prologue

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A cidade era linda a noite e ele tinha a plena visão dela de cima daquele prédio. Os pontos de luz espalhando-se pelo escuro, bem ao fundo a água do mar cintilante pela luz da lua, agitada mas calma ao mesmo tempo. Os sons dos carros distantes, as cordas do seu violão vibravam sob os dedos ásperos, cercado de papéis no terraço, enquanto sobre sua cabeça estava apenas o céu repleto de pontinhos pratas.

Sua mente ia e vinha e acabava no mesmo lugar, no mesmo ponto. A mente exausta mas ainda sim, deixando-o apreciar toda aquela beleza, o ar fresco batendo em seus cabelos loiros e os bagunçando ainda mais, o suéter comum não deixando que ele realmente ficasse com frio e seus dedos inquietos insistindo na mesma melodia. Os papéis que o cercavam cheios de sua caligrafia torta com letras bonitas, mas não bonitas o suficiente para persuadi-lo a cantar.

Sua cabeça balançou-se e seu corpo largo caiu para trás, seus olhos azuis focados no céu escuro. Cansado, mas ainda não frustrado, não era daqueles que se frustrava fácil. Fazia uma pequena lista mental de onde ir para se inspirar, e por mais que ele não gostasse da praia e da areia era o único lugar que passava-se por sua mente.

O relógio de pulso marcava quase uma hora da manhã, mas seus pés o fizeram correr pelas escadas e pedalar pelas ruas que não estavam tão vazias assim. Sábado em Santa Mônica, os jovens saiam, iam até o píer, ao parque, circulavam pelos bares e pubs da cidade costeira.

Seus dedos se afundaram na areia e mesmo ele não gostando da sensação que os minúsculos cristais faziam, puxou o caderno de bolso e sua caneta nanquim preta. A mente esgotada, os olhos vagando pela água e os ouvidos escutando as ondas se quebrarem na areia. Da areia podia ver o parque funcionando no píer, a roda gigante iluminada, e os tantos outros focos de luz, era lindo em sua opinião, tudo se movimentando em um ritmo tão diferente do dele. Quente e frio, calma e agitação.

Seus olhos se perderam mais uma vez no mar, sua mente vagando para um lugar distante e ele acabou por ter a certeza de que nada seria produzido hoje, nada que realmente fosse bom. Seus dedos do pé se agitaram prendendo pequenos punhados de areia entre eles, fechou os olhos para sentir mais a sensação que lhe causava cócegas e sentiu um arrepio subir lhe a espinha.

Quando seus olhos se abriram novamente pode observar a silhueta pouco iluminada caminhar à beira do mar, forçou os olhos a enxergarem mais detalhes, os pés descalços como os seus, o cabelo em uma bagunça arrumada, talvez roxo talvez azul, a calça dobrada até os joelhos, e a cintura da mesma alta prendendo uma camisa branca simples por dentro do jeans. Surpreendeu-se ao mesmo tempo que se envergonhou quando foi notado olhando descaradamente. O rapaz mudou sua direção e agora subia para perto do loiro que apressava-se em fechar o caderno de folha amareladas e enfia-lo dentro do bolso.

O rapaz de cabelos coloridos sorriu pequeno e não disse nada, apenas sentou-se ao seu lado, constrangido ergueu as mangas do suéter nervosamente e cruzou as pernas como índio.

—O que estava observando? — Perguntou desviando seus olhos verdes para o homem ao seu lado.

—O mar — Respondeu quietamente, não rude, mas também não simpático, estava envergonhado na companhia do garoto desconhecido, sentado ao seu lado como se fossem amigos.

—É lindo não é? — Fez a pergunta retórica logo suspirando. —Por que está aqui sozinho? — O loiro deu de ombros, não tinha amigos e mesmo se estivesse ali para fazer outra coisa sem ser escrever estaria sozinho.

Os minutos passaram-se em silêncio, nao era mias tão desconfortável assim, na verdade era extremamente relaxante.

—Você sempre fala com estranhos na praia a noite? — Perguntou o de olhos azuis depois de mais um tempo observando o perfil do rapaz que olhava encantado para o mar.

Escutou a risada fraca e pediria para o garoto repetí-la mas sabia que soaria um som forçado então apenas tentaria fazê-lo rir novamente. —Você sempre senta na areia e fica observando o mar sozinho?

Mordeu a argola que tinha no lábio e logo depois sorriu —Não, na verdade não.

—Eu também não, mas faria mais vezes. — Garantiu o garoto de olhos incrivelmente verdes, apesar da pouca iluminação o outro podia vê-los, as orbes eram encantadoras em sua opinião. —Você tem horas?

Rapidamente olhou para o relógio em seu pulso e informou ao outro que já eram pouco mais de três horas da manhã.

—Eu preciso ir, mas foi bom te conhecer — Levantou-se deixando o outro inquieto com a ideia de não vê-lo mais, achará o rapaz legal e seria uma boa oportunidade de fazer amizade.

—Espera, qual é o seu nome? — Perguntou quando o de cabelos coloridos estava já a alguns passos.

Virou-se ainda dando passos mesmo de costas. —Michael — Falou alto por conta da distância.

—Luke, Luke Hemmings.

—Foi um prazer Luke, Luke Hemmings.

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alô alô vocês sabem quem eu sou?

sou eu de novo, sim. okay, é uma shortfic e é inspirada na música que dá nome a fanfic, é da banda The Neighbourhood, mas acho que vocês já conhecem, é isso espero que vocês gostem.

sweater weatherWhere stories live. Discover now