas para te buscar, ou você sai por bem ou por mal.

Tudo que ele falava eu não compreendia direito no momento.

-Ok.

O som do alto falante sendo desligado foi emitido e após alguns minutos Jay e outro homem apareceram e aplicaram novamente um tranqüilizante em mim.

Mesmo com o tranqüilizante eu estava ciente de tudo que estava acontecendo.

Jay e o outro homem me carregavam até que o efeito do tranqüilizante por algum motivo desapareceu e a raiva subiu em minha cabeça.

Peguei a arma que Jay carregava e bati em sua cabeça com ela, me virei para o outro homem e repeti o movimento.

Saí em disparada em direção á porta e forcei para que ela abrisse.

Assim que abri a porta e dei um passo para entrar no salão fui recebido com uma pancada na cabeça e acabei caindo no chão por conta da força da batida.

Vi Soren segurando um pedaço de ferro, com um olhar de reprovação e minhas vistas escureceram por completo.

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