XII. Orgulho ferido

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─ Eles têm experiência, isso bastará para ajudá-los.

─ Eu sei. ─ Respondeu um pouco chateado. ─ Até falei com alguns de meus contatos em outros hotéis e disseram que fariam entrevistas com eles. O jeito é esperar pelo melhor.

George se distraiu por segundos com seus próprios dedos e voltei a assinar alguns papéis. Marianne deu uma batida na porta e pedi que entrasse.

─ Senhor, desculpe o incômodo novamente, mas Meggie está aqui.

─ Meggie?! ─ Perguntei confuso, sabendo que faltava pouco mais de uma hora para de fato sua aula acabar e eu ir buscá-la.

─ Sim, é ela. Posso permitir que entre?

─ Claro, claro. ─ Me apressei a dizer. ─ Mas como foi exatamente que ela chegou? Richard foi buscá-la?

─ Não, um tal de senhor Tomlinson a trouxe. Parece que a aula acabou antes hoje. Não sei direito, senhor.

─ Oh! Louis está aqui. ─ George falou animado enquanto meu corpo já ficava em estado de alerta. A expectativa em vê-lo era muito maior daquela que eu poderia controlar. Um sorriso escapou por entre meus lábios. ─ Deixem que entrem.

Marianne fez um aceno leve com a cabeça em concordância e se retirou da sala para ir de encontro a Louis e Meggie que provavelmente esperavam na recepção. Eu estava congelado em meu lugar, tentando inutilmente controlar as batidas fortes e descompassadas dentro do peito e o sentimento de ansiedade que fazia meu estômago se revirar.

─ Não sabia que Louis conhecia o caminho até aqui.

─ Eu também não.

E era a verdade. Desde o aniversário de Félicité, só pude ver Tomlinson na saída da escola e ainda não tive a oportunidade de levá-lo para casa, pois aquela era a semana em que ele ficava até mais tarde cuidando das crianças que esperavam pelos pais. Além disso, Tomlinson arrumara o carro e não precisava mais do metrô como meio de transporte. Nossas "conversas" se limitaram a um aceno de longe, trocas de olhares e um sorriso ou outro.

A porta foi aberta outra vez e uma Meggie receosa e tímida entrou, dando alguns passos sem jeito para dentro da sala. Assim que viu George, correu até ele e pulou em seu colo, dando um abraço apertado.

─ George! Senti sua falta. ─ Falou animadamente, arrumando os cabelos do irmão que riu.

─ Eu também senti. E aí? O que andou aprontando? ─ Deu um beijo na bochecha rechonchuda de Meggie que riu envergonhada e deixou sua cabeça cair para o lado.

Assim que George fez a pergunta, Tomlinson entrou na sala meio sem jeito, dando apenas alguns passos para estar completamente no cômodo. No entanto, parou fixo em um ponto, distante de todos, inclusive de mim, e deu um sorriso envergonhado para George que o fitou por um momento. Meus olhos se fixaram no perfil de seu rosto e na silhueta de seu corpo. Quando nossos olhos se encontraram, ele deu um sorriso novamente, sem mostrar os dentes, e eu retribuí, vendo-o desviar o olhar.

─ Hoje eu brinquei no parquinho. ─ Meggie começou a dizer enrolando os dedos nos cabelos de George que parecia interessado no que ela tinha para contar. ─ De gangorra é o que eu mais gosto. A Sofia brincou comigo. Ela é muito legal. Eu acho que nós somos amiguinhas.

─ Que bom que brincou com alguém hoje. Nossa mãe disse que você não tinha ninguém para brincar.

─ Eu tinha sim. Louis brincava e lanchava comigo no recreio, mesmo sendo na sala. Né?

─ Sim e era muito bom. ─ Respondeu de forma verdadeira, dando seu sorriso habitual com as ruguinhas marcadas embaixo dos olhos.

─ E ainda vamos lanchar juntos. Eu gosto. É divertido.

Your Eyes Only (Larry Stylinson)Where stories live. Discover now