2 - Cheguei!

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Á nossa espera estava um amigo do Vítor que nos iria levar a casa, demorámos algum tempo a chegar e embora fosse noite, o trânsito estava um caos, tudo tinha iluminação excessiva, as pessoas vestiam estilos totalmente destintos, as lojas todas abertas 24 horas, os prédios altos, as avenidas largas, as ruas estavam movimentadas porque esta cidade não dorme... Meu deus.

Finalmente, chegámos a uma zona mais calma onde havia hectares de pequenas vivendas todas diferentes mas em semelhante tinham cada uma a sua garagem, relva em volta, separadas umas das outras por um muro de arbustos, todos com cerca de 1,5 metros e todas sem execção estavam impecavelmente cuidadas. A dos meus "tios" tal como esperava era linda.

O carro parou mesmo em frente a uma pequena vivenda pintada de castanho claro com as janelas e portas brancas como aquelas que estamos habituados a ver nos filmes. Esta casa é mesmo a cara deles, uma casa perfeita para uma família perfeita. Começamos a descarregar as malas do carro e despedimo-nos do Lucas.

Quando a porta se abre parece que entro numa casa de bonecas tudo está perfeitamente decorado e arrumado e da cozinha vêm disparadas a Annie (a empregada), mesmo sendo a mais velha ela nao aceita ficar parada por isso pega nas malas e ajuda a levar tudo para os quartos. A Cristina tinha falado dela e alertou que embora parecesse ser fria e rabugenta, era apenas uma capa que criou devido a uma vida de sacrifício, na verdade mais que uma empregada era também sua amiga e sua fiel confidente que tinha um grande coração.

A Cristina leva me até quarto que é da sua filha, fica no primeiro andar...

- Cristina tem a certeza que a sua filha não se vai importar?

- Claro que não ela só o utiliza no natal quando fica cá a passar uma semana de férias como o marido. - ela  abre um melancólico sorriso. -Agora vou deixar-te para ir tomar um banho e depois encontramo-nos lá em baixo na sala, vamos comer qualquer coisa leve, mais tarde mostro-te a casa antes de descansarmos, amanhã teremos tempo para arrumar as malas.

Assim que a Cristina sai do quarto vou à mala tiro os meus produtos higiene e tomo banho, assim que termino visto um pijama fresco pois a noite está quente e dirijo-me à sala onde todos me esperam. Quando entro na cozinha vejo uma mesa recheada de saladas, queijos, pão, fruta, vinho e sumo de laranja, ninguém comeu muito porque o cansaço era maior que a fome. Assim que acabámos o Vítor foi para o escritório e a Cristina mostrou-me a casa que tal como ela era simples mas muito acolhedora. Em baixo ficava a sala que era enorme, no meio se situava escadaria para o primeiro andar, a sala dividia do lado direito o escritório e a sala de refeições e do lado esquerdo a casa de banho e a cozinha com uma pequena divisão para a engomaderia e dispensa, em cima existiam 3 quartos; a suíte que era o quarto da Cristina e do Vítor, dois outros para cada um dos filhos e no final do corredor existia uma grande casa de banho. Despedi-me de todos e fui para a cama estava tão cansada que assim que fechei os olhos adormeci!

Na manhã seguinte acordei com as baterias carregadas, desci as escadas e só encontrei a Anine...

- Bom dia Anine!

- A menina quer que prepare alguma coisa? Os senhores saíram mas voltam para almoçar.

- Vou aproveitar para arrumar as malas, obrigado.

Em 1 hora arrumei tudo e acreditem que tinha trazido muita tralha, depois tomei um banho, vesti uma roupa prática, fiz um rabo-de-cavalo e passei com o lápis preto nos olhos, estou pronta para descer e estou contente que os meus caracóis não estão rebeldes. Saio do quarto com os pés descalços pois já vi que nas traseiras da casa há um pequeno jardim com uma mesa no centro coberta por uma tenda branca, um barbecue e uma árvore no canto com um baloiço e quero ir até lá. Assim que desço os meus tios abrem a porta da entrada.

- Olá Sofia, dormiste bem?

- Bem eu estranho sempre quando durmo fora de casa mas descansei o bastante, já terminei arrumei as minhas malas e estou entusiasmada.

- Bem então vamos almoçar! Ah desculpa querida esqueci - me de te dizer que logo temos um jantar com alguns amigos cá em casa, alguns são também colegas de trabalho meus e do Vítor. Tudo bem para ti?

- Claro e para além disso a casa é vossa!

- Nem sabes o que te espera – Vítor brinca comigo, eu sorrio desconfiada.

O almoço foi calmo mas assim que acabou começou a preparação para o jantar, havia loiças por todo o lado e comida para um batalhão e claro mais uma ajudante que chegou para dar uma mãozinha à Anine pois a coitada ia ter muito trabalho. Acho que o Vítor percebeu pela minha cara que me sentia meio perdida...

- Ela é sempre assim, embora sejam cerca de 15 pessoas parece que está a preparar um casamento e olha que se queres um conselho vai fazer algo pois aqui vai ser o caos até às 19 horas.

- Eu podia ajudar a fazer qualquer coisa.

- Não querida o melhor mesmo é afastares-te porque a Annie não deixa ninguém tocar na sua bendita cozinha.

- Bom assim sendo vou arranjar algo para ocupar o meu tempo.

- Fazes bem, eu estarei no escritório se precisares de alguma coisa.

- Obrigado.

Dançando para ti! Where stories live. Discover now