– Eu estou atrasada, ou você veio mais cedo? – fico olhando seu corpo, hipnotizado, e demoro alguns segundos para responder.

    – É... Eu, eu vim mais cedo. – consigo formular uma frase com muito custo.

    – Bem, sinta-se a vontade, já que está aqui irei me arrumar o mais rápido que posso. – diz e sai correndo no corredor.

    Jogo-me no sofá-cama, que agora está recolhido, pego o controle da televisão e coloco em um jogo de hóquei.

    – Você é muito folgado. – Max resmunga, finalmente largando a porta. Anda um pouco até mim, e para com as pernas abertas e os braços cruzados – Depois de tudo que fez com ela, não acredito que esteja aqui. – diz indignado e com uma postura intimidante.

    Para qualquer um, menos parar mim.

    Eu o olho debochado, o que o faz ficar mais irritado. Sei que gostaria de falar alguma coisa, está na sua cara isso, mas controla-se.

    – O que eu faço ou deixo de fazer com ela, não é da sua maldita conta, ok? E não que te deva satisfações, mas já me resolvi com Live. Então não se intromete, ou terei que quebrar esse rostinho de porcelana, boneca.

    Sua ira aumenta visivelmente, ele descruza os braços e cerra os punhos no mesmo instante que Live surge do corredor, linda como sempre, em um vestido florido, os cabelos soltos, e o rosto sem maquiagem.

    – Vamos? – ela fala, pegando minha mão. E o maldito choque que sinto toda vez que a toco, surge novamente. – Max, não se preocupe, eu sei o que estou fazendo, ok? – ele acena com a cabeça em reposta.

    Dirigimo-nos à porta, mas Live solta minha mão para ir abraçar Max.

    Ela diz algo em seu ouvido, que o faz fechar os olhos e suspirar. Depois volta para mim, agarrando minha mão novamente, despede-se uma última vez de Max.

    – Então, para onde vamos? – ela quebra o silêncio, enquanto coloco seu cinto de segurança. Eu dou a volta no carro, entrando pelo lado do motorista respondo.

    –Surpresa. Já falei. – ela bufa e vira o rosto, olhando para trás. Ou pelo menos ela tenta, pois seguro seu rosto antes que consiga olhar realmente. – Não olhe para trás, somente para frente e para mim, claro. – pisco para ela, que parece exasperada.

    Vejo que se segura para falar, quando puxo o carro para a rodovia estadual CA-24.

    – Pode falar Live.

    – Você não irá responder de qualquer maneira. – dá de ombros.

    – Posso te dar dicas. Tente adivinhar para onde iremos.

    – Vejamos. – faz uma expressão pensativa – Quanto tempo de Berkeley até a surpresa.

    – Uns 40 minutos, isso é claro se não pegarmos trânsito.

    – Estamos indo para outra cidade. – fala empolgada.

    – Sim.

    – Oh. Eu nunca fui à outra cidade, além de Berkeley e São Francisco, mas São Francisco foi só uma vez, e não fiquei por mais de uma hora, então não conta.

    – Bem, infelizmente não teremos tempo para turismo, mas prometo leva-la para um passei turístico em outras cidades, outro dia.

    – Você faria isso por mim? – pergunta com um brilho de felicidade nos olhos.

RUSH (Degustação)Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum