O melhor amigo

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Meu irmão estava com sua mão em meu ombro, guiando-me para fora daquele cemitério. Alguns conhecidos meus estavam lá e amigos também, não muito próximos, mas foram mesmo assim.

As lágrimas ainda insistiam em escorrer de meus olhos, imaginava que nesse momento eles deviam estar com enormes olheiras, inchado e totalmente vermelho, como se eu tivesse passado horas me drogando, porém com a noite mal dormida que eu tive, estava na cara que isso ia acontecer.

- Hanna – escutei Mary gritando. Parei os meus passos, virando-me em sua direção – eu sinto muito – ela me abraçou fortemente, deixando que meu mundo desabasse em seus braços – Taylor, por favor, deixe-a ficar aqui comigo...

- Não – ele colocou sua mão no meu ombro novamente – nesse momento, precisamos ficar junto da família.

- Mas...

- Sem mas Mary, por favor. Não faça drama, não combina com você – ele a encarou – vamos Hanna, você precisa arrumar suas coisas, vamos hoje à noite.

- Não quero ir – resmunguei.

- Você pode ir para casa da vovó na suíça – ele deu um sorriso sínico – escolha – ele cruzou seus braços, encarando-me com seus olhos profundamente azuis.

- Okay – abaixei a cabeça e virei-me novamente na direção de Mary – adeus – sussurrei.

- Adeus – ela me abraçou novamente, dando-me um beijo na testa – se cuida.

Voltei para casa com Taylor, que não tirava os olhos de seu celular. Ele era idêntico ao papai. Tay se jogou no sofá sem retirar seus olhos daquela tela brilhosa. Respirei fundo e subi as escadas em direção ao meu quarto. Sabia que meu quarto novo não seria tão grande igual esse ou caberia tudo o que há nesse, mas tentaria ao máximo me acomodar na nova casa.

Entrei no banheiro, parando de frente ao meu espelho. Eu estava horrível. Tomei um rápido banho, coloquei meu roupão e fui arrumar minhas malas. Coloquei-a em cima da cama, pensando se levava tudo ou se deixava algumas.

- Aposto que você vai sentir falta desse quarto. Ele é enorme, comparado ao do meu apartamento que dá a metade dele.

- Não tem problema, eu me acostumo – dei um sorriso de lado, enquanto colocava algumas roupas na mala.

- Eu não sei se você sabe – ele encarou o nada – mas eu moro com meu amigo.

- Você é gay?!

- Não – riu – só estou avisando, porque não a quero com ele. Não quero briga entre vocês, isso de preferência.

- Tudo bem, não quero ninguém na minha vida – sorri sínica.

- É serio Hanna, não estou de brincadeira.

- Certo, não ficarei com seu melhor amigo – joguei algumas roupas dentro da mala.

Ele se retirou do meu quarto, indo em direção para o andar de baixo. Terminei de guardar as minhas coisas, separando um vestido para poder ir viajar. Coloquei-o, prendi meu cabelo em coque froxo e por último calcei um salto alto. Minha maquiagem não ia conseguir cobrir a minha olheira e nem a dor que estava no peito nesse momento. Fechei as malas, posicionando elas no chão. Coloquei algumas coisas na minha bolsa de mão e segui para a porta.

- Deixa eu te ajudar – Tay apareceu na escada – você está linda Hanna.

- Não diga isso – as lágrimas voltaram novamente, uma atrás da outra, descendo por meu rosto, iguais canivetes.

- Desculpe – Tay trancou a porta atrás de mim – vamos, se não perdemos nosso voo.

(...)

A viagem levou duas horas e meia. Tentei ficar forte a viagem inteira, mas estava sendo difícil, acabei passando a maior parte do tempo chorando. Estava até com medo de me olhar no espelho e ver o quão horrível eu estaria. Taylor ficou seguro minha mão a viagem inteira, tentando ao menos me passar alguma segurança, mas não estava dando certo.

O melhor amigo do meu irmão.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora