Casamento

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Henrique

Eu poderia dizer que eu sempre me perguntei sobre a razão que faz uma criatura optar pelo casamento. Mas a verdade é que eu definitivamente nunca tinha pensado sobre isso.

Até o dia que o seu melhor amigo juro perante Deus e todo amor eterno. E eu posso estar enganado, mas algo me diz que ele acredita piamente em toda aquela história de felizes para sempre que me parece no mínimo duvidosa.

Para quem já leu a história do casal nubente, já é de conhecimento público que eu não sou um cara muito adepto a manter relacionamentos estáveis. Na verdade no alto dos meus 31 anos eu nunca tive algo que pudesse ser assim classificado.

Não me entendam mal, não é que eu não acredite no amor, muito pelo contrário, mas o que me parece pouco crível é a manutenção eterna desse sentimento. Fato que torna quase satírico o título do primeiro capítulo na história que eu sou protagonista.

Mas vamos as apresentações, para o caso de vocês não terem previamente lido a história dos meus queridos amigos nubentes. Consignando que se o Gustavo tivesse participando deste papo que nós estamos tendo, com certeza ele já teria soltado um Querida é o Caralho! Ou simplesmente a autora das nossas loucas histórias está querendo fazer uma promoção básica às minhas custas.

Meu nome é Henrique Abrantes, tenho 31 anos, sou médico pediatra e tenho a alegria de dizer que eu não trocava a minha vida por porra nenhuma nesse mundo.

Se eu fosse definir a minha trajetória em geral tudo foi muito fácil para mim. Eu nasci numa família legal, meus pais me apoiaram psicológica e financeiramente, sendo que até bem pouco tempo atrás a minha irmã caçula, recentemente surtada, só tinha me dado orgulho.

No campo profissional, eu nunca tive dúvidas, sempre quis a medicina e por conta das minhas boas notas, entrar no curso não foi nada difícil. Eu reconheço que nunca fui o cara mais dedicado, mas eu sempre tive facilidade de compreender o que me era dito.

Sempre tive bons amigos que já estão na minha vida há um tempo considerável, alguns pelos quais eu seria capaz de dar a minha vida se fosse necessário.

No campo da mulherada, por óbvio, que eu já levei alguns foras nessa vida, mas em geral nunca faltaram mulheres interessadas em algumas horas de prazer sexual. Vocês repararam na questão do interstício da frase anterior? Essa é a média de duração dos meus relacionamentos.

Ou seja, uma história sem grandes embates ou questões existenciais, eu simplesmente colhi o que me foi ofertado e algo me diz que o cara lá de cima vai com a minha cara.

Portanto, é só aparecer no meu plantão, que eu mostro meu pronto atendimento. Nossa essa foi podre! Eu tenho que reconhecer, mas eu poderia ter soltado um 'me chama de injeção que eu te mostro a minha seringa'. Logo, vocês ainda saíram no lucro.

Ah eu esqueci de avisar, mas é bom que você tenha mais que dezoito, caso contrário some dessa porra, pois numa história onde eu sou protagonista só pode rolar putaria. Ou pelo menos assim eu espero.

Diante desse breve resumo da minha existência feliz, voltemos ao momento atual. Hoje é o casamento do meu amigo Gustavo com a Sônia, que por sinal está gostosa pra caralho!

O que? Podem parar com estas cabecinhas inquisidoras, pois os atributos físicos da minha amiga são evidentes até para um cego constatar. Além disso, é bom que vocês se acostumem, o nosso relacionamento somente vai dar certo se não houverem julgamentos. Portanto, já que estamos trabalhando com a sinceridade, o simples fato dela ter casado com o meu melhor amigo, não gera automaticamente o embarangamento da mulher.

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