Intromissões

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-Ronald? O que está fazendo aqui a esta hora da noite?-digo aliviada ao ver que ele está atrás de mim, fitando-me na pouca claridade da varinha.

-Hermione Granger, eu não gosto de você.-diz com uma voz mecânica.

-O que?

-Você é manipuladora e chata. Metida e sabe-tudo.

-Rony, você está bem? Aconteceu alguma coisa?

-Você não ouviu? Eu te odeio, Granger. Vou ficar para sempre com a Lilá, porque é ela que eu amo. E sei que você morre de inveja dela.-ah, agora sei. Por um segundo, acho que é verdade, mas aposto que ele nunca falaria que tenho inveja da Lilá.

-Espera aí. Specialis Revelio-recito o feitiço, e vejo Lilá Brown escondida em um canto da sala.-Eu sabia, sua pilantra.-Rony cai, pelo menos no sofá. Faço ela sair de onde está.

-Eu já não falei para não se meter comigo? Sua louca. -ela tenta, sem sucesso, me lançar um Obliviate. Mas sou mais rápida e mando um Impedimenta para ela.-Sabe, eu devia deixar você aí pra sempre, sua destrambelhada. Furnunculus.-digo, e a vejo ficar com os olhos arregalados de horror. Sinto-me vingada, e, antes que o feitiço se desmanche, deixo Rony deitado chupando o dedo no sofá da sala, pois ele merece. Não só por ter me deixado furiosa hoje, foi por todos os dias que ele fez isso. 

Acordo no dia seguinte um pouco mal. Não fisicamente, mas por dentro. Meu desgaste está me deixando conturbada, mas não posso ficar assim. Pelo menos hoje é sábado, e posso curtir minha "fossa" em Hogsmeade. Sempre ia o trio de ouro. Harry Potter, Hermione Granger e Rony Weasley, mas agora parece que estamos meio distantes. Claro, nunca iremos nos separar, mas as coisas estão meio estranhas entre nós. Harry baba por Gina, Rony namora aquela ridícula da Brown, e eu... Bem, tem o Córmaco, mas ele é muito irritante. Acho que devo dar uma chance a ele, não é? Ele me manda alguns bilhetinhos tão bonitinhos durante as aulas, mas geralmente nem dava atenção a eles. Bem, se pensar bem, McLaggen é muito bonito, mas é tão ordinário! Talvez possa aguentar.

-Hey, Hermione!-ele me chama quando Filch fiscaliza os alunos, para ver se não tem ninguém levando coisas da loja do Fred e Jorge. 

-Ah, oi McLaggen.

-Córmaco. Bem, eu soube que você não vai com o Harry e nem com o Weasley, então posso levar você?

-Hm, pode. Mas sem gracinhas.

-Tudo bem. Não preciso fazer gracinhas parar ver você sorrir.-Mas que cavalheiro. Ele ofereceu seu braço e aceitei de bom grado, esperando que Rony visse. E viu. Fiquei satisfeita, pois a Brown ficou grudada nele. Parece até que usou o feitiço do adesivo permanente. Mas ele ficou vermelho, com os olhos vidrados em McLaggen. Ignoro seus olhares indiferentes, e vejo que Harry está muito confuso, com a expressão "O que você tá fazendo com ele?!" mas também ignoro. Harry está também um pouco distante de nós, e meio ocupado com as aulas de Dumbledore. 

Chegamos em Hogsmeade em pouco tempo, e como está frio! Como um grande gentleman, Córmaco compra um cachecol, pensando que era pra mim, mas era pra ele. Ele só falava de quadribol, de como era bom goleiro e outras coisas que não me interessavam. Ele me largou quando viu numa vitrine umas novas capas de vassoura, luvas personalizadas e etc. Decido me afastar dele e de sua babaquice. Vou até o Três Vassouras, sozinha, por que lá fora está um frio cortante, e estou com apenas um casaquinho trouxa, e vejo tantos casais apaixonados! Gina e Dino, que Harry olhava meio frustrado, e Rony e Lilá, que sinceramente não formavam um casal apaixonado. Quer dizer, era por parte de Lilá, mas não de Rony. Vejo numa mesa mais isolada, Malfoy, que tomava rapidamente sua cerveja amanteigada. Estava com os cabelos louros todos descabelados e com um pouco de neve. Me perguntei por que um garoto tão... Bonito como Malfoy... é, confesso, Draco é um garoto muito atraente, mas é uma fuinha desgraçada, um babaca estaria tomando uma bebida sozinho.

-Granger?-chama ele, qundo ele me pega observando-o tomando sua bebida quente.

-Que foi fuinha?

-Você está pálida de frio. 

-E daí? Desde quando você se importa comigo?

-Credo, não se pode mais tentar ajudar os outros.

-E comentar que eu estou pálida de frio é ajudar alguém?

-No seu caso, é sim. Aqui é o lugar mais quente, e posso aguentar uma sangue-ruim do meu lado por um tempo.

-Não, obrigada, estou... ótima.

-Ai, hoje eu estou tão legal! Granger, eu não vou insistir, se você quiser morrer congelada, fique á vontade.

-Tudo bem.-digo, mas somente para testar até onde vai tanto cavalheirismo. Sento-me o mais longe possível dele, mas só tem uma cadeira e está perto dele. Bem perto. Quando me sento, relutante, ele tira seu grosso casaco e o coloca em cima de meus ombros. Sinto-me imensamente aquecida e agradecida por aquilo, mas não sei se devo aceitar tanta "gentileza", ainda mais vindo de Draco Malfoy.

-Obrigada.-digo baixinho.

-O quê? Não ouvi direito.

-Obrigada-digo um pouco mais alto. Ele faz isso de propósito.

-Ah, agora sim. Quem diria hein Granger! A garota que me deu um soco em mim no terceiro ano, a que me esculachou quando eu tentei apenas conversar com o Potter e com o traidor do sangue Weasley, a que...

-Tá eu já entendi. Malfoy, o garoto que humilhou Rony no primeiro ano, que sempre fez intrigas com Harry, que sempre me chamou de sangue-ruim, que sempre...

-Tá, tá, eu também entendi. 

-Hã, Madame Rosmerta, eu quero uma cerveja amanteigada com bastante gengibre, por favor.

-Claro, Hermione. Sr. Malfoy?

-Eu não pedi nada, pode se retirar.-disse friamente. Rosmerta fez uma cara de grande desagrado e foi embora.

-Ei, por que você trata os outros desse jeito, hein? Não pode ser mais educado não?

-Não. Falo como eu quiser.

-E eu que por um segundo pensei que você poderia ter um pouquinho de gentileza por pelo menos um dia. Você não toma jeito mesmo, não é Malfoy?

-Ah Granger, quer me dar lição de moral agora é? Primeiro foi o idiota do Weasley, que você brigou e saiu correndo, chorando no corredor de camisola, e agora você vem aqui pra me dar sermão sobre como ter boas maneiras? Você não é a minha mãe!-ele berra bravo, se levantando, e todos olham para nós. Inclusive Rony, que está mais vermelho do que nunca, larga Lilá e vai em nossa mesa.

-Escuta, Malfoy, quem você pensa que é pra falar isso da Mione? E você viu ela de camisola?-berra Rony apontando a varinha em seu peito.

-Ninguém te chamou na conversa, seu traidor imundo! E sim, eu vi sim! E ela tava muito...

-CALA A BOCA, MALFOY! CALA A BOCA, RONY! Vocês estão agindo como duas crianças! Argh, Malfoy, você não é ninguém falando de mim dessa maneira! E Rony, se você pensa que pode se intrometer nas minhas conversas, está muito enganado. Você não é meu dono, tem a quem "proteger". -digo, frustrada. Os dois, ou melhor, o bar inteiro concentra sua atenção para nós. Arranco o casaco de Malfoy, jogo-o no chão e saio do bar, furiosa, indo para qualquer lugar que não fosse aquele.








True Blood - RomioneOnde as histórias ganham vida. Descobre agora