II - Sinistro

329 21 3
                                    

Thomas estava empolgado com a chance de estar ao lado de sua amada durante todo o fim de semana. "Sonhar é bom, porém realizar é bem melhor", ele insistia, ao lado da namorada. Tinham acabado de sair de Petrópolis.

— Deixe-me pôr uma música, Bren....

— Thomas, você não sabe mexer neste aparelho – ela estava enciumada com o carro novo. — Toma aqui o meu pendrive.

— Não precisa.... Vou usar o bluetooth, pois já tenho as músicas dos Wolves aqui no meu celular.

— Legal. Manda brasa!

Enquanto ela dirigia, Thomas olhava os lábios dela, cor-de-rosa, e pensava como seria beijá-la naquele momento. A música começou a tocar e Brenda gostou, mostrando o riso no semblante. Thomas pegou uma bala de menta e lhe ofereceu.

— Não dá para abrir a bala. Coloque-a em minha boca – a voz dela parecia convidativa.

Ele aproximou a bala da boca, que a prendeu nos dentes, sorrindo.

— Pronto!

— Valeu, Thomas!

— Quando quiser outra é só falar – ele retribuiu o sorriso, satisfeito.

O rapaz estava ansioso para ficar com ela no hotel. Seria a chance para namorá-la e dormirem juntinhos... e algo mais, é claro. Thomas era virgem e estava inseguro de como seria na primeira vez. Não queria transformar o final de semana com a garota em um pesadelo. Mal sabia o jovem que ela imaginava como seria a sensação de passar a noite com ele, o cara de quem Brenda gostava muito. Ambos estavam felizes com aquela situação, como só os novos de coração podem ser.

Enquanto pensavam no que aconteceria no passeio e suspiravam com as possibilidades, pingos de chuva acionaram o para-brisas do carro. Depois, aumentaram a velocidade, denunciando que a água começava a cair com mais força.

— Brenda, vá mais devagar. Está chovendo e a estrada é sinuosa – os pensamentos dele foram do céu ao inferno em segundos.

— Pode deixar. Sou boa motorista e tirei nota máxima na autoescola – a garota curtia a sensação de aventura.

— Tudo bem, mas não acho prudente correr. Vamos chegar de qualquer jeito...

Se ele soubesse que Brenda era tão louca no volante, não teria vindo. E os pais dela? Será que sabiam que Brenda pilotava sem noção do perigo? Thomas começava a se preocupar.

Ela curtia com a cara de medo dele, segura ao volante. Achava que como os pilotos de Fórmula 1, esporte na qual era fã, poderia andar em alta velocidade sob qualquer terreno, inclusive com chuva. Era mais do que certo o erro que Brenda estava cometendo. Aquilo custaria a vida dos dois.

Era tarde demais. Um caminhão havia derramado óleo na pista e o carro derrapou em uma curva. Um ônibus que vinha em sentido contrário os abalroou e foram lançados em um barranco cheio de árvores.

O automóvel capotou. Ouviu-se o grito de Brenda:

— Meu Deus! Socorro... – seguido de um silêncio aterrador.

Enquanto se recordava de tudo aquilo, deitado em sua cama, Thomas pensava em como tentou ajudá-la assim que se viu fora do carro. Mas o chão onde ela estava cedeu, derrubando Brenda serra abaixo. Thomas tentou chamá-la, mas não tinha voz. Foi ali que ele apagou.

______________________________

Leia também o livro #OOutroLado de #ChaieneSantos

Leia também o livro #OOutroLado de #ChaieneSantos

Ops! Esta imagem não segue as nossas directrizes de conteúdo. Para continuares a publicar, por favor, remova-a ou carrega uma imagem diferente.


Uma Luz no Começo do TúnelOnde as histórias ganham vida. Descobre agora