Dois

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Enquanto ele lavava a louça e deixava toda a cozinha molhada, sua mente parecia vagar, ele estava maquinando um plano, uma forma de encontrar aquela bela garota novamente, sendo que malmente ele sabia seu nome, mas isso não importava para ele naquele momento, ele sabia que alguma coisa iria levá-los a se cruzarem mais uma vez, foi ai que como uma lâmpada acendesse sobre sua cabeça uma ideia brotou: Bastaria que ele voltasse à feira na próxima semana, mas a ideia de acordar em plena madrugada no frio que dominava sua pequena cidade o desencorajava bastante.

E não vamos pensar mal dele novamente, pois ninguém gostaria de acordar na madrugada em pleno frio e viajar uma hora e meia e passar o dia trabalhando, sejamos sinceros, por favor.

Na manhã seguinte, o telefone toca e uma voz grave do outro lado da linha chama por Theodor, seria o Her Alfred, dono de uma pequena empresa de turismo que não rendia quase nada, mas era um de seus sustentos, ele procurava Theodor para uma caminhada na floresta com uns recém-chegados em Die Engel Singen que gostariam de conhecer a famosa e assustadora floresta.

Ele aceitou o serviço, já que gostaria de ajudar em casa, já se sentia envergonhado por não ter conseguindo emprego fixo durante tanto tempo que teve de aceitar. Tudo o que recebeu entregou à sua mãe que fez o melhor com aquele pouco dinheiro em suas mãos.

Helene neste momento estava cuidando de sua beleza com a ajuda de sua mãe, ela ainda não tinha nenhuma amiga, nem mesmo na escola, devido à importância de seu pai que como foi dito antes, era dono de uma grande empresa de fios de algodão não  deixava a filha sozinha quase nunca com medo de que ocorresse um sequestro ou algo do tipo, ela tinha seguranças particulares, coisa que ela odiava, mas seu pai sempre dizia que era para seu bem e ela tinha que aceitar, gostando ou não.

-Não sei como consigo viver assim.

- Assim como, querida? Perguntou sua mãe

-Sem ninguém da minha idade para conversar, já estou cansada disso, gostaria de sair mais vezes, conhecer pessoas, nem mesmo as garotas da minha escola se aproximam de mim imaginando que levariam uma surra dos seguranças. Até que é engraçado ver as expressões nos rostos delas, mas gostaria também de conversar um pouco, mesmo que fosse coisa boba.

-Pedirei a seu pai para que te deixe um pouco mais livre, sei que precisa de companhia de sua idade, eu já não tenho idade para coisas de garota.

-Ah mãe! Não fala assim, você é muito jovem e nós podemos conversar sobre qualquer coisa, eu já entendo algumas coisas, venho aprendendo um pouco. Mas muito obrigado pelo que está fazendo por mim.

-Tudo bem meu anjo, agora que está pronta e linda está na hora de dormir um pouco, no café da manhã conversarei com seu pai, te garanto que ele vai concordar comigo. Boa noite querida. Mamãe te ama não se esqueça disso.

-Eu também te amo mãe e mais uma vez muito obrigado.

Seus sonhos foram leves, enquanto Theodor, este custou a dormir, ele não entedia ainda por que essa garota que nem ele mesmo sabia o nome vivia nas engrenagens de sua mente, caminhando e pulando em cada parafuso e deixando o pobre coitado cada vez mais louco por ela.

Quando acordou, viu que seu quarto estava cheio de desenhos que fizera imaginando a garota que contribuía que ficasse um tanto mais louco que o costumava ser. Seus olhos pairavam sobre todas aquelas imagens e ficou meio que sem entender e muito menos sem saber quando tinha feito tantos desenhos da menina que viu apenas uma vez na vida e nem sabia sequer se voltaria a vê-la. Ao se levantar, tropeçou em algo que lhe tirou o equilíbrio e quando olhou o que atrapalhara seus passos viu que era seu diário que já estava amassado, abaixou-se e pegou o seu já velho diário e foi folheando até que parou em uma das páginas que estava marcada com rabiscos a lápis e começou a ler:

THEODOROnde as histórias ganham vida. Descobre agora