Capítulo Dois

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Izabella Albuquerque

Assim que acordei liguei pra Ju e pedi para que comprasse uma bermuda e camisa masculina preta, fiquei olhando para teto, lembrei do Rodrigo, peguei o celular da Sophi e procurei o número dele.
- Alô?
- Quem é? - Ele pergunta mal humorado.
- Izabella Albuquerque, sou amiga da Sophi. - Digo tentando controlar o choro.
- Aconteceu alguma coisa? - Ele pergunta e eu choro. - Izabella? - Ele me chamar, mas não consigo responder, só quero chorar. - Izabella? - Ele grita e Pandora lati.
- Ela morreu. - Eu choro.
- Como?
- Atropelaram ela.
- Quem foi?
- Quem foi o que? - Pergunto confusa.
- Quem atropelou ela.
- Não tenho certeza mas acho que foi o Jhonatan.
- Eu vou matar esse filha da puta. - Contínuo chorando.- Se acalma, você consegue cuidar do velório?
- Não mas a Julia já está organizando, eu só te liguei antes que a mídia anuncie, vou desligar.- E assim faço antes mesmo de uma resposta.

Ligo pro Pedro, ele é meu par de dança.
- Bella.
- Pedro.
- Aconteceu alguma? - Ele pergunta preocupado.
- Poderíamos fazer uma apresentação para Sophi.
- Mas as nossas apresentações eram em quatro.
- Eu sei mas talvez..
Ele me interrompe. - Tudo bem, podemos fazer, vou avisar pro Thiago. - Ele desliga e eu me deito, Pandora late e me levanto,ando pelo meu apartamento tão colorido e cheio de vida e percebo que já não é tão cheio de vida assim, passo pela porta do quarto do Gege e abro a porta, olho tudo colorido cheio de fotos nossas, saio e vou ate a cozinha, troco a água dela e coloco comida, tomo um remédio e volto a dormir. Acordo com o celular tocando, pego ele e atendo sem olhar quem era.
- Alô?
- Abre essa porta agora Izabella.
- Ta. - Desligo e me levanto, abro a porta e vejo uma Julia muito irritada, dou espaço pra ela entrar e fecho a porta, deito no sofá.
- Sabe que horas são? - Ela me pergunta com raiva.
- Eu não quero saber.
- Então vai perder o velório da Sophi?- Me levanto em um pulo.
- Que horas são já?
- Oito, vai tomar seu banho correndo, ajeita esse cabelo e passa 50 quilos de maquiagem porque você está horrível. - Ela diz e foi exatamente o que eu fiz, coloquei minha roupa preta, fiz um coque bem preso e passei 50 quilos de maquiagem, peguei meu óculos Preto, é um roupão Preto também. Chego na sala e ela está com um porta retrato que está eu e Sophi em Paris. - Eu lembro dessa viajem, vocês foram expulsas de um hotel. - Ela ri e eu também. - Está pronta? - Assinto, na verdade não estava mas ela não precisa saber disso.
Pandora já estava de coleira, descemos pelo elevador e fomos no carro da Ju, quando chegamos ainda estava vazio, fui direto ao caixão da Sophi, ela está tão linda, choro e abraço a minha amiga.
- Eu te amo tanto, sentirei tanta a sua falta meu amor, porque você insiste em me deixar sozinha? Eu te amo. - Sussurro. - Acorda por favor. - Peço, mas nada como respostas, sinto umas mãos grandes porém delicadas nos meus ombros e vejo Pedro com o semblante triste.
- Ela não gostaria de te ver nesse estado.
- Mas estou com saudades dela.
- Eu sei, mas você tem que ser forte, ela não gostaria que você ficasse mal.
- Eu não consigo ficar bem.
- Vai ter que conseguir, vamos te ajeitar. - Ele puxa delicadamente a minha mão e eu o sigo, chego na minha sala e Pandora está deitada no colo da Júlia, sorrio. - Trouxe para deixa-la linda.- Ele brinca e sorrimos, me sento na cadeira e Júlia se levanta, solta o coque que eu fiz e começa a refazer só que bem mais bonito quando termina ajeita a minha maquiagem para parecer o mais natural possível e no fim deu um belo resultado.
- Vou ver se o irmão dela já chegou. - Ela diz e sai, Pandora dorme calmamente no meu sofá, me levanto e fico de frente para o grande quadro que se encontra eu, Sophi, Pandora e Gege, parecemos uma família de verdade como se cada uma completasse o outro - O que não deixa de ser verdade. - Mas agora falta uma parte, a porta se abre e Thiago entra, ele está abatido e passou maquiagem.
- Vamos começar. - Assinto e me levanto, ele segura na minha mão e saímos direto para o palco a música começa a soar por todo o clube, a música começa lenta, leve como uma brisa, Pedro começa a dançar, perfeito como sempre, não demora muito e Thiago entra no palco e começa a completar a perfeição, os dois começam a dançar juntos e a música começa a acelerar já me posiciono, as luzes se apagam e eu entro  rápido no centro do palco entre os dois, as luzes acendem e eu olho para frente para todas as pessoas que estão aqui, o caixão da Sophi bem no centro ainda aberto, uma pessoa me chamou atenção, na verdade um homem, tenho certeza que é o irmão da Sophi, os olhos são idênticos, encaro ele em especial e ele não fraqueja diante do meu olhar e me encara a música começa a tocar e eu a rodar, a cada giro vou ficando de pé e quando estou girando completamente reta começo a inclinar meu corpo para baixo e mais rápido do que nunca já estou girando com uma perna no ar e outra no chão, a música vai perdendo o ritmo e eu volto a ficar em pé, corro e Thiago me pega e roda, me põe no chão dou mais um rodopio e me jogo para o chão e choro de soluçar.
- Desculpas. - Eu peço e choro mais, Thiago e Pedro me abraçam, me acalmam um pouco e Pedro me pega no colo me levando novamente pra minha sala e me põe deitada no sofá, choro querendo a Pandora, mas os meninos preferem que eu não deixe a cachorra pior do que está. Me levanto e começo a rasgar a minha roupa, me arranho, grito, esperneio e o choro, só paro quando vejo Júlia entrar com Pandora. Ela vem até a mim e eu a abraço, minha cadela me lambe, choro agarrada com ela.
- Você precisa trocar de roupa. - Ela avisa e pego o saco com roupas masculinas e me visto. - Você não precisa ir.
- Preciso sim.
- Não Bella, você já está mal, você não vai conseguir forças o suficiente. - Olho pra ela.
- Deixa eu ir, só um pouco. - Ela assenti.
- Vou mandar levar a Pandora na sua casa, cadê as chaves? - Ela pede e eu pego na minha bolsa e jogo para ela.
Saio com a Pandora da sala e entrego ela para o Pedro.
- Cuida da minha bebê.
- Eu vou. - Ele sorri, pega as minhas chaves com a Ju e sai, as poucas pessoas que estão aqui me olham estranho.
- Vamos. - Ela me puxa e quando fomos sair do clube tinha muitos fotógrafos, coloquei meu óculos e seguimos até o carro dela, chegamos no cemitério e o caixão já estava sendo levado para a sepultura, todos me olham e sei que estava com a maquiagem borrada e com roupas de homem, comecei a choras vendo o carro indo até o ponto mais alto do cemitério, chorei muito, vi o irmão da Sophi mas não fui até ele, não acho que eu seja uma boa companhia para alguém daqui em diante.

Surpresas do Destino (COMPLETO)Where stories live. Discover now