Cap.1

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Já havia embarcado e no momento que levantou voo fiquei com medo, mas logo passou. Não era a primeira vez que entrava em um avião, mas quando isso aconteceu eu tinha 6 anos e não me lembrava como foi, então era como se fosse a primeira vez.

Eu estava indo para os Estados Unidos. Iria pousar na cidade de Hobbits, nome estranho, mas tudo bem. Depois dali eu seguiria para a cidade Red Wolf, nome mais estranho ainda. Bom, lá eu ficaria morando na casa dos meus tios.

Assim que o avião pousou, fui pegar minhas malas e encontrar alguém com uma placa escrita meu nome. Típico de filme!

No meio da multidão avisto um homem de terno com meu nome na tal placa. Cheguei perto dele e disse:

- Olá, sou Skye. - Ele me analisou.

- Certo, me siga. Seus tios a esperam. - Ele tinha uma postura muito séria e sombria. Era de arrepiar, me senti pequena e intimidada.

No caminho fiquei em silêncio, estava tudo normal, até que chegamos em uma floresta. Quando estávamos a adentrando, comecei a ficar assustada. O motorista pareceu perceber e deu um sorriso simpático e logo disse:

- Seus tios moram longe da cidade, fique tranquila, não vou lhe machucar. - Ele disse tentando me passar segurança, mas fiquei atenta.

Chegando lá, vejo um homem abraçado a uma mulher. Ao descer do carro eles se aproximaram.

- Querida, está linda! - Exclamou a mulher ruiva e olhos castanhos. Olhei para ela de um jeito, de quem dizia " Quem é você e qual é seu nome?".

- Sou sua tia Fátima e esse é meu marido, seu tio Roberto. - Disse e apontou para o homem com porte físico ótimo, cabelo negros e olhos castanhos, ao seu lado que sorriu simpático.

- Você realmente está linda, tem o mesmo jeito de sua mãe, mas com olhos verdes de meu irmão. - Disse. Fiquei tensa, eles com certeza não sabiam que são vermelhos e que estou usando lente.

Fomos para dentro da casa. Simplesmente linda. Tinha seu luxo, mas era simples. Paredes brancas, sofá com tecido aparentemente macio, um rack e uma televisão na parede. Chegamos até a porta de um quarto que disseram que seria o meu.

- Que lindo este quarto. – Falei impressionada.

Paredes roxas, televisão de frente para a cama de solteiro, escrivaninha com um notebook fechado, ao lado uma pequena estante para eu colocar qualquer coisa e um belo guarda-roupas com quatro portas e gavetas brancas.

- Caso queira mudar algo, só avisar! – Minha tia tinha um jeito feliz, parecia que não havia tempo ruim com ela.

- Hmm... gostei assim. – Eu estava muito tímida. Acho que a última vez que me viram, tinha por volta de 2 a 3 anos. Então não lembro deles e não consigo ter muita intimidade.

- Vou deixar você organizar suas coisas e descansar... depois de horas em um avião, não deve estar com vontade de andar pela vila.

Concordei, porém não estava muito cansada, já que vim dormindo no avião. Nem vi quantas horas deu de voo.

Organizei tudo em seu devido lugar. Em minha estante coloquei alguns livros e materiais de papelaria que eu amava. Guardei minhas roupas bem organizadas no guarda-roupas e em minha escrivaninha coloquei meu celular, carregador e fones de ouvido.

Na parede acima da cama, colei umas fotos do Bob, usando fita, depois eu tentaria conseguir um quadro para nenhuma foto cair.

Bob faria uma grande falta para mim, já que ele é meu melhor amigo.

Com tudo em seu devido lugar, deitei-me e cochilei.

(...)

Acordei com minha tia na porta me chamando para ir jantar. Não acredito que dormi com as lentes! Agora estão estragadas! Como pude esquecer....

Tomei um banho, coloquei uma roupa leve, regata branca com um short jeans, pois estava com muito calor. Na verdade, desde que cheguei nessa cidade o calor aumentou, mas com certeza é porque não estou acostumada com o clima.

Desci e fui para a cozinha. Vi meus tios e uma garota que estava com um mega sorriso no rosto e assim que me viu, correu em minha direção com um sorriso ainda maior, não sei como não rasgou a boca.

- Prima! - Gritou e me abraçou, no começo não sabia o que fazer, mas logo tratei de retribuir.

- Seu nome e idade? - Perguntei a ela.

- Emma Blue Monte e tenho 14 anos. - Disse e me puxou para sentar ao seu lado na mesa.

Depois do jantar, onde Emma tagarelou. Estava pior que maritaca. Subi para meu quarto e sentei na cama encarando a televisão desligada. Pensei nos meus pais e na minha avó, então chorei. Não fui no enterro deles e isso me deixou mais triste ainda.

Não sabia como meus pais puderam confiar tantos segredos naquele xerife. Tudo bem que ele não tinha cara de maldoso, mas mesmo assim, esses segredos me envolvem, então por que não me contaram? Eu tinha o direito de saber mais que qualquer um nesse mundo!

Corri para o banheiro para secar meus olhos. Tirei as lentes e vi meus olhos vermelhos como sangue. Se esses olhos não tivesse me afastado de todos, eu os achariam lindos.

Agora já pronta para dormi, me joguei na cama e me cobri. Nem troquei de roupa.

Percebi que estava suando e empurrei a coberta e mesmo assim não adiantou. Quando entrei aqui não havia percebido um ar-condicionado então procurei o controle e o avistei ao lado do controle da televisão.

Liguei-o e o clima do quarto foi refrescando aos poucos. Com o ar mais fresco, consegui dormir.

Olhos De Sangue 1TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora