| Se não fosse Deus |

#Eu_Não_Consegui!

- Eu esqueci até que eles estavam aqui, onde eles estão? 

- Lá fora para te dar privacidade com os meninos, coisa de Noemi. 

- Vamos ! - Digo puxando Arthur para fora.

Quando saio Caio vem em minha direção.

- Priminha ! Sentimos sua falta aqui. - Me abraça tirando meus pés do chão.

- Eu concordo! Noemi estava muito triste e Caio foi obrigado a cozinhar então você já sabe não é ? - Solta uma gargalhada abraçando Bia que ri também.

- Eu senti tanto sua falta amiga ! 

- Eu também muito! 

- Chega né ! Que grude, agora é minha vez. - Becca se aproxima e me abraça. - Sua louca ! Como você esta ? Eu sumo por alguns anos e é nisso que dá? 

Sim! Becca é minha amiga de anos, ela morava em São Paulo e eramos muito amigas, eu era cristã e ela não, então Samuel morreu e eu sai da igreja, foi com ela que eu me perdi por completo. Ela estava sofrendo com a morte do pai e eu por Samuel, então fazíamos o possível para apagar as memórias ruins e a dor da perda. Mas com o tempo eu me " recuperei " mas Becca não, ela tinha brigas constantes com mãe até que um dia sua mãe não aguentou mais e a mandou para Santos, para ficar um tempo com a Bia, então a vida dela mudou ela conheceu o Dinho e se apaixonou por ele e por Cristo. E foi na mesma época que eu encontrei Margot e todas as coisas aconteceram.

- Você fez muita falta aqui. - A abraço de novo. 

- É eu sei .

- Becca ! - Solta uma gargalhada.

- Vamos comer vai ! - Me puxa para dentro.

Almoçamos todos juntos uns na mesa, outros no sofá e as crianças no chão mas todos juntos e rindo , rindo muito! 

(...)

Passamos o dia inteiro conversando e rindo, foi muito maravilhoso não me sentia assim a tempos.

- Ruth? Podemos conversar ? - Arthur pergunta e eu concordo com a cabeça.

- Difícil é achar um lugar por aqui. - Sorrio.

- Pode ser no seu quarto.

- Arthur. - O repreendo.

- É o único lugar que teremos privacidade, eu vou deixar a porta aberta, e eu não vou tentar nada! - Ele estende a mão para mim. Suspiro e seguro em sua mão.

- Vamos!

Vamos para o quarto que para glória de Deus Heitor e Léo estavam brincando no cantinho, o que me deixou mais tranquila.

- Sobre o que quer falar ? 

- Sobre nós.. - Ele deita a cabeça no meu colo. - Sobre como vai ser daqui para frente. Com a gente, com os meninos. 

- O que você quer que aconteça ?

- Eu quero Deus, você, Heitor, Léo e mais uma ruiva que nem a mãe! - Sorrio boba. - Eu quero me casar com você o mais depressa possível ... Eu amo você e eu não quero esperar! 

- E-eu ... E-eu não sei o que dizer - Eu amo esse homem. - Eu amo você ! - Arthur sorri e me sela.

- Eca ! Palem com isso. - Diz Heitor com a cara de nojo e Léo esta corado. Soltamos uma gargalhada.

- Heitor me chama de pai ! - Sorri.

- O que ? Desde quando ? 

- Eu não sei o que houve mas, ele disse que sabe que ele não é filho dos meus pais e que não tem pais. Então ele pediu que eu fosse o pai dele e ... Eu não resisti. 

- Nossa! - Sorrio. - Tudo esta se encaixando agora, eu vou me casar com alguém que eu amo, tenho meu filho de volta e meu einsteinzinho vai ser cuidado como se fosse meu filho.  Deus esta me dando uma nova chance ! E eu não vou desperdiçar.

- Não vamos desperdiçar, eu prometo que com a ajuda de Deus nós vamos dividir essa felicidade juntos. - Sorrio.

- Mamãe ? - Léo me chama.

- Sim!

- Quando vou ver minha vovó de novo ? - Uma dor aperta meu peito. - Eu estou com saudade !

- E-eu não sei meu amor. - Ele abaixa a cabeça triste.

- Tudo bem. Eu sei que ela não ela boazinha com todo mundo , mas eu amava ela. Ela cuidava de mim e contava histolinha pra dormir ela me ablaçava e dormia comigo quando eu tinha pesadelo. Ela até tilava o monstro do armário pra mim. - Ele se aproxima e cochicha em meu ouvido. - Ela plendeu ele dentro de uma galafa. Ela não deixava eu te esquecer mamãe ..

Estranho, mas Margot realmente amava Léo, eu fico feliz por saber que ela tinha um coração.

- Meu amor eu vou fazer de tudo para que você veja a sua avó de novo, eu prometo! - Lhe dou um beijo na testa. Ele sorri largo.

- Obligado mamãe! 

Como eu amo isso. Obrigada Jesus ! 

- Luth eu to com sono, eu posso dormir com vocês ? 

- Claro! Você também quer Léo ? - Ele diz que sim e os dois sobem  na cama e deitam no meio ficando assim eu de um lado e Arthur do outro. E é nesse aconchego tão familiar que eu pego no sono.

Acordo com uma barulheira vindo da sala, olho para o lado e os meninos ainda dormem mas, Arthur não esta mais na cama, tiro a cabecinha de Heitor que esta apoiada em meu braço e me levanto lentamente. Arrumo o cobertor em cima dele e saio do quarto indo em direção a gritaria.

- EU EXIJO VER O MEU NETO AGORA ! 

- Volte outro dia, hoje não é um bom dia para isso! - Diz Noemi.

- CHAME RUTH, RUTH VAI ME ENTENDER! ELA VAI DEIXAR EU VER O MEU NETO ! E-EU SÓ QUERO VÊ LO !

Quando entro na sala me surpreendo com quem vejo, com a aparência abatida e com os olhos encharcados de lagrimas. Uma raiva me toma por completo.

Eu me detesto por sentir raiva mas eu ainda não consegui!

Eu ainda não consigo perdoar a minha própria mãe ... Depois de dois anos, Margot esta aqui !

(...)