Prólogo

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Maggie's POV

Já fazia um mês.
Um mês desde que tudo isso começou. Desde que o apocalipse começou. Eu, Beth, meu pai e Jimmy nos refugiamos na fazenda pertencente a nossa família.
Estava tudo calmo. Como sempre.
Era até normal demais...E quando eu digo normal, eu quero dizer chato.
Eram poucos os errantes que se aproximavam da cerca, e os que ousavam acabavam tendo seus miolos arrebentados.
Minha família sempre teve fé, meu pai sempre me dizia que um dia os morto voltariam a vida. É claro que eu não achava que ele estava falando sério. Não assim, literalmente.
Nossa vida era calma, monótona. E isso acabava me entediando às vezes. Não que eu quisesse que aparecesse uma horda de zumbis para atacar a fazenda, mas... Viver com apenas eles três não era o suficiente. Não para mim.
Foi quando aquilo aconteceu.
Havia completado um mês desde tudo isso.
A internet havia caído. A eletricidade até funcionava, mas não podíamos abusar...E graças aos céus tinha água para o banho.
Eu estava deitada na rede da varanda, admirando o silêncio perpétuo que eu antes tanto reclamava não existir.O silêncio que predominava pelos campos verdes da família Greene há gerações.
Peguei meu livro que estava no chão. Já havia lido ele pela terceira vez.
Suspirei alto, não havia nada pra fazer. Nada.
Tinha saudades de me divertir com meus amigos, de ir para faculdade (Apesar de ser um saco acordar cedo para as aulas de física)... Mas isso não aconteceria mais, só existe na memória, pois todos ele estavam mortos.
Todos que eu conhecia ou costumava conhecer provavelmente estavam se arrastando por ai, sua carne apodrecendo a cada dia e sua aparência cada vez mais se distanciando do que já foi um ser humano.
Me perguntei que diferença faria para o mundo se eu morresse ou não.
Quer dizer...O mundo esta tentando morrer...E eu não podia fazer nada a respeito, exceto esperar que os mortos terminassem o serviço.
Descansei meus olhos por segundos, mas foi o suficiente para ouvir um som incomum. Som de carros se aproximando.
Abri os olhos, confusa. Era uma alucinação? Eu estava enlouquecendo?
Não. Quando eu abri os olhos, me deparei com um trailer e dois carros estacionados em frente à fazenda, interrompendo por completo meu pensamento. Em um sobressalto fiquei sentada e chamei meu pai.
–Hm...Pai?
Nada.
–Pai! - Falei num tom mais alto, porém agressivo.
Meu pai, Hershel, apareceu na varanda meio revoltado por que eu além de atrapalhar ele, não estava fazendo nada no seu ponto de vista. E ele estava certo. Eu não estava fazendo nada.
–Mas o que foi, Magg...-Ele próprio se interrompeu ao ver os automóveis. Nunca havíamos achado sobreviventes. Até agora.
Rapidamente um homem loiro, que vestia uma roupa de xerife (E que devia ter em torno de trinta anos) Saiu do carro, se aproximou do meu pai e disse:
–Temos um homem ferido, ele foi baleado – Ele disse, com uma expressão preocupada. Sua testa estava franzida, e logo atrás dele, saiu dos automóveis várias pessoas.
Um ânimo tomou conta do meu corpo.
Até é claro, eu me lembrar que o principal fato de eles estarem ali era por causa de um homem baleado.
Meu pai não disse nada, apenas afirmou com a cabeça, devagar.
Ele era um homem calmo. Mantinha paciência até nas horas mais estressantes...E isso realmente me irritava às vezes.
Não costumávamos ver gente há muito tempo. Era algo raro. Estranho.
Algo que de algum certo modo me deixou hum...Feliz.
–Meu pai é veterinário, pode dar um jeito.- Falei, fazendo-o me fitar.
–Por favor, nos ajude.- O homem implorou.
Meu pai olhou para mim, para ter certeza se eu concordava mesmo em ajudar um bando de estranhos. Apenas confirmei com a cabeça.
O homem loiro abriu um sorriso, aliviado.
–Vocês não vão se arrepender, eu prometo! Eu sou Rick Grimes.
-Hershel Greene.-Meu pai estendeu a mão.
Eu não podia me demonstrar animada, até porque não era o momento ideal, havia um homem baleado no carro e isso deveria ser posto em dia.

Talvez Isso Seja Um Novo Começo {Gleggie}Where stories live. Discover now