-Verdade, e continuam sendo, nossas mães não se desgrudam.

-Você não vai lá com muita frequência? – ele perguntou.

-Não tanto quanto gostaria, mas preciso ir logo, eles estão me cobrando e eu morro de saudades, acho que vou tirar um fim de semana para isso.

Harry ficou em silêncio, apenas me olhando enquanto eu comia mais um pouco, e depois suspirou.

-Eu também estou planejando ir pra lá, se você quiser posso te dar uma carona. – a sugestão dele quase me fez engasgar e foi preciso alguns instantes antes de eu conseguir dizer algo.

-Harry, eu não sei...

-É só uma carona, vamos para o mesmo lugar, e você não tem carro, né?! Além disso, seria divertido, nós sempre nos divertíamos quando viajávamos juntos. – ele disse tudo num fôlego só e mesmo depois desses anos e de tudo o que nos separou, eu ainda conseguia olhar para ele e enxergar ali aquele garoto por quem fui tão loucamente apaixonado e por quem, sendo bem sincero, nunca deixei de amar. O sorriso nervoso, o jeito de mexer no cabelo, que agora estava tão maior, o brilho no olhar ao me encarar... E acho que foi justamente por perceber tudo isso que eu acabei dizendo o que disse a seguir:

-Tudo bem, eu ainda não sei quando exatamente poderei ir, mas nós combinamos.

-Não preciso nem dizer como isso me deixa feliz, né?! – ele abriu um sorriso ainda maior e mais lindo.

E aquele jeito como ele me olhava me deixou envergonhado, do jeito como costumava deixar antigamente, e por isso mesmo dei um jeito de mudar de assunto.

-E você teve novidade sobre a gravação do seu cd?

-Ah, por enquanto não teve nenhum grande avanço não, mas eu acho que vai dar tudo certo.

-É claro que vai, eu nunca duvidei de que você fosse se tornar um grande artista, ser reconhecido pela sua música, esse é um dom maravilhoso que você tem, Harry. – eu disse com toda a honestidade.

-Lembra-se de quando ainda não estávamos namorando, éramos só amigos, e você me fez te escrever um autógrafo porque disse ter certeza de que eu ainda seria famoso? – ele relembrou e eu dei risada porque me lembrava muito bem.

-Sim, eu me lembro, foi logo depois que te ouvi cantando pela primeira vez. – e naquele dia eu já estava bem caidinho por ele.

-Eu já estava tão louco por você. – ele murmurou e dessa vez eu nem corei mais, apenas sorri.

-Eu ainda tenho esse autógrafo. – admiti e vi o espanto refletido nos olhos dele.

-Está falando sério?

-Juro. – dei de ombros. –É meio patético, né?!

-É bem maravilhoso, na verdade. – ele segurou a minha mão por cima da mesa e eu achei que fosse capaz de ter um ataque cardíaco pela velocidade com que o meu coração bateu.

Foi um gesto simples e impulsivo, ele simplesmente colocou a sua mão sobre a minha e apertou os meus dedos com carinho. E então ele pareceu se dar conta do que tinha feito e me olhou como se esperasse que eu surtasse, mas eu me dei conta de como aquilo me fez bem, de como um simples toque dele me aqueceu de um jeito inexplicável.

-Me desculpa, eu...

-Não, não precisa se desculpar. – o interrompi antes que ele continuasse se desculpando. –Sério, está tudo bem.

E podia parecer algo banal ou idiota para alguns, mas era outro grande avanço pra gente, acho que por isso mesmo nós dois sorrimos pelo resto do almoço, enquanto a mão dele continuava envolvendo a minha.

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