-Não é isso... É que... Ah, Gemma, ele disse que é apaixonado por mim... – lhe lancei um olhar apreensivo, mas ela só sorriu.

-Finalmente. – foi o que ela disse, me deixando mais confuso.

-Como assim?

-Harry, qualquer um pode ver como o Louis é apaixonado por você, aliás, como você é todo apaixonadinho por ele também.

-Ele é meu melhor amigo!

-Que bom, né?! Seria um problema estar apaixonado por algum inimigo. – ela chegou mais perto e passou um braço pelos meus ombros.

-Eu nunca... É que...

-Harry. – ela me interrompeu, ainda sem parar de sorrir. –Sério que você nunca percebeu um sentimento diferente de amizade entre vocês dois? Nem um pouquinho? Todo o ciúme que você sente dele, o fato de nunca parar com ninguém... O jeito como fica todo feliz simplesmente pelo Louis estar por perto, como ele é o único capaz de te domar, porque sejamos sinceros, você come na mão dele.

E enquanto ela ia falando eu fui pensando em tudo isso, lembrando de momentos, de toda a minha vida, em que coisas assim aconteceram... De como eu realmente era infinitamente mais feliz quando tinha Louis por perto, como odiava vê-lo triste por causa da situação complicada com a mãe dele e por isso mesmo fazia questão de que ele se sentisse parte da minha família, o ciúme maluco que ele me despertava e... Bem, sim, eu me divertia muito por aí com alguns garotos e garotas do colégio, nunca neguei que gostava de festas e de sexo e não recusava quando surgia uma oportunidade, mas não era nenhum canalha, não fazia nenhuma falsa promessa, eu só nunca me apaixonei por nenhum deles!

-Ele me beijou. – murmurei.

-E como foi? O que você sentiu? – Gemma questionou.

-Não sei, eu fiquei surpreso, meio assustado, mas também o beijei. – franzi o cenho ao sentir meu coração acelerando só com a lembrança. –E foi... Nossa, ele tirou o meu fôlego.

Agora que eu estava realmente conseguindo parar e pensar em tudo aquilo me dei conta de como o beijo tinha mesmo me deixado sem ar, como nenhum outro tinha feito antes.

Voltei a olhar na direção do quarto do Louis e pensei nele... Nos seus sorrisos, no jeito meigo e irritadinho que só ele conseguia ter, como era leal, inteligente e divertido... Caramba, e esse tempo todo ele era apaixonado por mim!

-Deve ter sido horrível para ele estar por perto e ver você ficando com todas aquelas pessoas. – Gemma comentou. –Muitas vezes pensei em ir falar com ele, mas achei melhor não me meter.

Isso era algo que não tinha me ocorrido ainda: o tanto de sofrimento que eu devo ter causado a ele mesmo sem querer, todas as vezes que o levava para festas comigo só para em seguida fugir para algum canto com alguém.

-Eu sou tão idiota. – escondi o rosto nas mãos e Gemma esfregou minhas costas carinhosamente.

-Só um pouquinho... E um pouco lerdo também.

-Isso não ajuda. – resmunguei com a voz abafada pelas mãos ainda cobrindo meu rosto.

-A verdade nem sempre é muito gentil. – ela riu. –Mas também nunca é tarde para consertar nossos erros... O que você disse quando ele se declarou e vocês se beijaram?

-Nada. – quase choraminguei. –E ele saiu correndo.

-Então por que você está aqui e não lá falando com ele?

-Porque não sei o que dizer ou o que fazer!

-Harry... – ela me fez erguer o rosto para que pudesse encará-la. –Você acabou de dizer que o beijo dele tirou o seu fôlego.

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