Capítulo 5

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  POV Harry

Era difícil me lembrar do momento exato em que Louis e eu nos tornamos amigos porque eu simplesmente não conseguia nem me lembrar da minha vida antes de tê-lo por perto... A presença e a amizade dele era algo constante e firme, ter o Louis por perto era tão certo, simples e necessário quanto respirar, e mesmo que tivéssemos os outros rapazes como amigos, com a gente era diferente, às vezes eu tinha a impressão de que ele me conhecia melhor do que eu mesmo... E foi justamente por isso que eu fiquei tão em choque quando ele me beijou daquele jeito depois de dizer ser apaixonado por mim.

Eu devia ter ido atrás dele, deixá-lo correr sozinho para casa tão abalado quanto estava foi um erro, mas eu não consegui me mover. Continuei parado, ainda sentindo o gosto dele na minha boca, até um grupo mais barulhento passar ao meu lado e me despertar um pouco do meu torpor, só então fui capaz de fazer as minhas pernas se moverem e caminhei para casa.

Durante todo o caminho tentei pensar porque nunca percebi a paixão do Louis por mim antes ou desvendar o que eu estava sentindo agora... Mas era tudo tão confuso e incerto!

Ao chegar em casa, parei um instante na varanda e olhei para a casa em frente, a luz do quarto dele estava apagada, mas eu duvidava de que ele já tivesse dormido, eu tinha certeza de que ele tinha corrido pra lá quando fugiu de mim e também sabia que a atitude certa era atravessar a rua e falar com ele, mas eu surtava só de pensar nisso.

Com um longo suspiro me sentei nos degraus da varanda e fiquei encarando a janela do quarto do Louis enquanto tentava compreender como o meu melhor amigo tinha se apaixonado por mim sem que eu me desse conta... Mas uma vozinha bem no fundo da minha mente repetia sem parar que na verdade eu apenas não quis enxergar quando aquilo aconteceu!

Sem querer me lembrei do Scott, de como ver o Louis conversando com ele mais cedo no jogo, e abraçando-o, me deixou completamente irritado a ponto de considerar seriamente a possibilidade de enfiar a mão na cara daquele idiota, eu não era tão cego a ponto de não saber que aquela minha reação era por ciúmes, aliás, eu sabia bem que morria de ciúmes do Louis com qualquer um, mesmo com os rapazes vez ou outra, a época em que ele saía com o Scott foi terrível e ainda recordo de como me senti aliviado quando os dois terminaram, mas até então eu atribuía isso apenas ao fato de não querer correr o risco de perder o meu melhor amigo.

Bem, e também teve um período, nos meus treze anos, em que Louis me despertava reações malucas, onde só de ficar perto dele me deixava em chamas, mas nunca pensei que ele pudesse sentir o mesmo e atribuí aquilo aos hormônios do começo da adolescência.

-O que está fazendo aí sozinho? – eu estava tão perdido em mim mesmo que levei um baita susto quando Gemma se sentou ao meu lado.

-Você quase me matou agora. – coloquei a mão no peito, me recuperando do susto.

-Foi mal. – ela riu. –Mas e aí, por que não entrou?

Gemma e eu sempre fomos muito próximos, claro que tinham as clássicas brigas e implicâncias entre irmãos, mas eu morreria por ela, além disso, ela sempre me dava os melhores conselhos, então era exatamente quem eu precisava agora.

-Estou quase enlouquecendo. – admiti e ela arqueou uma sobrancelha, mas o seu olhar ficou instantaneamente mais preocupado.

-O que aconteceu?

-É o Louis... – sussurrei, meus olhos voltando para a janela do quarto lá do outro lado da rua, a luz continuava apagada.

-Vocês brigaram? – ela perguntou suavemente.

I Need YouOnde as histórias ganham vida. Descobre agora